TUDO SE TRANSFORMA EN LA MITAD DEL MUNDO
Em Quito, no Equador, além dos seminários relativos ao tema “Formação de líderes”, do Programa Fellows, do qual eu participava, tivemos experiências paralelas com curiosidades acerca dos locais onde estávamos. A principal era a de que estávamos, rigorosamente, no meio do mundo, na metade geográfica da Terra; tanto que na periferia da cidade existe um monumento denominado La mitad del mundo.
Estar na metade exata do mundo deve ter alguma confluência de latitudes e longitudes que nos transformam um pouco. Claro que não me achei mais redondo ou mais quadrado, mais achatado noou mais comprido, mas, alguma coisa mudou dentro em mim. Fiz questão de tirar uma foto na exata posição marcada no chão e fiquei prestando atenção no que ocorria comigo. E foi interessante.
Dentro da cabeça, o cérebro deveria ainda estar cinzento e elíptico no mesmo lugar, e, por fora, meus olhos continuavam os mesmos, minha boca e meu nariz nos mesmos lugares, braços e pernas ainda presos ao mesmo corpo, mas eu já não era o mesmo de quando cheguei. Eu havia sofrido uma mudança interna e inexplicável, como a sensação de chegar a um lugar desconhecido/conhecido e sair dali com outro conteúdo. Eu era a mesma pessoa, o mesmo indivíduo, mas não era o mesmo homem, havia sofrido uma mudança no meu espírito. Saía mais rico do lugar, feliz ou infelizmente, não sei; mais rico somente no sentido filosófico.
Os “sucres”, moeda local, eram os mesmos nos meus bolsos, mas a minha cabeça havia mudado. Essas transformações, acredito, ocorrem com todo mundo, daí, sermos seres em mutações contínuas que vão formando nossa personalidade e nosso conhecimento. É o ser humano em evolução. E, por hoje, chega de filosofia.
Uma informação: o ano era 1987 e a moeda local foi trocada pelo dólar americano somente no ano 2.000. Vivendo e aprendendo.
Roberto Hermeto Brandão – advogado e professor aposentado
Email: robertohbrandao@gmail.com