“Tiramos a imagem de femme fatale para mostrar a Natasha como uma pessoa” diz Cate Shortland, diretora de Viúva Negra
Em entrevista exclusiva à Glamour, a diretora de “Viúva Negra” conta os bastidores do novo filme da Marvel que você pre-ci-sa assistir
Depois de um longo ano de espera – e outros muitos dos fãs – Viúva Negra, da Marvel, estreia nos cinemas nesta quinta, dia 8, e no Disney Plus pelo Premier Access na sexta, 9. Estrelado e produzido por Scarlett Johansson, o filme é um marco histórico para o Universo Cinemático da Marvel: o primeiro longa dirigido exclusivamente por uma mulher, a australiana Cate Shortland.
O filme retrata o passado e o presente de Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), mostrando um lado ainda não visto da personagem. A diretora do longa, Cate Shortland, contou mais detalhes na entrevista para a Revista Glamour exclusiva a seguir:
Como é finalmente ver um filme tão aguardado chegar aos cinemas?
Incrível, né? Acho que ninguém esperava tudo que aconteceu no ano passado e, sendo bem sincera, estou feliz que as pessoas vão poder curtir alguma coisa. Curtir o que e eu e a Scarlett criamos. Estou ansiosa para ver como o público vai recebê-lo.
Essa é a primeira vez que vemos a Natasha sozinha. Como foi contar essa história?
Acho que as mulheres sempre estão nessa situação de responderem para um homem no lugar de tocarem a própria vida. Foi muito bom poder ver essa personagem como um ser humano. Por isso começamos o filme quando ela está sozinha. Nós queremos que enxerguem a Natasha não pelas suas roupas ou com quem ela anda, queremos que a enxerguem por quem ela é.
Quem é a Natasha de Viúva Negra?
Uma pessoa que quer se encontrar. Tiramos a imagem de femme fatale que foi construída durante anos e mostramos a Natasha como uma pessoa pela primeira vez, para que ela tenha essa jornada para se tornar a Viúva Negra de novo, mas nos seus próprios termos, não os que designaram para ela.
Você é a primeira mulher dirigindo sozinha um filme da Marvel. Acredita que os últimos acontecimentos da indústria finalmente permitiram isso?
Rolou uma grande mudança cultural dentro do entretenimento, e acredito que Mulher Maravilha é a grande responsável: o filme não só mostrou que o público estava animado para isso, mas criou um espaço para mulheres como diretoras. Além disso foi a primeira vez que mostramos para os estúdios que o público quer ver mulheres nesses papéis. Falando de diversidade, acredito que Pantera Negra tenha criado espaço para novas vozes e provado que temos muita audiência para isso.
Movimentos como o #MeToo foram decisivos nessa mudança cultural?
Com certeza, mas essas mudanças estão sendo traçadas há muitos anos. Eu cursei ‘Estudos de Mulheres’ na faculdade aos 18 anos e sei que, por mais que a gente tenha caminhado, ainda falta muita coisa.
Teve alguma experiência no trabalho que te fez sentir isso?
Várias vezes quando eu estava no set, geralmente cercada de homens, eles acabavam falando entre si no lugar de falar conosco porque acham que sei lá, somos menos inteligentes ou que não vamos entender… Acho que é um pouco até do que a Natasha sentiu a vida inteira, sabe? Em momentos assim, sei que temos um caminho muito longo para percorrer ainda.
O que veremos da Nat, que ainda não vimos?
Um lado extremamente vulnerável e muito bonito.
E o que podemos esperar do filme?
Um filme alegre, com boas risadas e muitos momentos de mulheres botando para quebrar da melhor forma possível.
*Com informações Revista Glamour