Saga: Uma Noite de Crime – Vale a pena assistir?

Com 5 filmes e uma série de TV, a trama mantém sua propensão à violência misturada com a política profunda

O quinto filme da franquia finalmente chegou nos cinemas brasileiros! Uma Noite de Crime 5 – A Fronteira surpreendeu ao chegar no Rotten Tomatoes com 62% de aprovação, se tornando o melhor desempenho da franquia no site, ficando acima de ‘Uma Noite de Crime: Anarquia‘, com 57%.

Você provavelmente já ouviu falar sobre essa saga, certo? Pois bem, antes de falar do último filme lançado, vamos relembrar um pouco a trama dos anteriores!

A série de filmes aborda uma premissa bastante questionável sobre o controle da violência social nos Estados Unidos, e gerou uma das sagas talvez mais equivocada da indústria do cinema de Hollywood. Uma Noite de Crime relata a experiência traumática da população que, por sanção do governo norte-americano, todos os crimes são permitidos anualmente por 12 horas seguidas. Na história, por decisão da liga administrativa radical New Founding Fathers (Novos Pais Fundadores), fica estabelecido que qualquer crime cometido por qualquer pessoa durante a noite sem lei estará isento de punição.

Concebida pelo cineasta James DeMonaco, responsável pelo roteiro e pela direção de alguns dos filmes da franquia, a ideia remonta aos tempos dos gladiadores. O instinto de violência do ser humano precisa ser saciado, nem que por um breve momento. Seguindo esse raciocínio, foi que o diretor criou a trama de Uma Noite de Crime ambientada em um futuro próximo, nos Estados Unidos, onde é instituído um feriado nacional permitindo 12 horas de crime. Bizarro, né? Mas no filme, na ideia do governo, é melhor que isso aconteça em doses controladas do que desordenadamente, no dia a dia.

Resumidamente, na primeira produção, a história acompanha um empresário (Ethan Hawke) que trabalha numa firma de segurança e, na fatídica noite, tem sua mansão invadida.

Já no segundo filme, são apresentadas três histórias de pessoas comuns tentando sobreviver aos momentos de tensão, com destaque para o personagem do ator Frank Grillo.

No terceiro longa, chegou o ano da eleição e uma candidata conservadora (Elizabeth Mitchell) promete acabar com essa iniciativa sangrenta.

Já na quarta produção, voltamos no tempo para saber como tudo começou. Juntas, as quatro produções arrecadaram mais de US$ 455 milhões nas bilheterias de todo o mundo.

Uma Noite de Crime (2013)

Uma Noite de Crime – Imagem: Reprodução

No dia da purgação, um homem negro sem-teto foge de um grupo de adolescentes brancos sádicos pelas ruas do bairro. O filho de James (Ethan Hawke) desarma o sistema de defesa da casa e o deixa entrar. A partir de então, a família terá que lidar não apenas com o intruso, mas também com o grupo de arruaceiros classe A que ameaça invadir a mansão para se vingar de todos. Ele tenta o máximo proteger sua família durante o período da permissão, sem cair na tentação da violência legalizada.

Nota: 6,5

Uma Noite de Crime: Anarquia (2014)

Uma Noite de Crime: Anarquia – Imagem: Reprodução

Faltando poucas horas para o início deste feriado sangrento, cinco pessoas se encontram nas ruas: o jovem casal Shane e Liz, que não conseguem voltar para casa já que o carro parou de funcionar; a garçonete Eva e sua filha adolescente, sequestradas dentro de seu próprio apartamento por vizinhos selvagens, e o Sargento (Frank Grillo), um homem misterioso que vai às ruas em busca de vingança pela morte de seu filho. Apesar de serem muito diferentes, eles tentam sobreviver juntos a doze horas de barbárie.

Nota: 6,5

12 Horas para Sobreviver: O Ano da Eleição (2016)

12 Horas para Sobreviver: O Ano da Eleição – Imagem: Reprodução

Após ter poupado a vida do homem que matou seu filho, o ex-sargento da polícia Leo Barnes (Frank Grillo) está trabalhando como chefe de segurança da senadora Charlie Roan, candidata à Presidência e principal alvo a ser eliminada na noite no Expurgo, evento anual no qual ela se opõe e promete acabar assim que for eleita.

Nota: 7,0

A Primeira Noite de Crime (2019)

A Primeira Noite de Crime – Imagem: Reprodução

A quarta produção da trilogia, mostra o início de tudo.

Para tentar reduzir a criminalidade a menos de 1% ao longo dos outros 364 dias do ano, uma organização decide testar uma teoria sociológica em um bairro de Nova Iorque e se, em um só dia, todas as cobaias cometerem os crimes que desejarem, o impulso de violência será contido pelo resto do ano. Mas quando a violência dos opressores atinge a fúria dos marginalizados, o contágio explode pelas fronteiras da província se espalhando por todo o país.

Nota: 4,0

Uma Noite de Crime 5 – A Fronteira (2021)

Uma Noite de Crime 5 – A Fronteira – Imagem: Reprodução

A quinta produção recém lançada, ocorre após os eventos de 12 Horas Para Sobreviver – O Ano da Eleição e é centrada em Adela (Ana de la Reguera) e Juan (Tenoch Huerta), que encontram abrigo em uma fazenda texana depois de fugirem de um cartel de drogas no México. Após vivenciarem a primeira noite de expurgo no país, as coisas começam a dar errado no dia seguinte, quando um grupo de forasteiros decidem continuar o expurgo além do tempo concedido.

No quinto filme da franquia, James DeMonaco volta novamente à produção da franquia criada por ele e escreve mais um capítulo, dessa vez focando em críticas sociais válidas para os tempos atuais nos Estados Unidos. Mesmo gravado na Califórnia, o longa mescla as nuances da paisagem texana com os cenários caóticos causados pela população que participa da noite assassina.

Tudo é muito bem construído, desde os sons de diferentes tipos de armas até a variação das câmeras nos estilos de filmagem para captar a violência urbana, mesmo com assassinatos menos explícitos em um estilo “faroeste moderno”.

Uma Noite de Crime: A Fronteira é um bom filme. Bem produzido e repleto de jump scares, mesmo não sendo tão terror quanto alguns imaginam. Porém, a crítica social em relação à xenofobia mexicana que o roteiro claramente quer fazer é crua e não bem feita, soando apenas como um pano de fundo.

O filme poderia ser melhor? Poderia, mas é bem produzido e critica bem o “sonho americano”.

Nota: 7,5

Vale a pena assistir a trilogia completa?

No geral, vale sim. A franquia iniciou muito bem, pois trouxe uma premissa interessante na qual as pessoas em um dia do ano poderiam cometer qualquer crime sem nenhuma punição. Entretanto, a proposta foi se perdendo e os filmes foram tendo seus altos e baixos com o passar dos anos, mas confesso que conseguiu dar um up no último lançado.

Apesar de ter deixado a desejar em muitos momentos, a franquia é boa e vale a pena maratonar com os amigos. Além dos cinco filmes, há uma série inspirada na franquia, disponibilizada pela Amazon, que vale a pena assistir também!

*Juliana Gomes.

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