“Rua do Medo: 1994 – Parte 1” fracassa e se transforma em um festival de referências artificiais
Dirigido por Leigh Janiak, o filme busca recriar clássicos dos anos 80 e 90, baseado na série de livros de terror de R.L Stine (o mesmo autor de Goosebumps), mas apresenta uma história fraca e sem narrativa
Rua do Medo: 1994 é o início de uma trilogia que foi muito esperada pelos fãs de filmes de terror da Netflix. A história que será lançada em partes semanalmente, já tem data de lançamento das suas próximas sequências. Rua do Medo: 1978 estreia no dia 09 de julho, e Rua do Medo: 1666, chega em 16 de julho.
Na trama adaptada, o primeiro filme “Rua do Medo: 1994”, acompanha um grupo de adolescentes em Shadyside, uma cidadezinha assombrada por massacres e tragédias, que muitos de seus moradores atribuem a uma maldição jogada por uma bruxa séculos antes. A história foca em Deena (Kiana Madeira), uma jovem garota que está sofrendo por sua ex-namorada e Sam (Olivia Welch), que recentemente se mudou para a cidade vizinha chamada Sunnyvale. Depois de um acidente na estrada, as duas garotas passam a ser perseguidas por entidades misteriosas, e o grupo principal se completa com o irmão nerd de Deena, Josh (Benjamin Flores Jr.), e os amigos Kate (Julia Rehwald) e Simon (Fred Hechinger).
A proposta da Netflix foi muito boa, porém muito mal aproveitada. O desenvolvimento fraco dos personagens fez com que o longa perdesse a sua carga assustadora, deixando a gente sem se importar com o que acontecerá com os personagens retratados na história. O que era pra ser um capítulo de introdução ao universo, acabou se transformando em um embaralhado de ideais muito mal executadas, perdendo o potencial de cativar os espectadores ao acrescentar novos elementos à história, em uma frequência um tanto quanto exaustiva.
Como fã de filmes de terror, confesso que fiquei bastante ansiosa quando soube que a Netflix ia lançar essa trilogia, ainda mais quando vi que a Maya Hanwke, filha da maravilhosa Uma Thurman (Kill Bill), faria parte do elenco. Porém, que decepção de filme meus amigos!!!
As partes ‘gore’, é um dos poucos elementos que podem chocar o público. O início do filme me lembrou muito as produções de Ryan Murphy, sobre as séries ‘American Horror Story’ e ‘Scream Queens’ . O visual é realmente de encher os olhos. O cenário completamente iluminado com tons vibrantes, transformam as cenas em um seduzente pesadelo, fazendo a gente acreditar que vale mesmo a pena assistir. E temos que reconhecer que a diretora fez uma boa escolha ao colocar no centro um casal LGBTQIA+, mas, mesmo assim, não empolgou tanto quanto o seu ambicioso plano de lançamento. A obra falha muito em tentar resgatar o espírito da época em que tenta retratar, entregando performances mornas e um resultado facilmente esquecível.
Particularmente, não assistiria de novo! Obviamente irei assistir as próximas sequências para saber se a história vai ter um desenrolar diferente, e provavelmente comentarei aqui com vocês. Mas sim, estou bastante desanimada com essa trilogia que prometeu tanto, e que pra mim, não entregou nada. Apesar de a trilogia trazer três histórias conectadas, espero que nos próximos filmes a narrativa se desenvolva de uma forma melhor e explique mais sobre a história de Shadyside.
Nota: 4.0
*Por Juliana Gomes