Relógio, peixe e geleira: quais teorias e previsões definem o “Juízo Final”?
O fim do mundo sempre foi temido, com centenas de lendas sobre o tema; a ciência também já se debruçou sobre o assunto
Apocalipse, fim do mundo, juízo final, não importa o nome: o conceito por trás da ideia sempre foi uma fonte de fascínio da humanidade. Algumas teorias são religiosas, que existem tradicionalmente há centenas de anos, enquanto outras são baseadas em ciência – mas não significa que são confirmadas.
Quando se trata de religão, as previsões são majoritariamente precedidas por eventos catastróficos, como guerras, desastres naturais e, é claro, um julgamento final divino.
Por outro lado, as previsões científicas abordam impactos de asteroides, mudanças climáticas drásticas e o esgotamento dos recursos naturais.
No caso, essas teorias são feitas com base em dados científicos e funcionam como uma forma de compreender possíveis cenários que podem levar ao colapso da civilização humana.
Veja alguns exemplos de teorias que usam a ciência.
Relógio do Juízo Final
O Relógio do Juízo Final é um exemplo de como a ciência tenta antecipar o fim do mundo. O relógio é administrado pelo Bulletin of the Atomic Scientists, uma ONG formada por especialistas em ciência climática e tecnologia nuclear.
Desde seu início, quando foi ajustado para sete minutos para a meia-noite, os ponteiros do relógio já foram movidos 24 vezes. Quanto mais próximo de zero no gráfico, maior a probabilidade de uma catástrofe nuclear.
A ONG foi fundada em 1945 por cientistas que participaram do Projeto Manhattan, o grupo que desenvolveu as primeiras armas nucleares na Segunda Guerra Mundial.
Duas vezes por ano, os cientistas se reúnem para analisar eventos globais e tendências científicas, para decidir se há necessidade de ajuste no indicador do relógio.
Antes, o Relógio do Juizo Final só levava em consideração os conflitos armados, mas passou a levar em conta as mudanças climáticas a partir de 2007.
Peixe do Juizo Final
Outro elemento do “Juizo Final” é o peixe-remo. Na última terça-feira (4), o habitante das profundezas marinhas, foi encontrado morto em uma praia de Hue, no Vietnã, gelou o sangue dos moradores da região. O peixe simboliza uma antiga lenda, que associação sua aparição com desastres naturais.
A lenda afirma que quando o animal aparece, pode-se esperar terremotos, tsunamis, entre outros eventos que causam destruição, pois ele vive entre 200 e 1.000 metros de profundidade no oceano.
Como o peixe raramente vai à superfície, as pessoas criaram essa associação. A teoria se fortaleceu em 2011, quando diversos peixes-remo surgiram antes do terremoto e tsunami de Fukushima (2011), na costa da cidade.
Apesar da lenda atribuir ao peixe-remo a capacidade de prever desastres, a ciência não confirma essa afirmação. Pesquisadores japoneses analisaram dados desde 1928, sem achar nenhuma correlação entre avistamentos de peixes-remo e terremotos.
Um estudo feito em 2018 sugere que avistamentos estão mais ligados a fenômenos como El Niño do que a atividade sísmica, por conta do aumento da temperatura da água do Oceano Pacífico equatorial central e oriental.
Geleira do Juizo Final
A geleira Thwaites na Antártida, conhecida como “Geleira do Juízo Final”, está derretendo rapidamente e pode causar catástrofes climáticas.
Com o colapso da geleira, ela pode elevar o nível do mar em cerca de 60 centímetros nos próximos anos, segundo imagens de satélite da Nasa.
Essa é uma preocupação global, devido principalmente às suas potenciais consequências para cidades costeiras.
Uma pesquisa publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences afirma que dá para observar uma invasão da água quente do mar em partes da geleira, fazendo que a geleira se mova constantemente. Mas como a água marinha também é salgada, a erosão também infiltra nas paredes de gelo, não somente nas bordas.
A geleira tem cerca de 120 km de largura por 1,2 km de profundidade. Com o derretimento total, diversas cidades do mundo inteiro podem sofrer consequências severas.
*Com informações de Terra