Qual é a pimenta mais ardida do mundo?
Você já se perguntou qual é a pimenta mais ardida do mundo? Adiantamos desde já: não é Jalapeño. Na verdade, estamos falando da Carolina Reaper, que atinge no mínimo 1,64 milhão na escala de Scoville — responsável por medir o grau de ardência das pimentas. Para fins de comparação, a malagueta chega a “apenas” 175 mil unidades nessa escala de medida.
A Carolina Reaper é resultado do cruzamento de duas variedades: a Sweet Habanero e a Naga Viper. Foi desenvolvida pelo produtor norte-americano Ed Currie, e foi originalmente chamada de HP22BNH. Em 2013, entrou para o Guiness Book, o livro dos recordes, como a pimenta mais ardida do mundo.
A picância da Carolina Reaper foi comprovada após análises feitas na Universidade Winthrop, na Carolina do Norte (EUA). O nível pode chegar a até 2 milhões, em alguns casos.
Como se mede o nível de ardência das pimentas?
A escala Scoville rotula pimentas com diferentes níveis de ardência usando unidades de picância Scoville (SHU). Considerando todas as pimentas medidas com essa escala, as classificações de podem variar de centenas a pouco mais de dois milhões.
Tal escala mede a quantidade de picância através de um teste de diluição de uma extração de pimenta com água açucarada. Uma amostra de extrato é retirada e consumida pelos responsáveis por testar o sabor.
A amostra é continuamente diluída com água açucarada até que a picância esteja o mais próximo possível de ser indetectável pelos provadores de sabor. O número de vezes que uma solução é diluída determina sua classificação na escala.
Comer pimenta faz mal à saúde?
O ardor da pimenta faz mal à saúde? Normalmente, o consumo moderado de pimenta não é capaz de causar por si só o surgimento de gastrites e úlceras estomacais. No entanto, se a pessoa já possui uma dessas condições (além de hemorroidas ou diverticulites), é extremamente recomendável evitar o consumo de pimenta.
Mas não estamos falando de qualquer pimenta, certo? A Carolina Reaper pode causar acidentes. Para se ter uma noção, em 2018, um homem de 34 anos foi ao pronto-socorro reclamando de fortes dores de cabeça poucos dias depois de comer a pimenta. Varreduras cerebrais revelaram artérias contraídas que eventualmente retornaram ao seu estado normal apenas cinco semanas depois.
Já em 2020, o Centro Nacional de Informações Biotecnológicas relatou o incidente de um jovem de 15 anos que comeu uma Carolina Reaper e teve um acidente vascular cerebral dois dias depois, após ser hospitalizado também por causa de dores de cabeça.
Por que a pimenta arde?
Basicamente, a pimenta causa sensação de ardor devido a uma substância chamada capsaicina, que estimula os receptores da boca chamados TRPV1, desencadeando a famosa reação. O objetivo dos receptores TRPV1 é a detecção de calor, a fim de impedir de consumir alimentos que queimam.
Na prática, quando os receptores TRPV1 são ativados pela capsaicina, a sensação que experimentamos está ligada à sensação de encontrar algo quente. Assim, a dor proporcionada pela pimenta mais ardida do mundo (e pelas outras, no caso) é um efeito colateral ilusório de nossos receptores neurais confusos.
Fonte: USA Today, TRUFF, Pepper Head, The Conversation