Por que temos queixos?
Você já parou para pensar qual é a utilidade do queixo para o seu corpo? Apesar de todos nós termos um, é bem provável que você encontre certa dificuldade para chegar a uma conclusão para essa resposta. Independente se o seu queixo é mais definido que a média ou considerado “fraco”, ele continuará parecendo irrelevante para a sua vida.
Na natureza, nós somos os únicos animais que contam com essa parte do corpo — inclusive em comparação com primatas e outros parentes próximos. Esse é um mistério que por muito tempo tem intrigado pesquisadores ao redor do mundo, o que resultou na criação de inúmeras teorias para explicar esse mistério.
Entendendo os queixos
Antes de mais nada, é importante entendermos o que os queixos realmente são. Para simplificar essa resposta, compreendemos essa parte do corpo como uma protuberância do osso que aparece logo abaixo da parede frontal da nossa mandíbula inferior.
Em criaturas como os chimpanzés e os tubarões, as mandíbulas dobram para dentro em vez de existir a formação de um queixo. Para se ter ideia, mesmo nossos parentes extintos mais próximos, como os neandertais, não os tinham. Inclusive, essa é uma maneira muito prática para os cientistas diferenciarem um crânio de neandertal com o de um ser humano.
Ao longo dos anos, nunca existiu uma conclusão para a função do queixo no nosso processo evolutivo. Entretanto, a primeira teoria existente é de que essa protuberância tenha aparecido para nos ajudar com a mastigação. Segundo essa tese, a existência de um osso adicional serviria para diminuir o estresse causado durante a trituração de alimentos — o que não faria muito sentido quando observamos a mastigação de outros primatas.
Processo evolutivo
Se o queixo não existe para nos ajudar a mastigar, então qual a sua real função? A grande verdade é que não há nada comprovado sobre esse tema. Em 1979, os biólogos Stephen J. Gould e Richard Lewontin argumentaram que a probabilidade mais palpável é que esse seja um traço evolutivo “não-adaptativo” da nossa anatomia.
E o que isso significa? Significa que, nesse caso, é mais provável que o queixo seja subproduto de uma mudança acontecendo em outra parte do corpo. Em um estudo publicado pela Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, estima-se que o fato da nossa face ter diminuído ao longo dos anos tenha gerado a necessidade da existência do queixo para a sustentação de outros ossos.
Como nossos ancestrais desenvolveram métodos para facilitar a alimentação, logo as mandíbulas muito fortes foram desaparecendo. Por consequência, nossos crânios passaram por um longo processo de adaptação, o qual, em algum ponto, resultou no inusitado e exclusivo surgimento dos queixos dentro da nossa espécie.
*Com informações do Mega Curioso