Por que os bebês têm o sono tão desregulado?
Cercado de mitos e preocupações, o sono dos bebês é irregular, requer adaptação e exige a prática de rotinas noturnas bem definidas
A chegada de um recém-nascido é recheada de surpresas e inseguranças. Choros constantes, despertares noturnos, longas sonecas diurnas e irritabilidade. Estes são alguns sinais de que um bebê está passando pelas fases de adaptação do sono. Embora seja comum, principalmente nos primeiros meses de vida, a irregularidade do sono das crianças faz parte da adaptação no mundo no qual estamos acostumados a viver.
A ausência de um padrão nos horários do sono se deve ao fato de que bebês – até o terceiro mês de vida – não produzem a melatonina (hormônio que regula o sono). Além disso, não sabem diferenciar o que é dia ou noite. Então, é normal que eles eventualmente “troquem” um pelo outro. Por isso, não existe um número ideal de horas por dia. Cada bebê tem seu próprio ritmo e, quanto mais novo, mais tempo de sono é necessário. Logo, forçá-lo a dormir mais ou menos apenas o deixará irritado.
No geral, observamos que média de horas dormidas costuma ser:
· Lactentes de até 3 meses dormem de 11 a 19 horas por dia;
· Bebês de 4 a 11 meses dormem de 10 a 18 horas por dia (somando todas as horas de sono dentro das 24 horas).
Entretanto, as fases do sono do bebê são muito variáveis. Os adultos costumam ter períodos prolongados de sono profundo e ciclos de sono mais longos, enquanto os lactentes têm ciclos e períodos de sono profundo curtos.
Basicamente, o sono dos bebês se divide em:
1° Fase – adormecimento: O bebê tem percepções de quem está acordado, porém está adormecido.
2° Fase – sono profundo: Momento da liberação dos hormônios de crescimento e recuperação de energia.
3° Fase – finalização do ciclo: Momento em que o bebê retoma a atividade cerebral, neste período que se formam os sonhos.
Para que um bebê se adapte à lógica de sono noturno é importante que ele aprenda a ter uma rotina de higienização do sono. Ação que deve ser desenvolvida pelos pais, envolve toda a preparação do ambiente, etapas de atividades a serem resolvidas e a associação de horários.
Portanto, sempre que o bebê for dormir prepare o local antes. Se for amamentá-lo, o faça em um ambiente mais iluminado, para que ele entenda que aquele é o momento de ela se alimentar e não dormir. Siga uma rotina com hora para o banho, em seguida o faça escolher seu próprio pijama e opte por contar uma história ou coloque uma música que o tranquilize. É importante deixá-lo no berço, com o ambiente escuro, se ele parecer inseguro, faça companhia para ele. Com o tempo, ele irá se acostumar.
5 dicas para o bebê dormir bem:
- Aleitamento materno exclusivo (libera melatonina que ajuda na regulação do relógio biológico);
- Higienização do sono a noite (apagar as luzes, contar história ou ouvir uma música baixa);
- Colocar para dormir no berço (quando o bebê dorme no colo fica difícil de colocá-lo no berço sem acordá-lo na sequência) e usá-lo apenas para este fim;
- Quando chorar a noite, deixe-o no berço no primeiro momento e converse com ele antes de colocá-lo no colo se o choro persistir.
Sobre o Dr. Henrique Gomes – Pediatra da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal desde 2008, Henrique é pós-graduado em Lato Sensu em Doenças Funcionais e Manometria do Aparelho Digestivo no Hospital Israelita Albert Einstein. Residência médica em pediatria pelo HMIB (2006 e 2007), além de atuação na área de Gastropediatria pelo HBDF (2008 e 2009), o profissional atua na área de Gastroenterologia Pediátrica, especialidade que auxilia o pediatra na assistência de crianças e adolescentes portadoras de sintomas relacionados ao aparelho digestivo, como náuseas, vômitos, diarreias, alergias aos alimentos, dores abdominais, constipação intestinal, entre outros.
Atualmente é pediatra da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal desde 2008; pediatra do Grupo Santa (Hospital Santa Lúcia Sul e Taguatinga) e pediatra das clínicas PedCare e Le Petit.
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