Pickleball: conheça o esporte que conquistou Drake, LeBron, Bieber e Gisele Bündchen

Modalidade teve um boom durante a pandemia da Covid-19 e tem praticantes de todas as idades

Você sabe o que Justin Bieber, Gisele Bündchen, Drake e LeBron James têm em comum? Além da fama, todos eles são praticantes do pickleball, o esporte que mais cresce nos EUA e que já conquistou fãs no Brasil.

Há quem descreva a modalidade como uma mistura de tênis e pingue-pongue. Para jogar, basta uma bola (bastante leve), raquetes (que lembram a de tênis de mesa, só que maiores) e uma quadra muito semelhante à de tênis, só que menor (13,41m x 6,10m).

O objetivo principal é o mesmo de outros esportes que também usam raquete: passar a bola por cima da rede e fazer com que o oponente não consiga devolvê-la.

Pickleball é o esporte que mais cresce nos EUA / Zack Wittman/The Washington Post/Getty Images

O hype do pickleball

A modalidade teve um boom nos Estados Unidos durante a pandemia da Covid-19 e atraiu seguidores de todas as idades, principalmente pelas regras consideradas simples e por ser fácil de jogar — a bola viaja mais devagar do que no tênis e a quadra tem metade do tamanho.

O pickleball é um esporte muito democrático. Diferente de alguns esportes de raquete, ele é muito mais fácil. A quadra é menor, a raquete é muito mais levinha, mais fácil de manejar. A bola também é muito mais leveGuilherme Ferreira, professor de pickleball

Em apenas três anos, o número de praticantes nos Estados Unidos cresceu 159% e passou a ter, em 2022, 8,9 milhões de adeptos, de acordo com dados da Sports & Fitness Industry Association (SFIA).

No ano passado, a SFIA também classificou a modalidade como o esporte que mais cresce nos EUA pelo 3º ano consecutivo.

Bola e raquetes de pickleball. Foto: The Corner Sports & Health

Como jogar?

É possível jogar pickleball tanto de forma simples (1 contra 1) ou em duplas (2 contra 2), tanto em espaços abertos quanto em fechados.

Uma das principais regras — e a que diferencia o pickleball dos esportes-irmãos — envolve a zona de não voleio, chamada nos EUA de kitchen, ou cozinha, em português.

Nesta parte da quadra, próxima à rede, não é permitido bater na bola estando dentro da área. Para isso, o jogador precisa estar atrás da linha, caso contrário, o juiz poderá marcar falta. Agora, se a bola pingar na kitchen, aí sim você poderá devolver para o outro lado da quadra pisando nela.

Quadra de pickleball é parecida com a de tênis, porém menor. Foto: USA Pickleball

Outras normas importantes:

  • Saque: o sacador precisa fazer com que a bola passe da rede e bata no solo adversário na diagonal;
  • Pontuação: torna-se vencedor o jogador que acumular 11 pontos e uma diferença de dois pontos a seu favor.

Esporte com quase 60 anos de história

Pickleball foi criado em 1965 por um congressista americano e outros dois amigos. Foto: USA Pickleball

Apesar de todo o sucesso, o pickleball não é um esporte relativamente novo. Ele foi criado nos Estados Unidos, em 1965, na casa do congressista americano Joel Pritchard, perto da cidade de Seattle.

Ele e seus amigos Bill Bell e Barney McCallum foram responsáveis por criar o jogo e estabelecer as regras, inspirando-se no badminton.

O intuito deles era criar um esporte em que toda a família pudesse jogar junta, segundo a organização USA Pickleball. Isso fez com que o esporte se popularizasse, originalmente, em comunidades de aposentados, onde era apreciado por seu aspecto social e benefícios à saúde.

Crescimento no Brasil

O sucesso da modalidade não parou nos Estados Unidos. Por aqui, há inclusive uma Associação Brasileira de Pickleball, criada em 2018, em Governador Valadares (MG), que organiza torneios e atua para o crescimento do esporte.

Já em São Paulo, principal centro econômico no país, é possível encontrar uma variedade de espaços que dão aulas da modalidade e até mesmo quadras instaladas em condomínios residenciais.

Em novembro do ano passado, a balsa do Rio Pinheiros recebeu praticantes do pickleball.

Praticantes em São Paulo justificaram o interesse pelo esporte. “Vi num seriado um dia. Fui atrás, vi algumas quadras e me apaixonei. Não tem aquela coisa de muita competição”, disse Thais Machado, que começou a jogar há um ano, durante um tratamento oncológico.

Outro praticante é o empresário Rafael Romo, que sempre jogou tênis e há quase um ano se aventurou no pickleball. “Faz um ano que eu vi uns vídeos na internet e procurei uma quadra para jogar. O esporte é maravilhoso, é muito competitivo, tem bastante troca de bola. Estou gostando bastante desde a primeira aula que eu fiz”, afirmou.

Incentivo para idosos

Luiz Fernando Secali é presidente da Associação Paulista de Pickleball. Foto: Arquivo Pessoal

O futuro do pickleball no Brasil é bastante promissor, segundo Luiz Fernando Secali, presidente da Associação Paulista de Pickleball. À CNN, o empresário — que também é CEO da The Corner Sports & Health, um dos lugares em que é possível aprender pickeball na capital paulista — contou que descobriu a modalidade há nove anos, em Los Angeles (EUA).

Eu sempre fui uma pessoa que gosta muito de tênis, aí vi essa raquete e uma bolinha de furo. Achei legal e falei: ‘Acho que vou comprar para a minha filha’Luiz Fernando Secali

Já era para o beach tennis?

Segundo Secali, o pickleball chamou sua atenção principalmente por fazer com que idosos voltassem a praticar atividades físicas: “Achei incrível”. Além disso, a simplicidade em operar o esporte foi um dos principais motivos que o levou a querer divulgá-lo em território brasileiro.

Falando de futuro, para o empresário, a tendência é que o pickleball cresça ainda mais no Brasil nos próximos anos e seja até mesmo mais popular que o beach tennis.

Eu imagino muito que fique maior que o beach tennis. Porque ele pega todo tipo de faixa etária, de cinco a 80 anos. É uma quadra menor, você pode colocar em qualquer lugar, você pode colocar em condomínios fechados, apartamentos. É um esporte que não precisa de tanta manutenção, não precisa colocar areia. É cimento, fazer a quadra, brincar e jogar. Por isso que eu acho que ele vai crescer muito mais rápido que o beach tennisLuiz Fernando Secali

*Com informações de CNN

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