Paisagem para saborear

Restaurantes investem em design biofílico para ampliar a experiência gastronômica. Um dos exemplos é o recém-inaugurado Restaurante Baru, às margens do Lago Corumbá IV, que utiliza elementos da natureza para elevar experiência sensorial durante as refeições

Provavelmente você já ouviu falar que “comemos com os olhos”. O dito popular se refere ao estímulo sensorial que a visão pode provocar ao paladar, pois quando vemos um prato bonito e harmonioso, ele também parece mais apetitoso e convidativo para se degustar, mas não fica por aí. Muito para além da beleza do prato, o ambiente em que ele é servido também serve de estímulo. Os elementos decorativos, as cores e até mesmo o clima e a paisagem do entorno influenciam. Muitos restaurantes pelo mundo têm aproveitado das belezas naturais e contextos culturais para  incentivar o turismo gastronômico.  

De acordo com a consultoria britânica GlobalData, 70% dos turistas escolhem um destino baseado na oferta culinária que poderão experimentar. Destinos que conciliam belas paisagens naturais ou monumentos históricos têm mais chances de serem escolhidos. Em 2019, antes do impacto da pandemia da Covid-19, o turismo gastronômico movimentou cerca de 1,1 bilhão de dólares, o equivalente a 5,6 bilhões de reais. A expectativa é de que em 2027, quando estima-se que o impacto global do novo coronavírus já tenha sido completamente superado, este mercado movimentará 1,8 bilhão de dólares (ou 9,2 bilhões de reais). 

Em Goiás, o turismo gastronômico também vinha registrando crescimento ano após ano antes da pandemia. De acordo com a Secretaria Estadual de Economia, o setor apresentava alta constante na arrecadação de ICMS: R$ 60 milhões em 2016, R$ 69 milhões em 2017, R$ 76 milhões em 2018 e R$ 85 milhões em 2019. Até o início da pandemia, o estado contava com 10.219 estabelecimentos de alimentação vinculados a  Atividades Características  do Turismo (ACTs), entre restaurantes, bares, lanchonetes e outros, que eram responsáveis por aproximadamente 36 mil empregos diretos.

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De olho na retomada econômica possibilitada pela ampliação da vacinação, alguns estabelecimentos já se preparam para atender turistas ávidos por novidades. Um exemplo é o recém-inaugurado Restaurante Baru, localizado dentro do complexo Escarpas Eco Parque, no município de Abadiânia. O restaurante panorâmico desenvolveu uma arquitetura para valorizar a beleza natural da região e estimular a experiência gastronômica e sensorial dos visitantes. Para tanto, oferece uma vista privilegiada da paisagem deslumbrante do Corumbá IV como complemento ao cardápio de pratos e receitas exclusivas.

Segundo a arquiteta Andrea Accioly, que assina o projeto, o principal intuito da construção é ressaltar as belezas naturais do lago. Marcado pela utilização da madeira de eucalipto como principal matéria-prima, o restaurante foi estrategicamente posicionado de forma a emoldurar a vista do Corumbá IV. Além disso, conceitos como o beiral largo e a presença de estruturas envidraçadas contribuíram para dar mais imponência ao local. 

“O fator principal foi escolher a vista que teríamos ao adentrar o restaurante. Trabalhamos com vidro para termos a transparência e tirarmos o maior proveito possível da vista maravilhosa que foi construída pela própria natureza. Utilizamos de estrutura de eucalipto para a elaboração de um projeto com conceitos de design biofílico, proporcionando aos nossos clientes a redução do estresse e uma sensação de tranquilidade”, explica Andrea.

O design biofílico, aliás, é uma das características mais marcantes da arquitetura do Restaurante Baru. Trata-se de uma tendência cada vez mais consolidada nos empreendimentos atuais e que propõe a reconexão do homem com a natureza. Segundo Andrea Accioly, a biofilia está presente no uso de materiais naturais, na potencialização da iluminação natural e na ventilação cruzada, além de plantas e elementos naturais, como a madeira. Estes elementos contribuem para intensificar a sensação de bem-estar dos clientes.

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“É comprovado que o contato com a natureza auxilia em várias áreas da vida, principalmente na saúde das pessoas. A biofilia aplicada na paisagem de espaços construídos pode gerar uma sensação de acolhimento no cliente, por meio da percepção olfativa, tátil, sonora e visual, criando uma relação de pertencimento com o lugar”, define Andrea.

Segundo Andrea, a arquitetura do restaurante também serviu para complementar a experiência da gastronomia, uma vez que as pessoas são altamente influenciadas pelo ambiente durante as refeições. O estímulo visual proposto pelo restaurante foi um dos conceitos empregados pela renomada chef Patt Garcia na elaboração do cardápio. Para a chef, que atua no mercado goiano há mais de 15 anos, a beleza natural do Lago Corumbá IV vai complementar de forma única as refeições preparadas no local. 

“O maior impacto está na experiência única que o cliente desfruta ao unir um cenário inspirador como o do lago Corumbá IV às refeições que o nosso cardápio oferece, que são baseadas na cozinha de afeto, mas com um toque de modernidade e sofisticação. O lago, o cerrado e o calor peculiar da nossa região se transformam em inspiração para deixar toda a experiência ainda mais exclusiva e encantadora”, destaca Patt.

Outro destaque do Restaurante Baru é a presença de uma horta orgânica no local, que oferecerá uma grande variedade de folhagens, legumes e temperos para a preparação dos pratos. Os clientes também terão a oportunidade de escolher os ingredientes e consumi-los sempre frescos. No local, já estão sendo produzidas hortaliças como couve, brócolis, alface, berinjela, rabanete, salsa, cebolinha, coentro e rúcula, entre outras.

O Restaurante Baru tem a gestão do empresário Rogério Giordani, um dos sócios do conceituado Empório Saccaria. “O cardápio será construído com exímia qualidade em relação às suas matérias-primas, com fornecedores selecionados e colaboradores conscientizados quanto à proposta de sustentabilidade do projeto.  Nossas hortaliças orgânicas são produzidas no local, sem agrotóxicos, e coletas seletivas de lixo ajudarão na composição da matéria orgânica que utilizaremos na adubação da horta”, salienta o empresário.

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*Com informações da Comunicação sem fronteiras

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