Pedro II e Teresa Cristina – Domínio público / Mathew Brady / Félix Nadar

O RECEBIMENTO DOS RESTOS MORTAIS DE DOM PEDRO II E TERESA CRISTINA, EM 1921

No ano anterior ao centenário da Independência, foram trazidas ao país urnas que continham os restos mortais do casal

Há 100 anos, no dia 8 de janeiro de 1921, chegaram ao território brasileiro os restos mortais do imperador dom Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina, antes guardados no Panteão dos Bragança, em Lisboa. Em vida, o casal imperial havia deixado o país 32 anos antes, em razão da Proclamação da República.

Quando os despojos chegaram na então capital do Brasil naquele histórico sábado a bordo do couraçado São Paulo, houve celebração, com direito a todas honrias destinadas a um chefe de Estado.

Centenário da Independência e homenagens

A repatriação foi parte dos preparativos para a comemoração dos 100 anos da Independência do país, que se daria no ano seguinte.

O evento foi preparado pelo governo de Epitácio Pessoa e também por intelectuais que buscavam uma maneira de ressignificar a história do Império.

Pedro e Teresa Cristrina em quadro de 1857 / Crédito: Domínio Público / François-René Moraux

O Estadão anunciou a novidade na edição de 9 de janeiro daquele ano e revelou detalhes sobre as homenagens ao imperador. “Está de novo em terra do Brasil d. Pedro II. Elle e sua veneravel esposa, d. Thereza Christina“, comunicou o jornal.

“Dessa terra, antes de morrer, elle pedira uma pouca para lhe ser posta sob a cabeça (…) Partiu exilado, quasi só, seguido, além dos seus, por alguns amigos fieis. Triste, guardou a sua linha serena – sem arrogancias, sem rompantes”, dizia o meio de comunicação lembrando a partida para o exílio da família imperial após a Proclamação da República.

Em seguida, o texto cita a ausência de impedimentos para a repatriação dos corpos em razão da revogação do banimento.

Tumbas de Pedro e Teresa Cristina / Crédito: Domínio Público / Jean Magrou

Presença do Conde d’Eu

A data também foi marcada pela presença do marido da princesa Isabel, Gastão de Orléans, o Conde d’Eu. Ele e o filho, Pedro de Alcântara, estiveram presentes nas comemorações e ficaram hospedados no Palace Hotel. Lá, receberam inúmeras visitas, como informou o jornal.

Tumbas de Pedro e Teresa Cristina (ao centro), Isabel (esquerda) e Gastão (direita) / Crédito: Domínio público / Jean Magrou

Comoção popular

O Estadão escreveu ainda sobre a enorme comoção que se instaurou pelo Rio de Janeiro naquele histórico janeiro de 1921, destacando as homenagens realizadas na Catedral de São Pedro de Alcântara, localizada em Petrópolis, a qual abrigou e abriga até os dias de hoje as urnas do casal imperial.

*Com informações do Aventuras na História

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