O que os carros significam para você?

Olá meus amigos apimentados! Hoje venho aqui deixar para vocês uma explicação o mais racional possível para algo que é completamente irracional: a paixão por carros. Bom, pelo menos vou tentar… Então para começar pensei na pergunta do título. Se sua resposta for algo como: “uma máquina”, “um meio de transporte” ou ainda “algo inútil”, peço que abra seu coração e tente me compreender. Mas, se a sua resposta foi a última, é melhor você ir para outro lugar…

Carros são tudo o que os sortudos leigos e não apaixonados descrevem. São máquinas, objetos inanimados, trambolhos, meios de transporte… “Então como é possível que tantas pessoas sejam apaixonadas por eles? Não faz sentido, é como se alguém fosse aficionado por geladeiras, ou impressoras…” Sim, exatamente! “Mas ninguém é entusiasta de geladeiras…” Quem te disse? Lógico que sim! Podem ser mais raros que nós, os loucos por carros, mas existem. E pela mesma razão.

Máquinas são fascinantes! Sejam elas do tipo que for… Imagine: uma máquina que, usando apenas energia elétrica, consegue atingir em seu interior temperaturas abaixo de 0 °C, e fazer aquele bife durar semanas. É mágico, romântico! O mesmo vale para os carros, só que multiplicado por mil. Carros são máquinas extraordinárias em todos os sentidos. Revolucionaram o modo como a humanidade se locomove. Possibilitaram crescimento de cidades antes isoladas. E, como se não fosse suficiente, são capazes de instigar todos os nossos sentidos. Para nós os carros têm alma!

Ok, alguns carros… Existem alguns modelos que você precisa ter uma ligação muito forte para sentir essa paixão. Não, eu não estou limitando a paixão somente a superesportivos ou modelos extremamente caros… Isso não tem a ver com o valor. É só que alguns carros parecem ter menos “alma”. Soa estranho? Isso também acontece com seres humanos, meu amigo. Sabe aquele cara do seu trabalho que não tem hobby, parece não ter gostos pessoais, no máximo segue uma ou outra moda de momento… Todo ambiente de trabalho tem alguém assim. O seu não tem? Ih… cuidado: esse cara pode ser você… Bom, acalme-se: seres humanos podem evoluir e se transformar em metamorfoses incríveis. Carros, nem tanto…

Alguns modelos simplesmente não despertam essa paixão na maioria das pessoas. Só conseguem ter algum impacto naqueles que tem uma memória de infância envolvendo aquele carro, ou algo do tipo. Exemplos? Toyota Corolla, VW Apolo, Honda Fit… É difícil de explicar, parece que eles não têm algo que os torne especiais, ou possuem dirigibilidade anestesiada, visual sem qualquer apelo… É tudo muito comum, sem sal… A maioria dos carros, mesmo populares, médios ou sem nenhum apelo luxuoso ou esportivo, conseguem cativar uma atenção especial em entusiastas que nunca tiveram experiência com aquele modelo. São cheiros, sons, vibrações, características simples como um botão de acionamento do vidro elétrico em um local diferente do normal. Conseguimos curtir isso em níveis que pessoas normais jamais entenderão.

É lógico: quando a experiência envolve um superesportivo ou um carro extremamente caro e raro também somos impactados. Não é como se não ligássemos para eles. É que o sentimento não é como se estivéssemos em um hotel cinco estrelas, ou em um restaurante caro. É algo além, uma experiência transcendental. Digo por experiência própria (a história fica para outro dia…). É como se um apaixonado por rock conhecesse Jimi Hendrix pessoalmente, ou se um amante de futebol pudesse bater um papo com Garrincha. É uma ligação alma com alma. Tudo o que descrevi no parágrafo anterior é potencializado. E você fica marcado, uma cicatriz boa surge no fundo da sua memória e fica lá para sempre, te tornando capaz de contar a história daquele dia, hora ou minuto com riqueza de detalhes aos seus netos, daqui a cinquenta anos.

Como eu disse ao introduzir o assunto: explicar racionalmente algo completamente irracional é complicado. E palavras escritas não carregam tanta emoção quanto é necessária para romper a carcaça anti-gasolina que envolve os não amantes de carros. Então, se você ficou curioso e quer tentar entender um pouco mais recomendo que você assista a entusiastas de verdade falando (a sério) sobre carros. No Brasil existem alguns Youtubers muito bons nisso, incluindo o pessoal do Perda Total (preciso vender nosso peixe, né?) E, se você é assinante do Amazon Prime Video, pode assistir ao The Grand Tour. O trio de apresentadores Jeremy Clarkson, James May e Richard Hammond são especialistas em narrativas emocionais sobre os modelos que avaliam, sejam eles o último lançamento da Ferrari ou um simples, lento e antiquado Gordini.

Minha única ressalva é: tenha cuidado! Uma vez que você conseguir enxergar esse mundo pelos olhos de um cabeça de gasolina, jamais o verá de outro jeito. Carros são viciantes, se você olhá-los direito.

Antonio Frauches, engenheiro mecânico e entusiasta do mundo automotivo.

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