Não são OVNIs aparecendo no céu da Ucrânia. O que seriam então?

Apesar de um relatório recente descrever fenômenos aéreos não identificados (“UAPs”, na sigla em inglês) no céu de regiões na Ucrânia, a Academia Nacional de Ciências da Ucrânia (NASU) desconsiderou oficialmente os relatos. Seguindo a agência, falta rigor científico e profissional na publicação, e os envolvidos solicitaram que o nome da Academia seja removido do documento.

O relatório trazia um “número significativo de objetos cuja natureza não está clara”, incluindo identificações “fantasmagóricas”. Estes, especificamente, pareciam ter cor escura, e se moviam a cerca de 50 mil km/h — quase o dobro da velocidade de um míssil balístico.

Os autores afirmaram que estes objetos eram UAPs, expressão mais adotada pela comunidade científica do que “objetos voadores não identificados” (OVNIs). Entretanto, eles não tentaram excluir explicações mais simples, como algo relacionado a drones e armas, já que a invasão da Rússia na Ucrânia continua.

Alguns dos “objetos fantasma” observados pelos autores do relatório (Imagem: Reprodução/B.E. Zhilyaev et al)

Assim, a NASU concluiu a análise do relatório dos UAPs, e afirma que o processamento e interpretação dos resultados ocorreram em um nível científico inapropriado, com erros significativos nas distâncias determinadas dos objetos. “O relatório não cumpre os requisitos profissionais para publicação dos resultados de uma pesquisa científica”, acrescentaram.

Eles se referiram às distâncias, tamanho e velocidade de movimento dos objetos, dados inferidos pelos autores com base na luz que cada um pareceu bloquear — e, para eles, isso foi suficiente para concluir que a maior parte dos objetos tinha o tamanho de aviões, e viajava pela atmosfera à velocidade de uma espaçonave.

Só que eles usaram dados de um só telescópio, que não foram suficientes para prever as distâncias e locais dos objetos com precisão. “O método correto para inferir distâncias é chamado ‘triangulação’, quando você observa o mesmo objeto de diferentes direções, mas eles não têm estes dados”, disse Avi Loeb, astrofísico da Universidade de Harvard.

Além disso, os autores não apresentaram argumentos para propôr que fenômenos naturais ou objetos artificiais terrestres estejam em meio aos UAPs observados. Embora não esteja claro o que, de fato, foi observado, é certo que o impacto da invasão da Rússia no país segue, e pode ter relação com o que foi observado.

*Com informações de Live Science e Canal Tech

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