Movimentos Econômicos e Socioambientais que Impulsionam as Tendências em ESG

Por Mariana Borges

Profissionais, empresas e órgãos governamentais estão cada vez mais atentos aos movimentos econômicos e socioambientais para se anteciparem às tendências e se adaptarem às novas exigências do mercado e da sociedade. O ESG (Environmental, Social, and Governance) é uma agenda viva, que acompanha e responde a esses movimentos, refletindo uma mudança global em direção a um futuro mais sustentável e regenerativo. A seguir, apresento alguns dos principais movimentos que estão direcionando essas tendências nas organizações.

Mudanças climáticas

As mudanças climáticas são um dos principais motores das estratégias ESG. Segundo a S&P Global Market Intelligence, 80% das maiores empresas do mundo estão expostas a riscos relacionados às mudanças climáticas, seja por impactos físicos, como eventos climáticos extremos, ou por mudanças no mercado, como regulamentações que tornam os combustíveis fósseis mais caros. A pressão de acionistas e ativistas têm levado ao desinvestimento em setores de alta emissão de carbono, promovendo uma transformação significativa em diversos setores econômicos.

Movimentos de justiça social

O fortalecimento dos movimentos sociais tem levado as empresas a adotarem práticas mais justas de trabalho, como salários dignos, condições de trabalho seguras e respeito aos direitos humanos. Isso também inclui a luta contra o trabalho infantil e a exploração laboral. Há um entendimento crescente sobre a necessidade de abordar injustiças e promover a diversidade, equidade e inclusão, especialmente no setor privado. Cadeias de suprimentos éticas têm se tornado uma questão central, com consumidores e investidores mais jovens interessados em saber como as empresas obtêm seus lucros, especialmente em relação a populações marginalizadas.

Consumidores mais conscientes

Os consumidores estão cada vez mais avaliando as empresas com base em critérios ESG, mesmo sem saber sobre ESG, optando por comprar de aquelas que demonstram comprometimento com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Um levantamento global realizado pela KPMG em 2023 revelou que 86% dos consumidores acreditam que deve haver um compromisso coletivo para reduzir, reutilizar e reciclar resíduos. Além disso, 69% pagariam mais por produtos alinhados aos princípios da empresa, e 76% concordam que proteger o meio ambiente é mais importante do que uma economia em crescimento.

Envelhecimento dos Trabalhadores

A população está envelhecendo, e isso está mudando a faixa etária média dos trabalhadores. Estima-se que, até 2035, pessoas com 55 anos ou mais superem o número de crianças de 0 a 14 anos. No Brasil, o número de idosos aumentou 57,4% em 2023, enquanto a parcela da população com menos de 14 anos diminuiu 4,3%. Como consequência, a participação de trabalhadores mais velhos no mercado de trabalho deve crescer. Empresas precisam capacitar seus colaboradores, oferecendo educação e treinamento para garantir a empregabilidade a longo prazo. Além disso, iniciativas ESG voltadas aos colaboradores devem considerar aspectos relacionados à saúde dos profissionais mais velhos.

Regulamentações e Políticas Públicas

Governos ao redor do mundo estão implementando regulamentações que exigem maior responsabilidade ESG das empresas, incluindo leis sobre emissões de carbono, relatórios de sustentabilidade e cotas de diversidade. No Brasil, o Ministério da Fazenda e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciaram a integração dos Padrões de Divulgação de Sustentabilidade do ISSB ao marco regulatório brasileiro, com uso voluntário a partir de 2024 e obrigatório em 2026. Além disso, o projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no Brasil foi aprovado, criando o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), que incentiva empresas a reduzirem suas emissões ou a compensá-las através da compra de créditos.

Os movimentos econômicos e socioambientais estão moldando o futuro das práticas ESG, impulsionando uma transformação significativa nas estratégias empresariais. Empresas que adotam essas práticas não apenas contribuem para um futuro mais sustentável, mas também garantem sua relevância e sucesso a longo prazo.

Artigo escrito por Mariana Borges, consultora e mentora de ESG. Com vasta experiência na implementação de projetos ESG, Mariana auxilia organizações a integrar práticas sustentáveis e responsáveis em suas operações.

Serviço:
Entre em contato conosco e saiba como podemos ajudar sua empresa a trilhar o caminho da sustentabilidade, especialmente no contexto das mudanças climáticas, justiça social e regulamentações emergentes.

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Referências: Estudo B #6: Tendências ESG 2024 – Movimentos-chave para as empresas nas áreas ambiental, social e de governança. A Economia B.

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