Mostra Ecofalante de Cinema exibe 37 filmes em Brasília
Festival será realizado de forma gratuita no Cine Brasília e na UnB
* evento acontece de 5 a 15 de setembro
* sessão de abertura conta com a exibição do documentário “Escute: A Terra Foi Rasgada”, seguida de debate com as lideranças indígenas Davi Kopenawa, Maial Kayapó e Julio Ye’kwana
* programação inclui títulos assinados por Bruno Jorge, Jorge Bodanzky, Laura Faerman, Lucas Bambozzi, Marina Weis, Takumã Kuikuro e Thiago Zanato
* produções com passagem pelos festivais de Locarno, IDFA-Amsterdã, Tribeca e CPH:DOX
* debates com convidados especiais na Universidade de Brasília (UnB)
* lançamento do Circuito Tela Verde em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, abertura da Semana do Cerrado e lançamento do relatório “Yamakɨ nɨ ohotaɨ xoa! (Nós estamos sofrendo ainda)” completam a programação
Entre os dias 5 e 15 de setembro, a cidade de Brasília receberá a itinerância da 12ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema, considerada como o mais importante evento audiovisual da América do Sul dedicado às temáticas socioambientais.
Totalmente gratuita, a programação contará com a exibição de 37 filmes, incluindo obras premiadas em festivais nacionais e internacionais, destaques da edição mais recente da Mostra Ecofalante em São Paulo e sessões para o público infanto-juvenil. Também integram o evento debates sobre questões contemporâneas urgentes, o lançamento da 12ª Mostra Nacional de Produção Audiovisual Independente do Circuito Tela Verde em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, a abertura da Semana do Cerrado do Distrito Federal e o lançamento do relatório “Yamakɨ nɨ ohotaɨ xoa! (Nós estamos sofrendo ainda)”.
As exibições de filmes acontecerão no Cine Brasília, entre os dias 5 e 11 de setembro, e nos anfiteatros 9 e 10 da Universidade de Brasília (UnB), de 11 a 15 de setembro. Na UnB, nove sessões serão seguidas por debates com ativistas, especialistas e outros convidados especiais, entre eles Alexandre Strapasson, Beka Munduruku, José Geraldo Júnior, Marcos Sorrentino, Maurício Angelo e Suely Araújo.
A cerimônia de abertura do evento será realizada no Cine Brasília na terça-feira (05/09), a partir das 19h. Na ocasião, será exibido o filme “Escute: A Terra foi Rasgada”, de Cassandra Mello e Fred Rahal, seguido por um debate com as lideranças indígenas Davi Kopenawa, Maial Kayapó e Julio Ye’kwana. O documentário, que teve sua estreia mundial na 12ª Mostra Ecofalante, realizada em São Paulo no mês de junho, retrata uma aliança histórica entre três povos indígenas pela defesa de seus territórios, frente à destruição causada pelo garimpo.
A programação completa da Mostra Ecofalante em Brasília será divulgada em breve no site ecofalante.org.br/programacao.
Destaques da programação
Além do filme de abertura, outros dois títulos que tiveram sua estreia mundial na edição mais recente da Mostra Ecofalante estarão na programação de Brasília. “Cinzas da Floresta”, de André D’Elia, mostra a importância das brigadas voluntárias de combate a incêndios florestais no Brasil no contexto de mudanças climáticas e descontrole dos incêndios na Amazônia. “Parceiros da Floresta”, de Fred Rahal, traz uma nova visão de economia florestal sustentável e inclusiva como estratégia para mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
A luta dos povos indígenas tem forte presença nos filmes da programação. “A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge, vencedor dos prêmios de júri e de público na 12ª Mostra Ecofalante, retrata a maior expedição das últimas décadas na Amazônia realizada pela Funai para tentar encontrar e estabelecer o primeiro contato com um grupo de indígenas isolados da etnia dos Korubos, em estado de vulnerabilidade. “Amazônia, A Nova Minamata?”, obra mais recente do cineasta Jorge Bodanzky, acompanha a saga do povo Munduruku para conter o impacto destrutivo do garimpo de ouro em seu território ancestral, enquanto revela como a doença de Minamata, decorrente da contaminação por mercúrio, ameaça os habitantes de toda a Amazônia hoje. Por sua vez, “Vento na Fronteira”, de Laura Faerman e Marina Weis, acompanha a luta do povo Guarani-Kaiowá pelas suas terras, na região do Mato Grosso do Sul, que são objeto de disputa de grandes proprietários rurais.
Questões raciais também estão presentes em diversos filmes do evento. “Exu e o Universo”, de Thiago Zanato, foi escolhido como o melhor filme da Competição Latino-Americana pelo público da 12ª Mostra Ecofalante e também premiado no Festival do Rio e na Mostra Internacional de São Paulo. Neste longa-metragem, um professor nigeriano e sua comunidade lutam para provar que seu deus Exu não é o diabo, frente aos ataques à liberdade de culto e ao racismo sistêmico no Brasil. Parte do panorama histórico desta edição da Mostra, o documentário “I Heard it Through the Grapevine”, dirigido por Dick Fontaine e estrelado por James Baldwin, acompanha uma viagem do escritor pelos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que faz um balanço das lutas pelos direitos civis e melhora das condições de vida das comunidades negras em seu país.
Filmes internacionais recentes também compõem a programação da Mostra em Brasília. Um dos destaques é “Filhos do Katrina”, de Edward Buckles Jr., que foi premiado como diretor revelação no prestigioso Festival de Tribeca. Neste documentário, ele discute a questão do racismo ambiental ao dar voz a jovens expulsos de suas casas pelo Furacão Katrina e abandonados pelo governo. “Nação Lakota Contra os EUA”, de Jesse Short Bull e Laura Tomaselli, narra a jornada dos indígenas Lakota para recuperar Black Hills, terra sagrada que foi tomada à força pelo governo norte-americano apesar da existência de tratados que garantiam a eles a posse desta terra. Com passagens pelos festivais de Locarno, IDFA-Amsterdã e CPH:DOX, “O Cuidado em Tempos Impiedosos”, de Susanna Helke, trata de uma crescente e preocupante situação na Finlândia: o progressivo envelhecimento da sociedade diante do sistema de saúde do país. Privatizado segundo um modelo de receita capitalista, esse sistema não consegue suportar o crescimento de idosos necessitados.
A economia entra em pauta em filmes como “Amor e Luta em Tempos de Capitalismo”, exibido no CPH:DOX e no Festival de Documentários DMZ, com direção de Basile Carré-Agostini. Nesta produção francesa, o casal midiático formado pelos sociólogos Monique Pinçon-Charlot e Michel Pinçon, conhecido por suas pesquisas de mais de cinco décadas sobre os ultra-ricos, é retratado no auge do movimento dos Coletes Amarelos. “A Máquina do Petróleo”, filme britânico de Emma Davies, toma o exemplo da óleo-dependência do Reino Unido para falar sobre como as principais economias contemporâneas – principalmente no hemisfério norte – se apoiam em boa parte sobre a indústria do petróleo. Sobrinha-neta de Walt Disney e herdeira da The Walt Disney Company, Abigail Disney é documentarista e ativista social. Em “O Sonho Americano e Outros Contos de Fadas”, codirigido por Kathleen Hughes, ela aborda a profunda crise de desigualdade nos Estados Unidos, usando o legado de sua família como um estudo de caso para explorar criticamente a intersecção entre racismo, poder corporativo e o sonho americano.
O evento conta ainda com curtas-metragens que receberam prêmios de júri e de público na 12ª Mostra Ecofalante: “Quem de Direito”, de Ana Galizia, que mostra a organização popular pelo acesso à terra no território do vale do Guapiaçu (Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro) e as mobilizações recentes contra um projeto de barragem na região; “A Febre da Mata”, de Takumã Kuikuro, uma denúncia contra as queimadas na Amazônia; e “Paulo Galo: Mil faces de um homem leal”, de Iuri Salles e Felipe Larozza, um retrato do ativista que ganhou destaque com o movimento dos entregadores antifascistas.
Para o público infanto-juvenil, a Mostra exibe três animações, incluindo uma produção nacional e duas francesas. “Meu Nome é Maalum”, de Luísa Copetti, conta a história de uma menina negra brasileira que enfrenta os desafios de uma sociedade racista e, com a ajuda de sua família, transforma a tristeza em orgulho por sua ancestralidade. Em “Vanille”, de Guillaume Lorrin, uma pequena parisiense embarca numa aventura cheia de mistérios em Guadalupe e faz as pazes com suas origens. Já “A Viagem do Príncipe”, dirigida por Jean-François Laguionie e Xavier Picard, mostra as aventuras e os preconceitos enfrentados por um príncipe numa terra estrangeira, de cultura e hábitos diferentes e que se construiu em oposição à natureza.
Lançamento do Circuito Tela Verde e Semana do Cerrado
Nos dias 11 e 12 de setembro, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) realiza, em parceria com a Mostra Ecofalante de Cinema, o lançamento da 12ª Mostra Nacional de Produção Audiovisual Independente do Circuito Tela Verde, que será celebrado em dois eventos.
Na segunda-feira, dia 11, a cerimônia acontece em conjunto com a abertura da Semana do Cerrado do Distrito Federal, a partir de uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Proteção Animal do Distrito Federal, a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, o Instituto Brasília Ambiental e a OSC Ecofalante.
Com início às 8h30 no Auditório Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), este evento objetiva celebrar, exaltar e problematizar a nossa relação sustentável e solidária com o Cerrado. Participarão desta ação os estudantes da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal, vinculados ao Programa Parque Educador, além dos professores, das equipes técnicas e das autoridades dos órgãos e instituições parceiras. Na ocasião, a Mostra Ecofalante exibirá o curta-metragem “Cerrado de Volta: A Restauração na Chapada dos Veadeiros”. Dirigido por Cleisyane Quintino, o filme retrata moradores da Chapada dos Veadeiros e pesquisadores que se empenham na restauração de áreas degradadas por pastagens e incêndios.
Na terça-feira, dia 12, a cerimônia acontecerá a partir das 16h no anfiteatro 9 da UnB, e contará com a exibição do curta-metragem “O Canto do Rio” e do longa-metragem “Lavra”. “O Canto do Rio”, uma produção de estudantes da Graduação em Ciências Biológicas em parceria com o Instituto de Geografia, ambos da UFRJ, é uma narrativa poética sobre as águas do rio Macaé (RJ). Já “Lavra”, documentário híbrido dirigido por Lucas Bambozzi, investiga as consequências do maior crime ambiental do Brasil: o rompimento da Barragem do Fundão na cidade de Mariana, em 2015.
O Circuito Tela Verde (CTV) é uma iniciativa do Departamento de Educação e Cidadania Ambiental, da Secretaria Executiva do MMA, e tem por objetivo discutir desafios e propostas para as questões socioambientais do país, bem como divulgar e estimular atividades de Educação Ambiental por meio da linguagem audiovisual, contribuindo com a construção de valores culturais voltados à sustentabilidade.
Para esta edição, foram selecionados 29 vídeos que abordam temáticas variadas, como: Produção e Consumo; Povos e Comunidades Tradicionais; Educação Ambiental e Cidadania; Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis; Agrotóxicos e Saúde. As exibições serão acompanhadas de discussões, com vistas a promover entre os espectadores o conhecimento da realidade nacional e das diversidades regionais, além da reflexão e aprofundamento de conteúdos apresentados nos vídeos, motivando análises e intervenções na realidade socioambiental local.
Lançamento do relatório “Yamakɨ nɨ ohotaɨ xoa! (Nós estamos sofrendo ainda)”
Integra também a programação da Mostra Ecofalante em Brasília o lançamento do relatório “Yamakɨ nɨ ohotaɨ xoa! (Nós estamos sofrendo ainda): um balanço dos primeiros meses da emergência Yanomami”, em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA), que acontecerá no dia 12 de setembro (terça-feira), às 18h30, no Anfiteatro 9 da UnB (Campus Darcy Ribeiro – ICC Sul), antecedendo a sessão do filme “Escute: A Terra Foi Rasgada”, com início às 19h.
Seis meses após o governo federal decretar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) na Terra Indígena Yanomami, a devastação da floresta começa a desacelerar, mas os Yanomami e Ye’kwana seguem sofrendo com os efeitos do garimpo ilegal em seu território, conforme o alerta de um indígena do Papiú incluído no relatório.
Lançado por três organizações indígenas – Hutukara Associação Yanomami (HAY), Associação Wanasseduume Ye’kwana (SEDUUME), e Urihi Associação Yanomami –, o documento usa dados e relatos dos indígenas para fazer um balanço das ações nos últimos seis meses, ressaltando o que vem dando certo e também expondo falhas nas ações, como a ausência de uma coordenação do governo federal e problemas nas áreas de saúde, proteção territorial, desintrusão e segurança alimentar. Ao final, o relatório propõe um caminho de diálogo com as comunidades e associações e conclui com uma série de propostas para fortalecer a proteção territorial e aprimorar os planos de recuperação sanitária das regiões mais afetadas.
O documento pode ser acessado na íntegra aqui.
Apoio educacional
Na UnB (Campus Darcy Ribeiro), a Mostra Ecofalante de Cinema – Brasília 2023 conta com o apoio e suporte do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) e com a presença de docentes e discentes da universidade ajudando na produção e organização da Mostra. Serão realizadas dez sessões e nove delas seguidas de debates nos Anfiteatros 9 e 10, localizados no Instituto Central de Ciências (ICC Sul) – Asa Norte.
Ainda sobre as atividades em conjunto com o CDS, merece também destaque o projeto de extensão em parceria com a Ecofalante e o Centro Acadêmico de Ciências Ambientais da Universidade de Brasília – CAAMB. Existente desde 2021, o projeto tem como objetivo exibir mensalmente um filme da Ecofalante Play – plataforma de streaming educacional gratuita da Ecofalante – e realizar discussões a partir dele com a comunidade interna e externa da universidade.
Realização
A itinerância da Mostra Ecofalante de Cinema em Brasília é viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura. O evento tem patrocínio da Taesa e da BASF e apoio da Drogasil e IHS. Tem apoio institucional do Cine Brasília, do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília, da Embaixada da França no Brasil, do Programa Ecofalante Universidades e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A produção é da Doc & Outras Coisas e a coprodução é da Química Cultural. A realização é da Ecofalante e do Ministério da Cultura.
Serviço
Mostra Ecofalante de Cinema – Itinerância Brasília
5 a 15 de setembro
programação gratuita
Cine Brasília
Asa Sul Entrequadra Sul 106/107
Universidade de Brasília (Unb) – Anfiteatros 9 e 10
Campus Universitário Darcy Ribeiro ICC Sul – Asa Norte
Atendimento à imprensa
ATTi Comunicação e Ideias – Eliz Ferreira e Valéria Blanco
(11) 3729.1455 / 3729.1456 / 9 9105.0441
Redes sociais
instagram.com/mostraecofalante
Programação
05/09 – terça-feira
Cine Brasília
19h00
Sessão de abertura
“Escute: A Terra foi Rasgada” (Brasil, 2023, 88’) – dir. Cassandra Mello & Fred Rahal
*Seguida por debate com as lideranças indígenas Davi Kopenawa, Maial Kayapó e Julio Ye’kwana
06/09 – quarta-feira
Cine Brasília
10h30
“Meu Nome é Maalum” (Brasil, 2021, 8’) – dir. Luísa Copetti
“Vanille” (França, 2020, 31’) – dir. Guillaume Lorrin
“Aurora – A Rua que Queria Ser um Rio” (Brasil/Islândia, 2021, 10′) – dir. Radhi Meron
“Crescer Onde Nasce o Sol” (Brasil, 2021, 13’) – dir. Xulia Doxágui
15h00
“A Febre da Mata” (Brasil, 2022, 10’) – dir. Takumã Kuikuro
“Mãri hi: A Árvore do Sonho” (Brasil, 2023, 17’) – dir. Morzaniel Ɨramari
“Um Tempo para Mim” (Brasil, 2022, 21’) – dir. Paola Mallmann
“Levante pela Terra” (Brasil, 2022, 30’) – dir. Cuhexê Krahô (Marcelo Costa)
18h00
“O Cuidado em Tempos Impiedosos” (Finlândia, 2022, 92’) – dir. Susanna Helke
19h55
“Nação Lakota Contra os Estados Unidos” (EUA, 2022, 120’) – dir. Jesse Short Bull & Laura Tomaselli
07/09 – quinta-feira
Cine Brasília
10h30
“A Viagem do Príncipe” (França/Luxemburgo, 2019, 77’) – dir. Jean-François Laguionie & Xavier Picard
15h
“Mulheres na Conservação” (Brasil, 2023, 46’) – dir. Paulina Chamorro & João Marcos Rosa *Sessão com acessibilidade (closed caption)
16h10
“Aqui en la Frontera” (Brasil, 2022, 86′) – dir.Marcela Ulhoa & Daniel Tancredi
18h
“Vento na Fronteira” (Brasil, 2022, 78’) – dir. Marina Weis & Laura Faerman
19h40
“A Invenção do Outro” (Brasil, 2022,144’) – dir. Bruno Jorge
08/09 – sexta-feira
Cine Brasília
10h30
“Meu Nome é Maalum” (Brasil, 2021, 8’) – dir. Luísa Copetti
“Vanille” (França, 2020, 31’) – dir. Guillaume Lorrin
“Aurora – A Rua que Queria Ser um Rio” (Brasil/Islândia, 2021, 10′) – dir. Radhi Meron
“Crescer Onde Nasce o Sol” (Brasil, 2021, 13’) – dir. Xulia Doxágui
15h30
“Parceiros da Floresta” (Brasil, 2022, 48’) – dir. Fred Rahal
16h45
“Lixo Fora de Lugar” (Áustria, 2022, 105’) – dir. Nikolaus Geyrhalter
18h50
“O Sonho Americano e Outros Contos de Fada” (EUA, 2022, 87’) – dir. Abigail Disney & Kathleen Hughes
20h40
“Amazônia, A Nova Minamata” (Brasil, 2022, 76’) – dir. Jorge Bodanzky
09/09 – sábado
Cine Brasília
10h30
“A Viagem do Príncipe” (França/Luxemburgo, 2019, 77’) – dir.Jean-François Laguionie & Xavier Picard
15h
“Amianto: Crônica de um Desastre Anunciado” (Bélgica, 2021, 90′) – dir. Marie-Anne Mengeot & Nina Toussaint
16h50
“Free Money” (EUA/Quênia, 2022, 77’) – dir. Lauren DeFilippo & Sam Soko
18h30
“Filhos do Katrina” (EUA, 2021, 79’) – dir. Edward Buckles Jr.
20h20
“I Heard It through the Grapevine” (EUA, 1981, 84’) – dir. Dick Fontaine & Pat Harley
10/09 – domingo
Cine Brasília
10h30
“Meu Nome é Maalum” (Brasil, 2021, 8’) – dir. Luísa Copetti
“Vanille” (França, 2020, 31’) – dir. Guillaume Lorrin
“Aurora – A Rua que Queria Ser um Rio” (Brasil/Islândia, 2021, 10′) – dir. Radhi Meron
“Crescer Onde Nasce o Sol” (Brasil, 2021, 13’) – dir. Xulia Doxágui
15h
“A Viagem do Príncipe” (França/Luxemburgo, 2019, 77’) – dir.Jean-François Laguionie & Xavier Picard
16h45
“Girl Gang” (Suíça/Alemanha, 2022, 96’) – dir. Susanne Regina Meures
18h45
“Amor e Luta em Tempos de Capitalismo” (França, 2022, 92’) – dir. Basile Carré-Agostini
20h30
“Exu e o Universo” (Brasil, 2022, 85’) – dir. Thiago Zanato
11/09 – segunda-feira
Cine Brasília
16h
“Chão de Fábrica” (Brasil, 2021, 24’) – dir. Nina Kopko
“Quem de Direito” (Brasil, 2022, 21’) – dir. Ana Galizia
“Paulo Galo: Mil Faces de um Homem Leal” (Brasil, 2022, 19’) – dir. Iuri Salles & Felipe Larozza
18h30
“No Vazio do Ar” (Brasil, 2022, 72’) – dir. Priscilla Brasil
20h
“A Máquina do Petróleo” (Reino Unido, 2022, 82’) – dir. Emma Davie
Universidade de Brasília – Anfiteatro 10
16h
“Injustiça Climática” (EUA, 2018, 1h22min) – dir. Judith Helfand
*Sessão seguida de debate com:
- Marie Paule (pesquisadora do Institut de Recherche pour le Développement);
- Diego Lindoso (professor adjunto do CDS/UnB);
- Marcos Sorrentino (Professor e Ambientalista, atualmente é Diretor de Educação Ambiental e Cidadania do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima).
- Com mediação de Renata Camargo (Jornalista, trabalha como especialista em políticas públicas climáticas mestranda do CDS UnB).
19h
“Exu e o Universo” (Brasil, 2022, 85′) – dir. Thiago Zanato
*Sessão seguida de debate com:
- José Jorge (Diretor do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia e Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa, Ministério de Ciência e Tecnologia, Professor titular da UnB);
- Kildren Pantoja Rodrigues (Pajé na linha de Pena e Maracá do Arquipélago do Marajó, atua como Consultor Socioambiental e Advogado, doutorando em Desenvolvimento Sustentável pelo CDS na UnB);
- Wanderson Flores (Professor do Departamento de Filosofia da UnB. Membro do Núcleo de Estudos sobre Filosofias Africanas “Exu do Absurdo” (NEFA/UnB) e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB/CEAM/UnB).
12/09 – terça-feira
Universidade de Brasília – Anfiteatro 9
16h
Lançamento – Circuito Tela Verde
“O Canto do Rio” (Brasil, 2023, 13’) – dir. André Pacheco Cardoso dos Santos, Carolyne de Souza, Paulo José da Silva Gonçalves & Rafael Nogueira Costa
“Lavra” (Brasil, 2021, 101′) – dir. Lucas Bambozzi
*Sessão seguida de debate com:
- Maurício Angelo (Fundador e diretor do Observatório da Mineração. Pesquisador vinculado ao CDS/UnB. Eleito um dos três jornalistas mais relevantes do Brasil no setor de Mineração, Metalurgia e Siderurgia pelo Prêmio Especialistas de 2022 e 2021);
- Mauro Capellari (Professor adjunto do CDS/UnB e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável (PPGCDS/UnB);
- Rafael Nogueira Costa (diretor do curta “O Canto do Rio”. é graduado em biologia, mestre em engenharia ambiental e professor do Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental (Nupem),da UFRJ-Macaé.
18h30
Lançamento do Relatório “Yamakɨ nɨ ohotaɨ xoa! (Nós ainda estamos sofrendo): um balanço dos primeiros meses da emergência Yanomami” por Estêvão Senra (ISA).
19h
“Escute, a Terra Foi Rasgada” (Brasil, 2023, 88′) – dir. Cassandra Mello e Fred Rahal
*Sessão seguida de debate com:
- Estevão Senra (Geógrafo com doutorado em desenvolvimento sustentável pela UnB. Tem mais de 10 anos de experiência de trabalho de campo com povos indígenas na Amazônia, em especial nos Estados de Amazonas e Roraima. Colabora desde 2013 com o Povo Yanomami em projetos de Gestão Territorial, Pesquisa Intercultural e Monitoramento Territorial);
- Beka Munduruku (Integrante do coletivo audiovisual Daje Kapap Eypi, formado por mulheres Munduruku na luta pelo território e pela vida);
- Com mediação dupla:
- Cristian Wari’u (Nascido no território indígena de Parabubure, no Mato Grosso, o comunicador Cristian Wari’u é ativista indígena do povo Xavante e estudante de Comunicação Organizacional na UnB. De 2018 pra cá, @cristianwariu cria conteúdos para seus canais no Youtube, Instagram e Tiktok sobre povos indígenas, clima, meio ambiente e também um pouco de cinema e games com uma linguagem moderna e acessível.
- Ayla Tapajós (Jornalista, Mestranda no Programa de Pós Graduação em Direitos Humanos e Cidadania, Analista de Engajamento do WWF-Brasil e Diretora de Comunicação da Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós e do Instituto Território das Artes).
13/09 – quarta-feira
Universidade de Brasília – Anfiteatro 10
16h
“Escrevendo com Fogo” (Índia, 2022, 93′) – dir. Rintu Thomas & Sushmit Ghosh
*Sessão seguida de debate com:
- Monica Nogueira (Doutora em Antropologia Social e mestre em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UnB). Professora da Faculdade UnB Planaltina (FUP). Atualmente Secretária de Comunicação da UnB.);
- Tânia Mara (É pesquisadora e professora adjunta IV do Departamento de Sociologia -UnB, bem como é integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Mulheres (NEPeM) da mesma universidade;
- Com mediação de Debora Herszenhut (É antropóloga e doutoranda em desenvolvimento sustentável pela UNB.. Atua como produtora, pesquisadora, roteirista, documentarista e educadora popular. Guarda profundo respeito pelos guardiões dos saberes tradicionais, hoje sua principal inquietação. Diretora e roteirista do documentário DEPOIS ROLA O MOCOTÓ (2009), idealizadora da série Extra Ativista Somos todos Tupy (2023) e dos curtas metragens Pegadeira (2008) e Viva São Pedro (2010))
Universidade de Brasília – Anfiteatro 9
19h
“Filhos do Katrina” (EUA, 2021, 79’) – dir. Edward Buckles Jr.
*Sessão seguida de debate com:
- Suely Araújo (Urbanista e advogada, Doutora e Mestre em Ciência Política pela UNB, foi Presidente do IBAMA de 2016 a 7 de janeiro de 2019. professora do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), Especialista Sênior em Políticas Públicas do Observatório do Clima).
- Wanderson Costa (Filho do Cerrado Maranhense, tem 23 anos, formado em História. Integra a Diretoria Executiva do Engajamundo, trabalhando diretamente com as áreas de Território, Comunidade e Segurança. É também Articulador Nacional do Movimento A vida no Cerrado e do Jovens Pelo Clima Brasil).
- Com mediação de Caena Rodrigues,pesquisadora e Assessora Técnica com atuação em contextos de direitos humanos, justiça ambiental e social em contexto de Reparação de Danos decorrentes de conflitos de Racismo Ambiental. Psicóloga formada pela UFBA, Especialista em Saúde da População do Campo pela UPE e Mestranda do programa de Sustentabilidade junto a Povos e Comunidades Tradicionais da UnB.
14/09 – quinta-feira
Universidade de Brasília – Anfiteatro 9
16h
“The Gig Is Up: O Mundo É uma Plataforma” (Canadá/França, 2021, 89′) – dir. Shannon Walsh
*Sessão seguida de debate com:
- Abel Santos (32 anos, negro e morador de periferia, há 4 anos na luta por direitos e melhores condições de trabalho para os plataformisados e vice presidente da Associação dos Trabalhadores por aplicativo e Motociclistas do Distrito Federal e entorno (ATAMDF));
- José Geraldo Júnior (professor titular da Universidade de Brasília, onde foi reitor de 2008 a 2012. Atua na Faculdade de Direito (graduação e pós-graduação) e no Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (CEAM). É coordenador do projeto “O Direito Achado na Rua”, concepção teórica, desenvolvida a partir das ideias de Roberto Lyra Filho.
- Com mediação de Laura Vale Gontijo (doutoranda em Sociologia na UnB. Faz parte do Grupo de Estudos “Mundo do trabalho e teoria social” e do Grupo de Estudos e Pesquisas para o Trabalho (GEPT). Participa também do “platform work inclusion living lab”, rede internacional de pesquisadores sobre trabalho em plataforma digital).
Universidade de Brasília – Anfiteatro 10
19h
“A Máquina do Petróleo” (Reino Unido, 2022, 82’) – dir. Emma Davie
*Sessão seguida de debate com:
- Alexandre Strapasson (Professor Adjunto. Ph.D. em Environmental Research pelo Imperial College de Londres, com pós-doutorado pela Universidade de Harvard. Foi pesquisador do Belfer Center em Harvard, professor honorário do Imperial College, professor visitante do IFP School em Paris e consultor internacional. Anteriormente, foi Diretor do Departamento de Agroenergia e Secretário-Substituto no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Consultor do PNUD para energia, ozônio e clima no Ministério do Meio Ambiente (MMA).
- Helena Falkenberg (tem 21 anos, é estudante de ciências biológicas na UnB e militante do movimento socioambiental e anticapitalista de juventude, Jovens Pelo Clima).
15/09 – sexta-feira
Universidade de Brasília – Anfiteatro 10
16h
“Aqui en la Frontera” (Brasil, 2022, 86′) – dir. Marcela Ulhoa & Daniel Tancredi
*Sessão seguida de debate
- Elaine Moreira (Doutora em Antropologia, pós-doutora em bioética e Coordenadora do projeto de extensão Observatório dos Direitos e Políticas Indigenistas (OBIND) do Departamento Estudos Latino-Americanos (UnB).
- Marcela Ulhoa (Diretora do filme “Aqui en la Frontera”)
- Daniel Tancredi (Diretor do filme “Aqui en la Frontera”)
- Com mediação de Norlan Silva (SEDF/UnB), Doutorando em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional/UnB.
19h
“A Invenção do Outro” (Brasil, 2022,144’) – dir. Bruno Jorge
Lista completa de filmes
“A Febre da Mata” (Brasil, 2022, 10’) – dir. Takumã Kuikuro
Sinopse: O pajé e sua família saem para pescar. Durante a pesca uma onça se aproxima e começa a esturrar assustada em busca de ajuda. Seu grito é um alerta. O pajé retorna imediatamente para a aldeia e alerta seu povo do perigo que se aproxima. Ele busca força espiritual na pajelança à medida que sua preocupação cresce. O fogo invade a floresta e os animais fogem em busca de abrigo, mas muitos não resistem e morrem. A floresta arde em chamas e depois a seca é extrema.
“A Invenção do Outro” (Brasil, 2022,144’) – dir. Bruno Jorge
Sinopse: A Funai realiza a maior expedição das últimas décadas na Amazônia para tentar encontrar e estabelecer o primeiro contato com um grupo de indígenas isolados da etnia dos Korubos, em estado de vulnerabilidade, e ainda promover um delicado reencontro com parte da família já contactada poucos anos antes.
“A Máquina do Petróleo” (Reino Unido, 2022, 82’) – dir. Emma Davie
Sinopse: A Máquina do Petróleo explora o complexo envolvimento econômico, histórico e emocional com o petróleo à medida que avançamos rumo ao colapso climático. Desde a descoberta de enormes campos deste combustível fóssil na costa da Escócia até sua privatização em massa durante a era Thatcher, este documentário abrangente revela como o petróleo se tornou o motor invisível que impulsiona as políticas públicas e econômicas do Reino Unido. Reunindo uma ampla gama de vozes de diversos setores, o filme pergunta: “como podemos desmantelar essa máquina, e quão rápido?”
“A Viagem do Príncipe” (França/Luxemburgo, 2019, 77’) – dir.Jean-François Laguionie & Xavier Picard
Sinopse: Um príncipe estrangeiro é encontrado desacordado na costa de um país longínquo e de hábitos culturais diferentes. Considerando-o estranho e primitivo, dois cientistas resolvem estudá-lo. Para isso, prendem o príncipe no museu onde trabalham, lugar onde toda sorte de animais e plantas são objetificados para fins de pesquisa. Nesse local, o príncipe fará amizade com o jovem Tom, que irá apresentá-lo a esse novo país, um mundo construído em detrimento da floresta e da natureza, cujos habitantes se creem únicos e são dominados por diversos tipos de medos.
“Amazônia, A Nova Minamata” (Brasil, 2022, 76’) – dir. Jorge Bodanzky
Sinopse: Este documentário acompanha a saga do povo Munduruku para conter o impacto destrutivo do garimpo de ouro em seu território ancestral, enquanto revela como a doença de Minamata, decorrente da contaminação por mercúrio, ameaça hoje os habitantes de toda a Amazônia.
“Amianto: Crônica de um Desastre Anunciado” (Bélgica, 2021, 90′) – dir. Marie-Anne Mengeot & Nina Toussaint
Sinopse: Durante mais de 20 anos, o uso generalizado do amianto na Europa foi retratado por uma jornalista da televisão nacional belga em diversos programas. Neste documentário-denúncia, a montagem desse rico acervo evidencia como a direção da indústria do amianto sabia dos riscos que o material oferecia para a saúde, e como sua insistente ocultação dos perigos deste produto “milagroso” e muito rentável levou à doença e à morte de inúmeros trabalhadores e suas famílias.
“Amor e Luta em Tempos de Capitalismo” (França, 2022, 92’) – dir. Basile Carré-Agostini
Sinopse: Eles são os primeiros a serem chamados pela mídia quando há crises e escândalos no mundo financeiro. Monique Pinçon-Charlot e Michel Pinçon são um casal de sociólogos franceses conhecidos por sua pesquisa de mais de cinco décadas sobre desigualdade e os ultra-ricos. Quando o movimento dos coletes amarelos irrompe no coração da capital francesa, eles são forçados a deixar a tranquilidade de sua aposentadoria de lado.
“Aqui en la Frontera” (Brasil, 2022, 86′) – dir. Marcela Ulhoa & Daniel Tancredi
Sinopse: Filmado na fronteira entre o Brasil e a Venezuela em meio a uma das maiores crises migratórias da América Latina, Aqui en la Frontera conta a história de três venezuelanos com vivências de acolhida bem distintas. O filme retrata Stephanny, uma jovem mãe de 21 anos que precisa retornar ao país para buscar sua filha; Francis, uma mulher trans e liderança de um abrigo de refugiados militarizado do Governo Brasileiro, e Argenis, que organiza uma ocupação com mais de 300 venezuelanos em Boa Vista, sob ameaça de despejo.
“Aurora – A Rua que Queria Ser um Rio” (Brasil/Islândia, 2021, 10′) – dir. Radhi Meron
Sinopse: Se as ruas pudessem falar, o que diriam? Aurora é uma triste e solitária rua de uma grande cidade. Em um dia de chuva forte, ela relembra sua trajetória, sonha com o futuro e se pergunta: é possível uma rua morrer?
“Chão de Fábrica” (Brasil, 2021, 24’) – dir. Nina Kopko
Sinopse: 1979. As máquinas desligam para o horário do almoço dentro de uma metalúrgica de São Bernardo do Campo. Quatro operárias comem dentro do banheiro feminino. Entre risos e conflitos, cada uma guarda o seu segredo.
“Crescer Onde Nasce o Sol” (Brasil, 2021, 13’) – dir. Xulia Doxágui
Sinopse: No Alto do Sol Nascente não tem praça, nem parque. As crianças que crescem onde o sol nasce demarcam com as próprias mãos os territórios do brincar. “Escrevendo com Fogo” (Índia, 2022, 93′) – dir. Rintu Thomas & Sushmit Ghosh
Sinopse: Em um cenário de notícias caótico e dominado majoritariamente por homens, surge o primeiro e único jornal diário da Índia dirigido por mulheres. Equipadas com smartphones, a editora-chefe e repórter Meera e suas jornalistas quebram tradições, seja na linha de frente da cobertura dos maiores problemas do país ou dentro de suas casas, redefinindo seus papéis naquela sociedade.
“Escute, a Terra Foi Rasgada” (Brasil, 2023, 88’) – dir. Cassandra Mello & Fred Rahal
Sinopse: A partir do universo de três povos indígenas pressionados pela destruição causada pelo garimpo, o filme propõe uma aproximação do pensamento dos Yanomami, Munduruku e Mebêngôkre (Kayapó), na formação de uma aliança histórica em defesa dos territórios. É, portanto, uma narrativa sobre resistência e resiliência, na figura de uma união inédita que firma a manutenção de seus territórios físicos e subjetivos. Para além da destruição causada pelo garimpo, este é um filme sobre a impossibilidade de separação entre a existência indígena e o seu território.
“Exu e o Universo” (Brasil, 2022, 85’) – dir. Thiago Zanato
Sinopse: No Brasil, país onde a liberdade de culto está sob ataque e o racismo é sistêmico, um professor nigeriano e sua comunidade lutam para provar que seu deus Exu não é o diabo. Exu e o Universo é um filme sobre a descolonização do pensamento e a influência do povo Iorubá no Brasil e ao redor do mundo.
“Filhos do Katrina” (EUA, 2021, 79’) – dir. Edward Buckles Jr.
Sinopse: Em 2005, o furacão Katrina não apenas destruiu grande parte da cidade de Nova Orleans, mas também mudou para sempre a vida de muitos jovens. O cineasta Edward Buckles Jr. tinha 13 anos quando isso aconteceu. Em seu documentário de estreia, ele dá voz aos que foram expulsos de suas casas e abandonados pelo governo da época.
“Free Money” (EUA/Quênia, 2022, 77’) – dir. Lauren DeFilippo & Sam Soko
Sinopse: Quando a renda básica universal (RBU) chega à aldeia queniana de Kogutu, vidas mudam para sempre. A GiveDirectly, uma das ONGs de crescimento mais rápido do século XXI, está enviando dinheiro gratuitamente aos moradores da pequena aldeia como parte do maior experimento de RBU do mundo, com doze anos de duração. Os cineastas justapõem a história desses jovens economistas, financiados pelo Vale do Silício e convencidos de que encontraram um algoritmo infalível para acabar com a pobreza mundial, com retratos de quenianos locais, cujas vidas estão sendo dramaticamente impactadas para o bem e para o mal.
“Girl Gang” (Suíça/Alemanha, 2022, 96’) – dir. Susanne Regina Meures
Sinopse: Ser um influencer é o sonho de muitos adolescentes; tudo parece tão fácil — você grava alguns vídeos por dia, usa algumas tags inteligentes e os seguidores, brindes e dinheiro vêm logo na sequência. Mas, embora este retrato de Leonie, uma adolescente de 14 anos de Berlim, seja enquadrado como um conto de fadas, as aparências enganam.
“I Heard It through the Grapevine” (EUA, 1981, 84’) – dir. Dick Fontaine & Pat Harley
Sinopse: Pouco mais de duas décadas depois da eclosão do Movimento dos Direitos Civis, o escritor James Baldwin revisita lugares históricos que se estendem do sul ao norte dos EUA. Neste road movie que mistura depoimentos e imagens de arquivo, ele encontra pelo caminho amigos, ativistas e colegas escritores como Amiri Baraka, Oretha Castle Haley e Chinua Achebe, e faz um balanço das lutas contra o racismo e das injustiças arbitrárias cometidas desde sempre contra a população negra de seu país.
“Injustiça Climática” (EUA, 2018, 82′) – dir. Judith Helfand
Sinopse: Chicago sofreu a pior onda de calor da história dos Estados Unidos em 1995, quando 739 pessoas – a maioria idosos e negros – morreram no espaço de uma semana. Vinculando a devastação do desastre natural ao desastre antrópico do racismo estrutural, o filme investiga uma das indústrias de maior crescimento das últimas décadas: a indústria de preparação para emergências e desastres. A diretora pergunta: como pode o Estado estar disposto a se prevenir contra desastres naturais, mas relutar em reconhecer os desastres em câmera lenta que ele mesmo promove?
“Lavra” (Brasil, 2021, 101′) – dir. Lucas Bambozzi
Sinopse: Camila, geógrafa, retorna à sua terra natal depois de o rio de sua cidade ser contaminado pelo maior crime ambiental do Brasil, provocado por uma mineradora transnacional. Camila segue o caminho da lama que atingiu o rio, varreu povoados, tirou vidas e deixou um rastro de morte e destruição, e começa a repensar seu estilo de vida. Decide fazer um mapeamento dos impactos da mineração em Minas Gerais e se envolve com ativistas e movimentos de resistência, saindo do individualismo para a coletividade. Lavra é um road-movie sobre perder um mundo e tentar recuperá-lo, sobre pertencimento e identidade, na guerra em curso entre capitalismo e a natureza. “Levante pela Terra” (Brasil, 2022, 30’) – dir. Cuhexê Krahô (Marcelo Costa)
Sinopse: O documentário foi gravado durante o acampamento Levante Pela Terra, em junho de 2021, em Brasília. Quando lideranças indígenas de todas as regiões do Brasil se reuniram, em plena pandemia, para lutar contra o PL490, projeto de lei que tramita no Congresso Nacional e que ameaça a autonomia dos territórios e processos de demarcação. O filme também reflete a luta dos Povos Originários diante do avanço do garimpo e do agronegócio.
“Lixo Fora de Lugar” (Áustria, 2022, 105’) – dir. Nikolaus Geyrhalter
Sinopse: Lixo Fora de Lugar é um filme sobre dejetos que se espalham pelo mundo, nos mais remotos cantos do planeta. Nikolaus Geyrhalter segue os rastros de nosso lixo ao redor do mundo e lança luz sobre a infinita luta das pessoas para ter controle sobre uma vasta quantidade de lixo.
“Mãri hi: A Árvore do Sonho” (Brasil, 2023, 17’) – dir. Morzaniel Ɨramari
Sinopse: Quando as flores da árvore Mãri desabrocham surgem os sonhos. As palavras de um grande xamã conduzem uma experiência onírica através da sinergia entre cinema e sonho yanomami, apresentando poéticas e ensinamentos dos povos da floresta.
“Meu Nome é Maalum” (Brasil, 2021, 8’) – dir. Luísa Copetti
Sinopse: Maalum é uma menina negra brasileira que nasce e cresce em um lar rodeado de amor e de referências afrocentradas. Logo que Maalum sai do seio de sua casa, ela se depara com os desafios impostos pelos discursos e práticas de uma sociedade racista. Assim que ela chega na escola, todos riem do seu nome. Ela não entende o porquê e, com ajuda da sua família, Maalum vai descobrir o significado e a tristeza se transforma em orgulho através da sua ancestralidade.
“Mulheres na Conservação” (Brasil, 2023, 46’) – dir. Paulina Chamorro & João Marcos Rosa
Sinopse: Mulheres na Conservação lança um olhar delicado e sensível sobre a vida e o trabalho de sete heroínas da luta ambiental. O documentário faz um recorte desse universo feminino que está à frente de ações e estudos sobre Conservação e Meio Ambiente no Brasil.
“Nação Lakota Contra os Estados Unidos” (EUA, 2022, 120’) – dir. Jesse Short Bull & Laura Tomaselli
Sinopse: Nação Lakota contra os Estados Unidos narra a jornada dos indígenas Lakota para recuperar Black Hills, terra sagrada que foi tomada à força pelo governo norte-americano apesar da existência de tratados que garantiam a eles a posse desta terra. Um retrato marcante e oportuno da resistência, o filme explora as maneiras pelas quais a América ignorou sua dívida com as comunidades indígenas e pondera o que pode ser feito hoje para reparar os erros do passado.
“No Vazio do Ar” (Brasil, 2022, 72’) – dir. Priscilla Brasil
Sinopse: Na tentativa de entender o que leva alguém a desejar tornar-se piloto na Amazônia, uma atividade mal remunerada e, muitas vezes, fatal, a autora resolve retornar ao pequeno aeroporto em que seu tio voava, 30 anos após sua morte. Enquanto a pista parece ruir, os pilotos nos falam sobre precariedade, preconceito e crime nos céus que encobrem a floresta.
“O Canto do Rio” (Brasil, 2023, 13’) – dir. André Pacheco Cardoso dos Santos, Carolyne de Souza, Paulo José da Silva Gonçalves & Rafael Nogueira Costa
Sinopse: O filme “O Canto do Rio” é uma narrativa poética sobre as águas do rio Macaé (RJ). O canto significa o ato de cantar, narrar o seu percurso. Assim, canta a serpente ao descer pela Mata Atlântica. Porém, o canto também significa a margem, a borda, o esquecimento. O lado silencioso que está presente nos manguezais brasileiros, transformados em zonas de sacrifício, com construções espontâneas e elevado despejo de esgoto. Nestes cantões surgem os meninos-caranguejos, seres híbridos.
“O Cuidado em Tempos Impiedosos” (Finlândia, 2022, 92’) – dir. Susanna Helke
Sinopse: O progressivo envelhecimento da sociedade está exercendo uma grande pressão sobre o sistema de saúde finlandês, que foi privatizado segundo um modelo de receita capitalista – ou melhor, um modelo de perda, pois há simplesmente mais idosos necessitados do que o sistema consegue suportar. Entre entrevistas e cenas de um sistema de saúde maltratado, um coral de cuidadoras mal remuneradas canta canções de descontentamento e reclamações anônimas.
“O Sonho Americano e Outros Contos de Fada” (EUA, 2022, 87’) – dir. Abigail Disney & Kathleen Hughes
Sinopse: Sobrinha-neta de Walt Disney, Abigail Disney faz parte de uma das famílias mais bem sucedidas do país. Neste filme, a documentarista e ativista social aborda a profunda crise de desigualdade nos Estados Unidos, usando o legado de sua família como um estudo de caso para explorar criticamente a intersecção entre racismo, poder corporativo e o sonho americano.
“Parceiros da Floresta” (Brasil, 2022, 48’) – dir. Fred Rahal
Sinopse: Parceiros da Floresta é um filme-manifesto de uma nova visão de economia florestal sustentável e inclusiva como estratégia para mitigação e adaptação às mudanças climáticas. O documentário evidencia o potencial econômico da floresta em pé a partir de casos de sucesso no cinturão tropical do mundo, promovendo uma visão de desenvolvimento econômico e social centrado na biodiversidade.
“Paulo Galo: Mil Faces de um Homem Leal” (Brasil, 2022, 19’) – dir. Iuri Salles & Felipe Larozza
Sinopse: Paulo ‘Galo’ Lima ganhou destaque no ano passado com o movimento dos entregadores antifascistas e, em 2021, foi preso após a ação que ateou fogo na estátua do Borba Gato, em São Paulo. Para ele, ‘faltou tempo’ dentro da cadeia. Conheça a verdadeira história de Galo.
“Quem de Direito” (Brasil, 2022, 21’) – dir. Ana Galizia
Sinopse: A organização popular pelo acesso à terra marca o território do vale do Guapiaçu (Cachoeiras de Macacu, RJ), as mobilizações recentes contra um projeto de barragem colocam a água, também, como elemento de disputa.
“The Gig Is Up: O Mundo É uma Plataforma” (Canadá/França, 2021, 89′) – dir. Shannon Walsh
Sinopse: Desde os serviços de entrega de comida e transporte por aplicativo até a marcação de imagens para a inteligência artificial, milhões de pessoas em todo o mundo estão encontrando trabalho online. A economia GIG vale mais de 5 trilhões de dólares em todo o mundo e só cresce. No entanto, as histórias dos trabalhadores por trás dessa revolução tecnológica são silenciadas. Quem são as pessoas por trás dessa força de trabalho invisibilizada? The Gig Is Up: O Mundo É Uma Plataforma traz suas histórias à tona.
“Um Tempo para Mim” (Brasil, 2022, 21’) – dir. Paola Mallmann
Sinopse: Florência fica menstruada pela primeira vez no mesmo dia em que ocorre um eclipse da Lua. Ela é criada pela avó e segue a rotina e os costumes de sua tradição mbya guarani. Recolhida do convívio social, Florência vive uma transformação.
“Vanille” (França, 2020, 31’) – dir. Guillaume Lorrin
Sinopse: Vanille, uma pequena parisiense chega a Guadalupe para passar as férias com a parte materna de sua família. No início, ela está contrariada, mas à medida em que mergulha em uma aventura cheia de mistérios, ela faz as pazes com suas origens. Taí férias que prometem intensas reviravoltas!
“Vento na Fronteira” (Brasil, 2022, 78’) – dir. Marina Weis & Laura Faerman
Sinopse: O filme se passa na violenta fronteira do Brasil com o Paraguai, coração do agronegócio brasileiro. A equipe acompanha o crescimento do poder político ruralista e suas ligações íntimas com o governo de Jair Bolsonaro. Ao mesmo tempo, retrata a intimidade da resistência feminina indígena na região, seus ideais comunitários e sua luta pelo planeta.