Morgan Freeman volta a causar polêmica ao criticar Mês da História Negra nos EUA: ‘Detesto’

O ator afirmou que encara datas do tipo como um insulto a sua identidade

Morgan Freeman não esconde o que pensa ao falar sobre pautas raciais. O vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme ‘Menina de Ouro’ (2004) voltou a rejeitar o Mês da História Negra, que acontece em fevereiro nos Estados Unidos, e explicou por que não gosta do termo “afro-americano”.

“Eu detesto”, Freeman afirmou sobre a data em entrevista à Variety publicada no último sábado (15). “Vocês vão me dar o mês mais curto do ano? E vão celebrar a ‘minha’ história?’ Toda essa ideia me dá nos nervos. Não é certo”.

O ator Morgan Freeman — Foto: Getty Images
O ator Morgan Freeman — Foto: Getty Images

“Minha história é a história americana. É a única coisa no mundo pela qual estou interessado, além de fazer dinheiro, me divertir e dormir o suficiente”, o ator continuou.

O Mês da História Negra, presente no calendário oficial do país, é um período para a reflexão sobre figuras e eventos importantes na história das pessoas negras e da diáspora africana.

Morgan Freeman em 'Um Sonho de Liberdade' — Foto: Divulgação
Morgan Freeman em ‘Um Sonho de Liberdade’ — Foto: Divulgação

Em diversas outras ocasiões, Freeman condenou a celebração e disse que o uso da palavra “afro-americano” é um “insulto”.

“Há duas coisas que posso dizer abertamente que não gosto. O Mês da História Negra é um insulto. Vocês vão restringir toda minha história a um mês? ‘Afro-americano’ também é um insulto. Não me incluo nesse título”, ele declarou em 2023.

Morgan Freeman e Clint Eastwood em cena de Menina de Ouro (2004) — Foto: Reprodução
Morgan Freeman e Clint Eastwood em cena de Menina de Ouro (2004) — Foto: Reprodução

“As pessoas negras tiveram diferentes títulos desde a N-word [termo para se referir a uma alcunha racista utilizada em países de língua inglesa]. Eu não entendo como essas coisas ganham tanto destaque, mas todos usam ‘afro-americano’. O que isso significa? A maioria das pessoas negras nessa parte do planeta é mestiça. E vocês dizem África como se fosse um país, quando na verdade se trata de um continente, como a Europa”, acrescentou.

Em 2005, o ator chegou a apontar que o caminho para acabar com o racismo era parar de falar sobre o assunto.

Morgan Freeman e Brad Pitt em 'Se7en' — Foto: Divulgação
Morgan Freeman e Brad Pitt em ‘Se7en’ — Foto: Divulgação

Em sua nova reclamação, Freeman ainda ressaltou a importância de conhecer a história de seu próprio país. “Se você não conhece seu passado, se não se lembra dele, você está condenado a repeti-lo”, argumentou.

Ao lado de Kevin Costner e Lori McCreary, o ator produziu ‘The Gray House’, série que conta a história de quatro mulheres recrutadas como espiãs durante a Guerra Civil dos Estados Unidos. A produção estreou no Festival de Televisão de Monte Carlo na semana passada.

*Com informações de Revista Monet

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1 Comment

  • Show de artigo.
    Sou cada vez mais fã deste ator.
    Acredito que, como no meu caso, PcD, as pessoas, mesmo que ainda não saibam, buscam respeito e dignidade e não óbolos ou piedade.
    Parabéns pelo texto e imagens.

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