Moda pela natureza: marcas com iniciativas sustentáveis para ficar de olho

Peças veganas, a luta para zerar a pegada de carbono, investimento em moda consciente e produções artesanais; Confira as pautas sustentáveis abraçadas por algumas marcas para ficar de olho e comprar com a consciência limpa

Sustentabilidade é pauta cada vez mais urgente em todos os setores, bem como na moda. A indústria têxtil tornou-se uma das grandes responsáveis pela emissão de gás carbônico na atmosfera, produção de lixo e consumo de água. Portanto, já passou da hora de olhar de frente para o problema e criar soluções para reverter e combater as mudanças climáticas – tema que norteia a indústria da moda nos últimos anos mais do que nunca. Separamos algumas marcas que se destacaram este ano com inciativas voltadas para o meio ambiente, desde nomes com produção de grande circulação até menores ateliês que já nasceram pensando na natureza como parte do trabalho.

Gucci

Este ano a Gucci publicou o primeiro relatório de impacto socioambiental e os resultados mostram que a meta foi superada 4 anos antes do previsto. O Relatório de Impacto Equilibrium veio para sintetizar os compromissos da grife com pessoas e o planeta, estes sendo os pilares das ações. 

Das metas estabelecidas para o ano de 2025, a Gucci atingiu marcas como 44% de redução dos impactos ambientais totais e 47% de redução nas emissões de gases de efeito estufa. Apenas em 2020, a grife registrou diminuição de 17% nas emissões de gases de efeito estufa e uma redução de 9% de sua pegada total em relação a 2019.

Gucci relatório impacto ambiental (Foto: Divulgação )
Gucci relatório impacto ambiental (Foto: Divulgação )

“Nosso Relatório de Impacto Equilibrium inaugural da Gucci ilustra nossas ações e compromissos de sermos inclusivos, sustentáveis e responsáveis em tudo o que fazemos”, diz o presidente e CEO da Gucci, Marco Bizzarri.

“Superamos nossa meta de reduzir nossa pegada total quatro anos antes, uma conquista que ressalta nosso compromisso com a mudança transformadora. É nossa missão fazer parte da solução para um amanhã melhor e continuaremos a construir um valor autêntico em nossos negócios e no mundo em geral – valor para as pessoas, valor para o clima e valor para a natureza”, completa.

Farfetch

A plataforma de tecnologia da indústria de moda de luxo se une ao Projeto Fio, negócio social que atua capacitando mulheres no bordado em comunidades do Rio de Janeiro. 

Cada peça é bordada por uma das mulheres envolvidas no projeto, em processo colaborativo, com materiais naturais e biodegradáveis, possibilitando a capacitação das bordadeiras que encontram no desenvolvimento da técnica também uma fonte de renda.

Amaro

Relatórios ambientais tornaram-se exigência para as marcas e a Amaro é uma das que levam o tema a sério. Em conversa com Marie Claire, o fundador Dominique Oliver, explica que estes relatórios, muitas vezes, parecem que são escritos “para não serem lidos”. Com longos blocos de texto, cheios de termos em inglês e muitos números, acabam sendo desinteressantes para um público mais amplo. A empresa lança este ano relatório de sustentabilidade em formato online, com toda a trajetória da marca em busca de uma cadeia produtiva sustentável explicada de forma divertida, simples, mas assertiva.

Amaro lança relatório de sustentabilidade online  (Foto: Reprodução)
Amaro lança relatório de sustentabilidade online (Foto: Reprodução)

Vale destacar que a Amaro conseguiu realizar o feito de ser uma empresa 100% carbono negativo, compensando o dobro de carbono emitido em toda a cadeia de produção.

“Temos a capacidade de traduzir assuntos como esse para os clientes através de uma experiência muito digital, colocando essas informações na palma da mão da pessoa. Assim o cliente pode, por exemplo, escolher entre duas peças: uma de algodão orgânico e uma normal. A primeira pode custar um pouco mais, mas tem metade da emissão [de poluentes]. Talvez mais pessoas comecem a comprar a orgânica. Acho que sem informação nenhuma é muito difícil convecer que sustentabilidade é algo que deve ser valorizado”, explica Oliver.

Renner

Todas as iniciativas citadas seguem os temas descritos pela sigla ESG, que em inglês significa “environmental, social and governance” (ambiental, social e governança, em português), o que significa redução de impacto ambiental e social em todas as partes do processo produtivo e de trabalho. 

“Em 2018 conseguimos materializar publicamente nossos compromissos com relação a ESG. Um deles era ter 100% da nossa cadeia e fornecedores com certificação sociambiental em 2021, outro era ter 75% do nosso consumo de energia vindo de fontes renováveis de baixo impacto. Devemos chegar a 80% ainda este ano”, explica o diretor presidente da Lojas Renner, Fabio Faccio.

Este ano, a marca de fast fashion, anunciou a aquisição do brechó online Repassa, uma startup nativa digital fundada em 2015 com base nas premissas ESG, e que conta atualmente com 300 colaboradores. A plataforma online, com foco exclusivo em moda, estimula o consumo consciente e prolonga a vida útil de roupas, calçados e acessórios em bom estado de conservação, gerando impacto ambiental e social positivo nesse processo.

O conceito de fast fashion surgiu nos anos 90, criando produtos para consumo rápido, excessivo e de menor custo. A aquisição da startup vai na contramão do conceito, trazendo a moda circular para dentro das lojas da marca. O ponto de partida para a aquisição, foi em 2020, quando a Renner iniciou uma parceria com o Repassa e algumas lojas da varejista passaram a fornecer as “Sacolas do Bem” utilizadas pelos usuários para colocar e enviar ao Repassa as peças a serem revendidas. 

“Seja através da revenda, da doação, as nossas marcas, Marfino, Blue Still, Just Be, são as mais vendidas no Repassa. Agora o cliente pode comprar, usar e repassar”, completa Faccio. 

Maria Filó

A marca carioca Maria Filó lança mais uma edição da linha Hera. As novas peças chegam nas lojas de e-commerce da marca como um convite para o consumo consciente.

Maria Filó lança coleção sustentável (Foto: Divulgação )
Maria Filó lança coleção sustentável (Foto: Divulgação )

Lançada pela primeira vez em 2018 como uma coleção cápsula, hoje é o recorte sustentável da marca. “Essa linha surgiu do nosso desejo em reduzir os impactos negativos gerados pela indústria têxtil. Após muitas pesquisas de processos e matérias-primas, desenvolvemos peças atemporais que pudessem permanecer no closet da mulher contemporânea, sem agredir o meio ambiente”, conta a diretora da Maria Filó, Roberta Ribeiro.

A coleção foi confeccionada com tecidos ecologicamente corretos, que utilizam fios de algodão de sobra e garrafas PET na composição.

Urban Flowers

Vegana, a Urban Flowers já nasce com sustentabilidade como pilar. Além da matéria-prima das peças, a marca de calçados prioriza práticas sustentáveis e de lixo zero. Desde a escolha do material das lixeiras do banheiro, até a posição solar estratégica para poupar recursos. A empresa abraça causas como veganismo, feminismo, sustentabilidade e slow fashion.

Urban Flowers, marca vegana e sustentável  (Foto: Reprodução)
Urban Flowers, marca vegana e sustentável (Foto: Reprodução)

*Com informações da Marie Claire.

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