MALHAÇÃO CANCELADA: RELEMBRE 7 CURIOSIDADES OU MOMENTOS DA NOVELA
Muita gente ficou surpresa pelo anúncio de que Malhação será cancelada, após 26 anos na grade de programação da Globo (e alguns ficaram surpresos mesmo em descobrir que a novela ainda está no ar). Mas o fato é que, sendo noveleiro ou não, todo mundo já assistiu a pelo menos 1 episódio de Malhação ao longo desses anos no ar.
A questão é que Malhação já estava com baixa audiência há alguns anos e por isso não compensava seu custo de produção. Para a Globo, compensa mais colocar reprises no horário ou um programa mais barato — dizem que o Vídeo Show será ressuscitado para isso. A produção de novos capítulos tinha sido interrompida em 2020, por causa da pandemia, porém uma nova temporada estava sendo escrita para ir ao ar no ano que vem — até que veio a notícia do cancelamento.
Antes desse fim melancólico, a novelinha adolescente da Globo revelou diversos atores que fizeram sucesso, teve trilhas sonoras ótimas, além de momentos e temporadas que marcaram gerações desde a década de 1990. Por isso, a gente preparou essa lista com 7 curiosidades e momentos marcantes de Malhação. Para entrar no clima de nostalgia, dê play em Te Levar, do Charlie Brown Jr., a música de abertura mais marcante de Malhação.
1. Tudo começou em uma academia
Algumas pessoas não entendem por que o título da novela é Malhação, esquecendo-se de que lá nos anos 1990 o cenário principal da trama era uma academia.
A história teve início em 24 de abril de 1995, e a 1ª temporada foi protagonizada por Héricles (Danton Mello), que chega ao Rio de Janeiro para trabalhar na academia de Paula (Sílvia Pfeiffer). Héricles se apaixona por Bella (Juliana Martins), mas o namorado dela, Romão (Luigi Baricelli), tenta impedir o casal de ficar junto. Enquanto isso, os filhos adolescentes de Paula e outros alunos, como Mocotó (André Marques), criavam outras situações que movimentavam a história.
A ideia inicial era contar histórias simples, que começassem na segunda-feira e terminassem na sexta-feira — renovando a novela por anos, sem data para terminar. Esse conceito acabou se perdendo, mas Malhação foi muito mais longe do que o esperado.
2. O fracasso ao vivo e a Malhação Múltipla Escolha
Nos 2 anos seguintes, vários personagens saíram, outros entraram, a ideia de histórias semanais foi abandonada, mas a academia continuou como cenário principal. Até que em 1998, o formato começou a ficar desgastado.
Em outubro desse ano, a academia foi demolida e uma Malhação completamente nova entrou no ar, mas não estamos falando da fase Múltipla Escolha — antes disso, ainda em 1998, a Globo tentou criar um programa ao vivo, apresentado por Mocotó. Ele falava sobre a antiga academia e lia comentários dos “internautas”. Em um episódio, um usuário mandou “ROBERTO MARINHO TRAFICANTE” em letras garrafais no chat, falando mal do presidente da Globo, por exemplo.
Então, claro que a temporada “ao vivo” não deu certo e, em pouco tempo, a academia voltou. Isso até outubro de 1999, quando a Malhação Múltipla Escolha ficou pronta.
3. Os tempos áureos de Malhação
Por mais que muitas pessoas tenham saudades da academia, as maiores audiências de Malhação foram mesmo registradas na época do colégio Múltipla Escolha — que foi erguido nos escombros da academia, mantendo uma “continuidade” com a história inicial.
A cada ano, o casal principal e alguns personagens eram trocados, mas outros permaneciam, como Mocotó, Cabeção (Sérgio Hondjakoff), Dona Vilma (Bia Montez) e o professor Pasqualete (Nuno Leal Maia). Foi nessa época que surgiu a temporada de maior sucesso da Malhação em toda sua história: a da Vagabanda.
Gustavo (Guilherme Berenguer) era um rapaz rebelde, vocalista de uma banda com Catraca (João Velho) e Natasha (Marjorie Estiano), apaixonada por ele. Até que ele se envolve em um problema com a justiça ao jogar um colega do alto de um dique e quase matá-lo. Quando Gustavo vai fazer serviços sociais para pagar sua pena, ele conhece Letícia (Juliana Didone), formando o casal principal da temporada. Relembre um trecho a seguir.
4. A escola de novos atores da Globo
Uma curiosidade de Malhação que muita gente não sabe é que a ideia de criar a novela partiu do diretor Roberto Talma, veterano da Globo. Desde o começo, ele pensou que uma história adolescente seria uma boa ideia para testar novos atores, roteiristas e diretores.
Os talentos revelados em Malhação renderiam uma lista por si só, já que muitos bons atores e outros profissionais surgiram na novela. A seguir, relembramos alguns dos principais nomes dessa produção.
- André Marques (Mocotó, 1995-2000), que virou apresentador.
- Thiago Lacerda (Lula, 1997), logo protagonizou Terra Nostra e outras novelas.
- Débora Falabella (Antônia, 1998), fez O Clone, Avenida Brasil, A Força do Querer etc.
- Daniel de Oliveira (Marquinhos, 1999), sucesso no cinema e na televisão.
- Priscila Fantin (Tatiana, 2000), fez Chocolate com Pimenta, Alma Gêmea etc.
- Cauã Reymond (Mau Mau, 2002-2005), será o protagonista da próxima novela das 9h.
- Marjorie Estiano (Natasha, 2004), aclamada pela série Sob Pressão.
- Nathalia Dill (Débora, 2008), também atriz de novelas.
Ah! Malhação também revelou o atual Secretário Especial da Cultura, Mário Frias. Mas, na televisão, ele só tem esse papel importante mesmo — então vamos para o próximo item.
5. Experimentos que não deram certo
Depois da Vagabanda, mais algumas temporadas mantiveram a audiência até o fim da década de 2000. As coisas começaram a complicar em 2007 ou 2008, quando a fórmula do “casalzinho + vilãs adolescentes” começou a cansar — mas ainda dava para levar. O negócio degringolou de verdade com a temporada Malhação ID, com Fiuk de protagonista “rebelde”.
A partir disso, cada temporada começou a ser totalmente independente, trocando quase todos os personagens e tendo subtítulos. A pior de todas, talvez, seja a de 2011: Malhação Conectados. A história começou com um viés sobrenatural, o número 1046 “perseguia” o protagonista, mas essa história foi mal recebida e deixada de lado sem explicação. Aí a autora pegou Cristal, a mocinha, transformou-a em vilã, e tudo voltou ao clichê romântico de sempre.
6. Um novo respiro, nos últimos anos
A temporada seguinte, Intensa como a Vida, começou errado com a rejeição do protagonista Dinho (Guilherme Prates), mas acabou sendo o respiro que Malhação precisava para voltar a fazer sucesso — o casal Fatinha (Juliana Paiva) e Bruno (Rodrigo Simas) chamou atenção.
Outra temporada bem-sucedida foi Sonhos (2014), que está sendo reprisada agora pela Globo, com o casal Pedro (Rafael Vitti) e Karina (Isabella Santoni). Em Viva a Diferença (2017), o autor Cao Hamburger mudou a ambientação para São Paulo e inovou, com uma novela muito mais conectada com os jovens da época. Mesmo que nós, da época da academia ou do Múltipla Escolha, não assistíssemos mais à Malhação, os adolescentes de 2017 assistiram.
7. O fim melancólico
Em Vidas Brasileiras (2018), tentaram ressuscitar o esquema de histórias semanais, com uma professora que se metia na vida dos alunos, mas o resultado foi péssimo.
A última temporada inédita de Malhação foi Toda Forma de Amar, centrada na história da jovem Rita (Alanis Guillen), que tem sua filha dada por adoção contra a vontade. Para Alanis, a temporada foi ótima, já que ela atuou bem e foi selecionada para o papel de Juma no remake de Pantanal, mas para o público foi bem fraca.
A história andou em círculos por 253 capítulos, quando a pandemia de covid-19 chegou com tudo. A solução foi terminar Toda Forma de Amar às pressas, com o casal principal narrando o desfecho dos personagens em off. Enquanto Viva a Diferença e Sonhos foram reprisadas, uma nova temporada estava sendo estudada. Ela seria escrita pelos Irmãos Carvalho, com sucessos no cinema — mas a Globo preferiu investir em projetos com melhor custo-benefício.
Então é assim que Malhação acabou, caros leitores. Diga, nos comentários, qual é o seu momento favorito desses 26 anos de Malhação.
*Com informações do Mega Curioso