Jornalista e influencer, Agnes Arruda, usa redes sociais para lutar contra gordofobia

10 de setembro é Celebrada a Luta Contra a Gordofobia

Nesta sexta-feira (10) de setembro é celebrado o Dia do Gordo. Nos últimos anos, a atuação de influenciadores ativistas em prol da luta antigordofobia deu um novo significado à data, portanto, o dia 10 de setembro é dedicado à Luta Contra a Gordofobia.

Jornalista, doutora em comunicação, Agnes Arruda que é autora do livro “O peso e a mídia (Editora Alameda)” em que aborda a influência da mídia e do entretenimento na gordofobia e pressão estética, publicou um texto nas redes sociais sobre uma reflexão sobre: ‘O combate é à obesidade ou às pessoas gordas?’

Vacinada contra covid-19, ela escreveu: ‘113 Kg e 1,62 m = IMC 43.
Com 36 anos e com o que a medicina considera obesidade mórbida, entrei no Plano Nacional de Vacinação. Ser gorda, no entanto, é questionar se você merece algo que, por direito, já é seu.’

No texto, ela escreveu: O que se determina como obesidade é a relação do peso com a altura, determinada pelo IMC. Na fila da vacinação contra a COVID-19, têm prioridade pessoas com IMC acima de 40. Há uma problematização de que somente o peso não pode ser um indicativo de doença, é a questão da “patologização dos corpos gordos”.

Apesar disso, é sabido também que pessoas gordas não têm o mesmo tratamento médico que pessoas magras.

Elas acabam entrando nos índices não por causa do peso em si, mas porque não receberam atendimento adequado. Mas no final das contas, vem o punitivismo gordofóbico: MORREU PORQUE ERA GORDA!

Considerando que se trata de uma questão de sobrevivência, eu mesma, que tenho IMC é 44, fui atrás do tal laudo para quando, na minha cidade, liberar a vacinação para pessoas com a minha idade. Me preparei psicologicamente pra passar por aquela experiência, que é sempre traumática.

O que aconteceu? O MÉDICO ME DISSE NÃO! Me pediu uma série de exames e disse que só terei o tal laudo se meus exames apontarem que a minha obesidade interfere na minha saúde. Se por um lado é coerente com a discussão que estamos tendo em relação à despatologização do corpo gordo, por outro [e mais uma forma de privação de direito da pessoa gorda. Tipo: AGORA você quer analisar isso, meu filho?

Daí que muita gente gorda tá até com vergonha, seja de ir ao médico e passar por isso, seja de tomar a vacina. Inclusive porque ter um laudo que ateste essa condição de obesa é problemático no que diz respeito à dignidade da pessoa gorda.

Mais uma das contradições da #gordofobia escancarada na nossa cara”, explicou.

*Com informações do Jornal de Brasília.

Related post

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *