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Filmes com casais lésbicos e bissexuais: as 25 melhores produções para assistir já

Romances históricos, descoberta da sexualidade, thrillers instigantes, dramas para morrer de chorar, comédias apaixonantes e mais nessa lista que celebra o amor entre mulheres

Não há nada mais bonito que ver filmes ótimos dando visibilidade para assuntos ou pautas importantes para a sociedade. E as mulheres lésbicas e bissexuais, infelizmente, sofreram muito no audiovisual pela hiperssexualização de suas relações decorrente da indústria pornográfica – até o Google mudou o algoritmo da busca da palavra “lésbica” para não ser sinônimo de pornografia.

Ainda bem que existem produções (boas, muito boas) que tiram o estigma das afetividades de casais lésbicos e bissexuais em histórias que transitam por todos os gêneros: do drama à comédia, do thriller ao sci-fi. Aqui, selecionamos os 25 melhores filmes para você ver e rever sempre que quiser e puder, celebrando o amor LGBTQIA+ sem preconceitos.

Retrato de uma Jovem em Chamas (2019)

Uma junção entre poética e honestidade, este filme de Céline Sciamma é uma verdadeira ode ao amor. Ambientado na França do século 18, a trama acompanha a artista Marianne (Noémie Merlant) na difícil tarefa de criar um retrato de Héloïse (Adèle Haenel) para o seu casamento com um barão afortunado. Difícil porque a personagem a ser retratada não quer facilitar essa tradição e é muito tímida para posar. À medida que Marianne consegue a sua confiança, as duas desenvolvem laços de intimidade e respeito num sentimento profundo que ambas nutrem, não importa o que aconteça. Destaque para a atuação das atrizes francês neste filme que venceu o Festival de Cannes, além, claro, da direção de arte e fotografia que se somam para transformar toda cena em uma verdadeira obra de arte. Disponível no Telecine.

Carol (2015)

Baseado no romance “The Price of Salt” (1952), de Patricia Highsmith, este filme dirigido por Todd Haynes acompanha o florescer de um amor entre Therese Belivet (Rooney Mara) e Carol Aird (Cate Blanchett). De gerações diferentes e com realidades pessoais bastante opostas, elas dão a chance para o sentimento após se conhecerem em uma loja de departamentos na qual Therese trabalha. Com a Nova York dos anos 1950 como pano de fundo, Carol mostra as dificuldades de mulheres lésbicas de viverem a sua sexualidade em paz, sem a restrição sócio-política – coisa que vemos acontecer até hoje, infelizmente. Na neve do Natal, com figurino deslumbrante, esse filme é tão lindo quanto o livro que rendeu a adaptação. Disponível no Prime Video.

A Criada (2016)

O drama de suspense erótico coreano é uma das coisas mais lindas que você pode assistir. A narrativa, escrita e dirigida por Park Chan-wook, se passa nos anos 1930 e carrega um tom shakespereano para esta história de amor lésbico. O misto de seriedade com camadas de piadas inteligentes traz uma carga de complexidade para o roteiro, co-assinado por Chung Seo-kyung. Na história, um homem planeja se casar com Lady Hideko para roubar a sua fortuna e deixá-la em um asilo. Contudo, a mulher não compartilha dos mesmos objetivos e vai morar em uma casa isolada. Na tentativa de convencê-la do contrário, o possível futuro esposo contrata a empregada Sook-hee para ajudá-lo. As coisas não saem meeeesmo como o planejado. O resto, só vendo.

Pariah (2011)

Escrito e dirigido por Dee Rees, este longa acompanha Alike (Adepero Oduye), uma jovem de 17 anos que está tentando se encontrar na descoberta da sua sexualidade. Amiga de Laura (Pernell Walker), uma lésbica assumida, ela começa a frequentar novos lugares até firmar seu estilo butch, com estilo baggy e acessórios “masculinos”. Apesar da afirmação de identidade, ela tem problemas com a mãe, que não aceita nada disso dentro de casa. Com uma fotografia eletrizante, este drama que estreou no Festival de Sundance em 2011 é forte do começo ao fim.

Shiva Baby (2020)

A cineasta canadense Emma Seligman traz para o seu primeiro longa-metragem uma comédia de constrangimento afiadíssima. Danielle (Rachel Sennott) é uma jovem estudante que está enfrentando problemas para ingressar na vida adulta, com uma faculdade de respeito e um trabalho – coisas bastante exigidas na comunidade judaica da qual ela e sua família fazem parte. Ambientado em um único cenário, durante um shivá (espécie de velório na religião), nós vemos a protagonista se enroscar nas mais diversas saias justas com a família, amigos, crushes e um antigo amor. É delicioso ver a bissexualidade sendo retratada com tamanha naturalidade. Disponível no MUBI.

Disobedience (2017)

Apesar de ser outro filme que retrata o amor entre duas mulheres num contexto do judaísmo, Disobedience vai para a linha mais dramática da questão. Ronit (Rachel Weiz) retorna para a cidade natal após o falecimento do seu pai. Ela, que tinha “escapado” da cultura ortodoxa da comunidade tempos antes, precisa enfrentar antigos fantasmas, incluindo a sua sexualidade. Nesse contexto, reencontra a antiga melhor amiga, Esti (Rachel McAdams), com quem teve uma paixão lésbica proibida na adolescência. Casada e com muitos filhos, Esti precisa também revisitar questões pessoais ao passo que vive sob o mesmo teto de um marido opressor. Disponível no Telecine.

Elisa & Marcela (2019)

O drama espanhol em preto e branco é uma biografia sobre o primeiro (e único) casal lésbico a conseguir firmar matrimônio em uma igreja católica na Espanha – e no mundo. A história verídica é de Elisa Sánchez Loriga (Natalia de Molina) e Marcela Gracia Ibeas (Greta Fernández), que fingiram ser um casal heterossexual para expressar o amor uma pela outra no mundo sem julgamentos. As estudantes resolveram transformar Elisa no falecido primo, Mario, para manter as aparências. Escrito e dirigido por Isabel Coixet, o filme está disponível na Netflix.

Rafiki (2019)

A diretora do aclamado From a Whisper (2008), Wanuri Kahiu, traz no seu quarto longa o desenvolvimento de uma amizade entre Kena (Samantha Mugastia) e Ziki (Sheila Munyiva) em uma história de amor improvável. Amigas desde sempre, as jovens quenianas passam a desvendar os mistérios da sexualidade e do coração em meio a uma comunidade extremamente conservadora, inclusive que desafia as leis do Quênia. Apesar de ter feito bastante barulho nos festivais de cinema internacionais, Rafiki foi proibido de circular no país de origem justamente por tratar abertamente de casais lésbicos. Disponível no Prime Video.

Ammonite (2020)

Dirigido por Francis Lee, o longa, que se passa em 1820, no Reino Unido, tem a paleontóloga Mary Anning (Kate Winslet) como protagonista. Premiada por suas descobertas científicas de espécies marinhas, principalmente do fóssil de amonite (daí o nome do filme), Mary é procurada por um amante de seus estudos, que se muda para Lyme Regis na intenção de acompanhá-las nas próximas expedições. Com ele, vem também sua jovem esposa, Charlotte (Saoirse Ronan). No decorrer dos dias, elas acabam se aproximando e se apaixonando, mantendo o romance em segredo. Disponível para alugar no YouTube Play ou Google Play.

O Mau Exemplo de Cameron Post (2018)

Com roteiro baseado no livro homônimo, escrito por Emily M. Danforth, este filme dirigido por Desiree Akhavan critica os centros de terapia de conversão nos Estados Unidos. Contra a sua vontade, forçada pelos pais, Cameron Post (Chloë Grace Moretz) precisa passar um período em um desses lugares que prometem reverter a homossexualidade das pessoas, a partir de atividades em grupo, “terapias” e conversas religiosas sobre sexualidade. Tudo isso porque Cameron foi vista beijando outra garota na noite de sua formatura. A equipe majoritariamente feminina por trás das câmeras garante um filme sensível ao tocar nas questões de gênero e identidade na adolescência. Disponível no Telecine.

Flores Raras (2013)

O romance-biográfico, dirigido por Bruno Barreto, traz Elizabeth Bishop (Miranda Otto) como a protagonista. A poeta, uma das mais importantes da literatura do século 20, deixou os Estados Unidos para buscar inspiração no Brasil. Fincou raízes no Rio de Janeiro, acompanhada da amiga Mary (Tracy Middendorf), e logo conheceu a arquiteta Lota de Macedo Soares (Glória Pires). O que antes era apenas um desgosto pela presença uma da outra nos mesmos espaços, virou um amor deslumbrante de acompanhar.

The Watermelon Woman (1996)

Escrito, dirigido e estrelado por Cheryl Dunye, este filme é um clássico LGBTQIA+ dos anos 1990. Carregada de comédia, drama e muita metalinguagem, a trama acompanha Cheryl, mulher negra e lésbica que trabalha em uma locadora de filmes. De dia, ela fica entre os VHS, depois do expediente, ela tenta dar vida ao seu documentário autoral sobre uma atriz negra dos anos 1930, que foi creditada num filme de época como “a mulher da melancia” – daí o nome deste filme. Durante as entrevistas e investigações sobre a identidade dessa mulher negra, Cheryl começa a namorar Diana (Guinevere Turner), uma cliente da loja de filmes.

Minhas Mães e Meu Pai (2010)

Boa dramédia? Temos! O filme de Lisa Cholodenko é daqueles para rir e chorar, tudo ao mesmo tempo. Gostosinho de assistir, ele mostra uma família que precisa lidar com as consequências da inseminação artificial. Jules (Julianne Moore) e Nic (Annette Bening) têm dois filhos adolescentes, Joni (Mia Wasikowska) e Laser (Josh Hutcherson), que, ao completarem determinada idade, ficam interessados em conhecer o doador de esperma da inseminação. Os laços com Paul (Mark Ruffalo) se estreitam mais fácil do que poderiam imaginar, e aí… Trazer ele para o cotidiano da família pode ser uma coisa complicada de se fazer. Disponível no Prime Video.

Corações Desertos (1985)

Um drama norte-americano, no meio do deserto, com luzes neon e muita paixão entre duas mulheres? A gente ama, sim! A diretora Donna Deitch foi super revolucionária ao trazer, em 1985, um filme protagonizado por um casal lésbico longe dos estereótipos negativos, numa época pouco fértil para casais homoafetivos no cinema. Na história, que se passa em 1959, a professora de inglês Vivian (Helen Shaver) se muda para Reno, Nevada, após o divórcio. A nova vida traz também uma nova companhia: Cay (Patricia Charbonneau), que aflora o lado mais bold da personalidade de Vivian. Elas acabam se apaixonando e, bom, é melhor assistir para entender essa beleza!

Fogo e Desejo (1996)

O primeiro da famosa trilogia dos elementos – Fire (em português, Fogo e Desejo), Earth e Water – da cineasta indiana Deepa Mehta, este filme aborda diversas temáticas que ainda são tabu na Índia: casamento arranjado, sexualidade e amor entre mulheres. Sita (Nandita Das) é casada com Jatin, mas vivem um relacionamento meio qualquer coisa. Ao se mudarem para a casa do irmão do marido, ela descobre que a cunhada, Radha (Shabana Azmi) também está insatisfeita com o seu casamento + descobriu que o companheiro tinha uma amante. Dos abandonos afetivos, floresce uma paixão inexplicável.

Azul é a Cor Mais Quente (2013)

O drama que sacudiu o universo do cinema em 2013, após o seu lançamento no Festival de Cannes, é um dos mais falados quando o assunto é amor lésbico. Idealizado pelo diretor Abdellatif Kechiche, o filme acompanha Adèle (Adèle Exarchopoulos), uma adolescente de 18 anos que está confusa com a sua sexualidade. Enquanto as amigas adoram falar dos garotos da escola, ela se sente um pouco deslocada até conhecer Emma (Léa Seydoux), uma mulher mais velha, estudante da faculdade de artes e abertamente lésbica. A presença dela diante dos desejos e curiosidades de Adèle faz com que um amor intenso e profundo desperte entre as duas. O filme tem uma passagem de tempo que acompanha os avanços desse relacionamento e o amadurecimento das personagens. Baseado na história em quadrinhos Azul é a Cor Mais Quente, de Julie Maroh, o longa abusa da fotografia intimista para colocar o espectador no centro dessa história, nas partes boas e nas ruins também. Disponível no Telecine.

Como Esquecer (2010)

Mais um filme brasileiro que aborda com sensibilidade as relações homoafetivas. Aqui, Ana Paula Arósio é Júlia, uma professora de literatura inglesa que tem um casamento de 10 anos com outra mulher indo por água abaixo. Após o divórcio, ela decide morar com dois amigos no Rio de Janeiro e tentar uma nova vida por lá. Novo endereço, novo trabalho e o medo de se relacionar a fazem questionar o amor e a liberdade. Até conhecer Helena (Arieta Corrêa), uma de suas novas alunas, totalmente interessada e apaixonada por ela. Disponível no Prime Video.

Gia (1998)

Sabe toda aquela volatilidade emocional que vemos Angelina Jolie entregar em Garota Interrompida, papel pelo qual ganhou um Oscar? Pois bem, pode adicionar aí mais algumas camadas de complexidades e você terá Gia, protagonista deste filme. A aspirante a modelo chega em Nova York cheia de sonhos e desejos de dominar as passarelas e as capas de revistas. Com seu talento e aparência, que cumprem com as dinâmicas do mercado fashion dos anos 1990, não demora para realizar as metas. Contudo, ao chegar onde sempre sonhou, acaba se entregando às drogas após a morte da sua agente, Wilhelmina Cooper (Faye Dunaway). No meio de tudo isso, ela encontra amor e conforto nos braços da namorada Linda (Elizabeth Mitchell).

Imagine Eu e Você (2008)

Comédia romântica que dá para assistir uma, duas, três, vinte vezes e ainda se emocionar com cada pedacinho. Já pensou, no dia do seu casamento você conhecer o amor da sua vida – que não é quem você está casando? Pois bem, Rachel (Piper Perabo) está prestes a dizer sim ao noivo quando descobre quem é a florista do evento, Luce (Lena Headey). A forte atração por ela desperta algo dentro da protagonista que a faz questionar, mais tarde, se a escolha de casar foi a certa. Ela e Luce desenvolvem uma amizade gostosa de ver que, de repente, engata em um interesse mútuo maior.

Cloudburst (2011)

Fugindo bastante do lugar de casais jovens e da descoberta da sexualidade na adolescência, este filme canadense mostra os laços afetivos entre duas mulheres que tem um loooongo relacionamento. Depois de tantos anos juntas, Stella (Olympia Dukakis) e Dotty (Brenda Fricker) resolvem embarcar em uma road trip juntas para desbravar os territórios da Nova Escócia. Com vibes de Thelma & Louise, a viagem ganha camadas complexas quando descobrimos alguns percalços causados pelos familiares de ambas as partes.

Stud Life (2012)

Escrito e dirigido por Campbell Ex, este filme explora o estilo de vida britânico de um jeito cool e sexy (sem ser vulgar ou sexualizado), evocando o melhor do cinema indie dos anos 1990. JJ (T’Nia Miller) é uma fotógrafa de casamentos que tem uma amizade muito perfeita com Seb (Kyle Treslove), um homem gay. Após se apaixonar por uma mulher deslumbrante, na visão da protagonista, JJ se perde no romance a ponto de ter que escolher entre ela e o bff.

Bessie (2015)

Se você curtiu A Voz Suprema do Blues e Estados Unidos vs. Billie Holiday, não deixe de ver este drama biográfico aqui. Protagonizado por ninguém menos que Queen Latifah, o filme dirigido por Dee Rees (mesma de Pariah, mais acima) acompanha a carreira da lendária Bessie Smith, também conhecida como Imperatriz do Blues. Do zero à fama, acompanhamos a trajetória deste talento musical de arrepiar todos os fios de cabelo que existem no corpo. A vida agitada de gravações, shows, entrevistas e mais ganha, no paralelo, relações afetivas que marcaram Bessie: Lucille (Tika Sumpter), sua namorada, e Jack Gee (Michael K. Williams), segurança com quem mantém um relacionamento nada estável (ou saudável). Bessie ficou como o filme mais assistido da HBO por bons anos.

Thelma (2017)

Mais um drama-suspense que não pode deixar de entrar na sua lista. O filme norueguês de Joachim Trier mostra a vida da jovem Thelma (Eili Harboe), garota depressiva que vive em uma família extremamente religiosa. Após se mudar para Oslo, para cursar a faculdade, a protagonista começa a ter episódios de epilepsia sem qualquer explicação médica. A nova estudante e amiga, Anja (Kaya Wilkins), faz despertar em Thelma não só sentimentos amorosos, mas também poderes psicocinéticos. Disponível no Prime Video.

O Verão de Sangaile (2015)

Sabe aquele amor de verão? Aquele lá mesmo, tipo Me Chame Pelo Seu Nome? Então, é o que o espectador vai encontrar neste drama adolescente, escrito e dirigido por Alantè Kavaitè. Sangail? (Julija Steponaityte) é uma jovem garota que sonha em trabalhar com aviões de acrobacia e, durante uma apresentação, ela conhece Austé (Aiste Dirziute). As questões psicológicas de uma acabam virando uma porta para a intimidade da outra, que registra seu mais profundo der por meio da fotografia. A poesia desse amor acompanha os dias quentes das férias que temos saudades. A produção lituana, premiada no Festival de Sundance, está disponível no Prime Video.

Mädchen in Uniform (1931)

Se você curte revisitar os clássicos do cinema, não deixe de assistir este filme alemão. O drama romântico de Leontine Sagan se passa em uma escola só para garotas, onde questões familiares, amizades e amores pautam as relações entre as alunas. O respeito e acolhimento tanto umas com as outras quanto das professores com as estudantes forma uma espécie de rede de apoio e afeto entre elas (isso em 1930, tá?). Até que Manuela (Hertha Thiele) se apaixona pela professora Fräulein von Bernburg (Dorothea Wieck), e a relação sai da zona platônica. Impressionantemente perfeito.

*Com informações da Glamour

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