Festival Filmaê mostra a realidade do cinema com celular

Foram selecionadas 166 produções, dentre as quais o júri e público escolherão os premiados

Munido de um iphone 5S, uma ideia na cabeça e um orçamento de US$ 100 mil (minúsculo para a indústria do cinema nos EUA), o diretor Sean Baker filmou a comédia-drama Tangerine (2015, 88 minutos) e ganhou uma dezena de prêmios e indicações no mercado norte-americano. Nesta quinta (25), o público brasiliense poderá assistir a esse filme, que trata de questões de amor transgênero. 

‘A Última Viagem’ é um dos filmes em cartaz na mostra | Foto: Divulgação

“Essa comunidade está definindo a forma de fazer cinema de vanguarda”Fernando Campos, coordenador-geral do Filmaê

A atração faz parte do 3º Festival Filmaê, que tem aporte de R$ 230 mil do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), gerando cerca de 50 empregos. Com o mote “seu filme na tela de cinema”, o festival reúne 116 finalistas, entre 852 trabalhos inscritos, nacionais e estrangeiros, de diversos gêneros e durações.

O evento vai até domingo (28), no Espaço Cultural Renato Russo, na 508 Sul. Concorrem produções captadas por smartphones, tablets ou câmeras de ação esportiva nos formatos horizontal ou vertical. Um filtro para os filmes é que não incitem violência, homofobia, racismo ou crueldade contra animais.

O coordenador-geral do Filmaê, Fernando Campos, afirma que o cinema produzido com smartphones já é um fenômeno global que reúne atores, cineastas, produtores, amantes do cinema, indústria e festivais de cinema dedicados ao formato. “Essa comunidade está definindo a forma de fazer cinema de vanguarda”, resume. 

Fernando lembra que as soluções técnicas na filmagem com celulares mostram progressos. “Nossos olhos estão bem-treinados no audiovisual, de modo que sabemos o que funciona e o que não funciona, e mesmo uma pessoa leiga é capaz de fazer coisas bem legais”, acredita.

Premiação e oficinas

A Mostra Competitiva Nacional do Filmaê premia o melhor filme de ficção, documentário, videoclipe e filme experimental. O júri escolherá também o melhor filme de Brasília e o melhor filme na categoria Sub-17 (para menores de 18 anos). O público que for ao Renato Russo escolherá seu candidato a melhor filme, direção, interpretação, roteiro, fotografia e edição. Os vencedores serão anunciados no domingo.

O festival oferecerá duas oficinas. Uma delas, a Técnica de Vídeo e Foto +60, destina-se a idosos e cumpre o papel de combater o etarismo que frequentemente acompanha o avanço da tecnologia. Já a oficina básica Produção Audiovisual com Smartphones quer mostrar como utilizar o celular para gravação de áudio e vídeo, visando ao desenvolvimento do olhar para o avanço da linguagem cinematográfica.

plataforma do festival vai veicular podcasts e um blog sobre dicas para produção de filmes com dispositivos móveis, cultura móvel e mídias emergentes. 

 Programação

 3º Festival Filmaê – Filmes Produzidos com Celular 

→ Quinta (25): Abertura com o filme Tangerine, às 19h. 

→ Sexta (26)
Mostra Competitiva 1, das 10h às 13h, no Teatro de Bolso
Mostra Competitiva 2, das 19h às 21h30, na Sala Marco Antônio

→ Sábado (27)
Mostra Internacional 1, das 14h às 16h, na Sala Marco Antônio
Mostra Competitiva 3, das 16h às 18h30, na Sala Marco Antônio
Mostra Competitiva 4, das 19h às 21h30, na Sala Marco Antônio 

→ Domingo (28)
Mostra Competitiva 5, das 12h às 12h30, na Sala Marco Antônio
Mostra Internacional 2, das 13h às 14h30, no Teatro de Bolso

Local: Espaço Cultural Renato Russo – 508 Sul, Asa Sul. 

*Com informações da Secec

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