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FAMÍLIA GUINLE, DE UMA LOJA DE TECIDOS NA RUA DA QUITANDA PARA UM IMPÉRIO DE US$ 24 BILHÕES

Pouca gente sabe, mas uma das famílias mais ricas do Brasil, a Guinle, começou nos negócios com uma simples loja de tecidos na Rua da Quitanda em 1872. Filho de imigrantes franceses, Eduardo Palassim Guinle, ao lado da esposa Guilhermina, deixou o Rio Grande do Sul e se associou a Cândido Gaffrée, passando a vender tecidos importados da França.

A pequena loja prosperou e rapidamente começou a ascensão nos negócios. Graças a amizades e influências no círculo do poder, os Guinle foram os vencedores de uma concessão de 90 anos para modernizar o Porto de Santos em 1888. Mesmo sem experiência alguma no ramo, conseguiram empréstimos bancários suficientes para dar partida à modernização do Porto que os tornou bilionários.

Com a morte de Eduardo Guinle, em 1912, os negócios foram assumidos por Guilherme Guinle que aumentou ainda mais a fortuna investindo em áreas de produção e distribuição de energia elétrica, imobiliárias, indústria têxtil, bancos, construção civil e hotelaria.

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Entre os projetos, destaque para a construção do Copacabana Palace em 1923, o Palácio Laranjeiras, atual residência do governador do Rio de Janeiro, o Jóquei Clube Brasileiro e a Granja Comary. E ainda o Palacete Guinle, em Botafogo, atual Casa Firjan.

Guilherme Guinle financiou ainda a construção do Hospital Gaffrée e Guinle, inaugurado em 1929. Ele simbolizou um marco na modernização da saúde pública do país e no combate às doenças venéreas, principalmente a sífilis.

Pelos cálculos do historiador Clóvis Bulcão, autor do livro Os Guinle (editora Intrínseca, 2015), no auge do movimento do Porto de Santos, o patrimônio da família era o equivalente ao que hoje seriam US$ 24 bilhões.

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Guilherme, que nunca se casou nem teve filhos, morreu aos 78 anos, em 1960. A transferência da capital para Brasília foi o início da derrocada financeira do clã. O Porto de Santos foi prejudicado pela ditadura a partir de 1964, o Banco Boavista faliu em 1999 e o Copacabana Palace quase foi demolido pois com a proibição de cassinos deixou de ser lucrativo.

Jorginho Guinle, neto de Eduardo Palassim e sobrinho de Guilherme, foi um dos mais assíduos frequentadores do Copacabana Palace. Nome mais do que conhecido no jet set internacional, desfilava com naturalidade pela cena hollywoodiana e se gabava de nunca ter trabalhado na vida. Morreu pobre e morando de favor no hotel de luxo.

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*Com informações da Agenda Bafafá

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