Espaços culturais do DF oferecem opções aos brasilienses de todas as idades
Seja em equipamentos culturais históricos, como o Museu da República, seja nas estações de metrô e nas bibliotecas regionais, população do DF tem cardápio completo de atividades
Dia de sol no Distrito Federal, e a primeira escolha de lazer da enfermeira Érica Yasmin da Silva, 31 anos, é visitar um equipamento cultural. A lista da moradora do Gama já acumula muitas bibliotecas e museus e, recentemente, ganhou um novo item: o Espaço Cultural Renato Russo (ECRR), na 508 Sul.
“Sempre passava aqui na frente, mas nunca tinha entrado”, conta. “Já fui ao Museu Nacional, ao Museu da Moeda, ao Museu da Imprensa e ao Memorial dos Povos Indígenas. Gosto de ir para passar o tempo mesmo e descansar a cabeça. Cultura faz parte da nossa saúde mental, e acho que é um momento que a gente pode se desligar um pouco da internet”.
Gibiteca
Quem também sempre separa um momento na rotina para conhecer as atrações da capital é o assistente de chancelaria Denilson do Nascimento, 52. Ele, que chegou à cidade em fevereiro deste ano, conheceu as exposições de arte do ECRR com a filha, a pequena Naomi, 8, nascida na Suíça. Eles só não contavam que a Gibiteca TT Catalão estaria fechada – a visita foi feita no feriado da Proclamação da República. O espaço fica aberto de segunda a sexta, das 10h às 20h, e aos sábados, das 10h às 17h.
“Até o ano passado, ela não tinha muito contato com o Brasil, então a aprendizagem dela do idioma se deu, basicamente, por meio de gibis”, conta Denilson. “Encontrei a gibiteca na internet, e já tratamos de vir. Não deu hoje, mas vamos voltar com certeza. Ela viu o volume de gibis e ficou impressionada”. A menina, animada, complementa: “Eu vi um monte de gibis da turma da Mônica, que são os de que mais gosto”.
Obras de reforma do Teatro Nacional Claudio Santoro demandam recursos de mais de R$ 55 milhões
A Gibiteca TT Catalão foi um dos equipamentos reformados e entregues pelo Governo do Distrito Federal (GDF) nos últimos cinco anos. O aporte feito desde 2019 na reabertura de locais considerados redutos de cultura e patrimônio dos brasilienses já ultrapassa R$ 20 milhões. Também foram repaginados a Concha Acústica, o Museu do Catetinho, a Galeria Fayga Ostrower e o Teatro Plínio Marcos, ambos no Eixo Cultural Ibero-americano. Neste ano, o Teatro Nacional Claudio Santoro, fechado há uma década, teve as reformas iniciadas, com recursos de mais de R$ 55 milhões.
Além disso, anualmente, são financiados projetos culturais e de incentivo ao acesso à arte com o Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). “A cultura popular disseminada entre crianças e jovens é de fundamental importância no conhecimento, crescimento e formação cultural”, aponta o titular da pasta, Claudio Abrantes. “O FAC tem a característica de descentralizar a cultura e ampliar os horizontes para que cada vez mais ela se torne acessível”.
Em cena
Até este domingo (19), o Espaço Cultural Renato Russo recebe o Festival Dulcina. Esta é a terceira edição do evento, que conta com recursos do FAC. A programação começou no dia 11 e reúne 17 peças teatrais, cinco ações formativas e três mediações com debates com estudantes. As apresentações ocorrem também em Ceilândia, Taguatinga e Gama, sem cobrança de ingresso. No Plano Piloto, a meia-entrada é R$ 15. Veja a programação completa aqui.
Em exposição
Os museus do Distrito Federal contam com exposições periódicas e permanentes. O Museu do Catetinho e o Museu Vivo da Memória Candanga colecionam ineditismos e guardam a história da construção da capital em um vasto acervo. O Catetinho exibe detalhes da primeira residência oficial de Juscelino Kubitschek em Brasília, com artefatos que levam os visitantes a uma viagem no tempo. Já o da Memória Viva foi o primeiro hospital de Brasília, e disponibiliza as lembranças da época na mostra Poeira, Lona e Concreto.
Já outros equipamentos dão aos brasilienses a chance de conhecer o que há de mais contemporâneo na arte. O Museu Nacional da República foi escolhido como palco para a exposição Pamuri Pati – Mundo de transformação, da artista indígena Daiara Tukano, e para a mostra Céu noturno crivado de balas, de Igor Vidor. As obras podem ser vistas até o dia 26.
A professora Letícia Magalhães Fernandes, 33, é uma das frequentadoras do Museu Nacional e comemora a temporada de exposições: “Gosto muito daqui e, quando soube que as obras da Daiara viriam para cá, fiquei muito feliz. Sempre que posso, vou a espaços assim com meu filho, porque é importante para o desenvolvimento dele e para mim também, como professora”.
Em todos os lugares
Mas, para além dos museus e espaços culturais, as unidades de ensino também são lugar de arte. Assim como as estações de metrô. É o caso do projeto de realidade virtual VR ZEN – Convite à Casa Interior, que mostra um novo mundo aos brasilienses diretamente das estações do Metrô-DF.
É possível conhecer uma série de paisagens naturais, ao som de nove áudios-guia de autoconhecimento. A iniciativa foi selecionada pelo programa Transformando Energia em Cultura 2022, promovido pela Neoenergia Brasília e o Instituto Neoenergia, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Distrito Federal (LIC-DF).
A mostra de realidade virtual está sendo exibida desde o dia 14 deste mês e segue até 1° de dezembro. A primeira estação contemplada foi a Praça do Relógio, em Taguatinga. As próximas serão as estações Águas Claras, ParkShopping, Samambaia, Ceilândia Sul e Galeria. O último fim de semana será dedicado ao Complexo Cultural de Planaltina.
Por sua vez, o projeto Cordel Nas Bibliotecas, financiado pelo FAC, realiza o último encontro nesta sexta-feira (17), na Biblioteca Pública de Taguatinga. A ação passou pelas unidades da Candangolândia e de Brasília, bem como pela Biblioteca Braille Dorina Nowill, em Taguatinga. Com o objetivo de difundir e incentivar a valorização da cultura popular, os encontros contam com oficina de cordel, xilogravura, apresentações artísticas e entrega de títulos de cordel.
Espaço Cultural Renato Russo
→ Funcionamento: de terça a sábado, das 10h às 20h/ Domingo, das 10 às 19h
→ Endereço: Quadra 508 Sul
→ Telefones: 3244-0411 (administrativo), 3244-5751 e 98602-0732 (gestão e programação)
→ Veja a programação completa no site.
Museu Nacional
→ Funcionamento: de terça-feira a domingo das 9h às 18h30
→ Endereço: Setor Cultural Sul, Lote 2
→ Telefone: (61) 3325-5220, para dúvidas gerais
→ Acesse a programação completa nas redes sociais.
Museu do Catetinho
→ Funcionamento: terça a domingo, das 9h às 17h
→ Endereço: Km 0 – BR-040 / Gama – DF
→ Telefones: (61) 3338-8803 / (61) 3386-8167
→ Saiba mais pelas redes sociais do local.
Museu Vivo da Memória Candanga
→ Funcionamento: de segunda a sábado, das 9h às 17h
→ Endereço: Lote D Setor Juscelino Kubistchek, Lote D, Núcleo Bandeirante
→ Telefones: 3301-3590 – 3327-2145 – 3301-6641
→ Acesse mais informações nas redes sociais do museu.
Programação VR ZEN – Convite à Casa Interior
→ Quinta (16) e sexta (17): Estação de Metrô Águas Claras
→ Dias 18 e 19: Estação ParkShopping
→ Dias 21 e 22: Estação Samambaia
→ Dias 23 e 24: Estação Ceilândia Sul
→ Dias 27 e 28: Estação Galeria
→ Dia 30 deste mês e 1º/12: Complexo Cultural de Planaltina.
*Com informações de Agência Brasília