Empreendedores criam aplicativo para ajudar pessoas a conhecer novos amigos
Batizada como Animaí, plataforma online tem como objetivo juntar pessoas com interesses em comum para criar amizades.
Motivada pelas reclamações acerca da dificuldade dos seus pacientes de encontrar novas amizades, a psicanalista Rita Martins resolveu empreender. Ao lado do sócio, Lucas Maia, ela lança nesta terça-feira (11/1) o aplicativo Animaí. A premissa é simples: encontrar pessoas próximas que estejam interessadas nos mesmos programas. Diferentemente de outros aplicativos de relacionamento, o Animaí não pede foto, nem bio descrevendo personalidade.
As pesquisas iniciais mostraram um potencial público-alvo surpreendentemente amplo, com idades entre 16 e 63 anos. “O período com mais amizades vai até a faculdade e gradativamente diminui com o tempo, parecendo aumentar na terceira idade”, explica.
Martins afirma que poucas pessoas conseguem sair para passear sozinhos, e a falta de companhia pode criar cicatrizes emocionais grandes. “Nem sempre as antigas amizades terminam, mas as pessoas deixam de ter parceiros para sair. Às vezes, nem se sente falta de ter com quem dividir momentos difíceis ou contar problemas, mas uma companhia para algum programa porque os interesses mudam durante a vida”, aponta.
A ideia surgiu em outubro de 2020 e, sem a ajuda de investidores-anjo, contando apenas com capital próprio, demorou poucos meses para sair do papel, mas a pandemia impactou os planos da dupla, que preferiu segurar o lançamento para respeitar as regras estabelecidas pelos governos em relação aos protocolos sanitários. Segundo Martins, o distanciamento ocasionado pela pandemia acentuou a sensação de solidão que ela já observava no consultório. “Algumas pessoas reduziram o círculo de amizade por causa do isolamento social ou por atritos que surgiram durante a pandemia por conflito de posicionamentos”, frisa.
Atualmente, o país enfrenta novo período de alta nos casos por causa do avanço da variante Ômicron. A média móvel de casos registrada na última semana foi de mais de 32 mil casos, crescimento de 328,8% em relação à média móvel da semana anterior, segundo o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde). O lançamento foi mantido porque, de acordo com a empreendedora, “as pessoas estão muito mais conscientes e conhecem os protocolos de segurança, além disso, grande parte da população adulta já está vacinada”. A psicanalista aponta ainda que o aplicativo apresenta informações sobre os protocolos sanitários a serem seguidos, reforçando que “assim como não podemos descuidar da saúde física, devemos dar a mesma atenção à saúde mental.”
O aplicativo não é gratuito e está disponível para iOS e Android. Após fazer o cadastro, os usuários devem pagar uma assinatura no valor de R$ 9,90 – também é possível testar por sete dias gratuitamente – e preencher um breve formulário com os dias e horários em que está disponível, os bairros que gostaria de frequentar e as atividades que curte fazer. A partir daí, receberá notificações sobre eventos relacionados às suas preferências ou então propor saídas. O bat- papo com outros perfis para marcar a saída só é liberado após pelo menos três pessoas toparem o evento, para evitar a imagem de encontro amoroso. “Não queremos que as escolhas se baseiem em aparência, idade, profissão, mas por interesses em comum”, pontua Martins.
A usabilidade é intuitiva, assim como de aplicativos para pedir delivery ou motoristas, mas a criadora afirma que a dupla não encontrou concorrentes com propostas semelhantes. Por isso, decidiu não estipular metas de usuários para os primeiros meses, entendendo que o aplicativo passará por período de testes com os usuários.