ELES CANTAM E ATÉ ROUBAM NA NORUEGA
Nesta nublada, fria e úmida manhã de 25 de junho de 2023, sentado na varanda, vou contar um segredo pra vocês. Daqui, observo o sobrevoo estridente das maritacas para o seu repouso dominical alhures. Vejo ainda um casal de sabiás gorjeando e correndo com suas perninhas finas pela quadra do prédio; um tucano solitário passa voando e chalreia; gralhas aos pares crocitam, um gavião errante parece estar em busca de comida. Vejo também bem-te-vis, pardais, andorinhas, pombos, rolinhas e os beija-flores que vêm sugar as tulipinhas da nossa jardineira.
Tenho então, uma súbita curiosidade e pergunto ao meu primo Marco Antônio sobre o comportamento dos pássaros na Noruega, já que ele se encontra naquele país, visitando a filha e netos, na bucólica cidade de Stavanger. A internet é comunicação instantânea e o primo atencioso logo me informa estar chegando de trem da belíssima cidade de Kristiansen, um importante porto no sul do país, aonde, segundo ele, as gaivotas voam tão baixo que chegam a roubar parte dos lanches dos que fazem um piquenique ao ar livre. E mais: elas também crocitam muito alto. Como eu, ele confessa estar lá sempre atento ao trinar dos vários pássaros locais, que são bem diferentes dos nossos daqui.
Ainda curioso, consultei o “Google sabe tudo” que me informou que as avestruzes, as pega-rabudas e as águias carecas, os papagaios e as garças, as codornas, e os puffin, que são aves marinhas com bico colorido, também povoam os ares nórdicos. Assim, concluo que devem ser deles a sinfonia que o primo viajante com certeza ouve a cada manhã.
Roberto Hermeto Brandão – advogado e professor aposentado
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