Destaque da NASA: “coração” da Via Láctea brilha na foto astronômica do dia
Uma série de estruturas curvadas e longas, localizadas próxima do centro da Via Láctea, aparecem na foto destacada pela NASA nesta segunda-feira (3) no site Astronomy Picture of the Day. Ali, ficam os longos raios paralelos visíveis em comprimentos de ondas de rádio — o Arco de Rádio do centro galáctico.
O Arco de Rádio está ligado ao centro da Via Láctea por filamentos torcidos chamados de “arcos”. Na foto, aparece ainda a bolha brilhante que cerca Sagittarius A* (ou “Sagitário A*”, em português), o buraco negro supermassivo da nossa galáxia.
Na imagem, há uma emissão alongada vinda da grande bolha presente no centro da Via Láctea — ela aparece atravessada pelo Arco e seus vários filamentos. Esta foto é apenas uma parte de uma imagem capturada pelo Observatório Sul-Africano de Radioastronomia (SARAO), publicada no ano passado.
Ela revela o centro da Via Láctea e emissões de rádio vindas de diferentes fenômenos, como estrelas explodindo, berçários estelares e a região que cerca Sagitário A*. A imagem do SARAO traz ainda estruturas com quase 100 anos-luz de comprimento, cuja origem ainda é desconhecida.
O que tem no centro da Via Láctea?
A Via Láctea é uma galáxia do tipo espiral, que conta com diferentes braços — nosso Sistema Solar fica no Braço de Órion, por exemplo. Já o disco da nossa galáxia se estende por cerca de 100 mil anos-luz e gira ao redor do centro. Ali, em uma região de aproximadamente 10 mil anos-luz, a estrutura espiral se transforma em um bojo de estrelas.
O “coração” da Via Láctea — o ponto em relação ao qual o restante da nossa galáxia gira — fica a cerca de 24 mil anos-luz de nós, em direção à constelação de Sagitário. A poeira interestelar ali é tanta que impede observações na luz visível, mas não em comprimentos de onda como infravermelho, raios X e ondas de rádio, como no caso da imagem acima.
É ali que está o buraco negro Sagitário A*, com 4,3 milhões de vezes a massa do Sol. Quando comparado a outros objetos do tipo, ele se mostra um buraco negro relativamente “tranquilo”, que não se alimenta de matéria há tempos — mas, mesmo assim, devora ocasionais “lanchinhos” de gás e poeira.
*Com informações de APOD e Canal Tech