Designer que criou alguns dos mais icônicos pôsteres do cinema chega aos 100 anos
Se o nome do designer estadunidense Joseph Caroff é praticamente desconhecido, o mesmo não pode ser dito sobre seu trabalho – reconhecível e celebrado de forma imediata com um rápido golpe de vista: é olhar para saber se tratar de um gênio. Nascido em Nova Jersey em 1921 e, portanto, com 100 anos de idade completados agora em agosto, Caroff foi um dos grandes em dois desdobramentos do design que hoje quase não existem mais: o ofício de capista, artista responsável pelo desenvolvimento de capas de livros e discos, e de cartazista – que, como o nome sugere, ficava responsável pelo desenvolvimento de cartazes.
Alguns dos pôsteres mais emblemáticos da história do cinema foram desenvolvidos por Caroff, em uma época que os cartazes eram parte grandiosa do impacto que Hollywood e o cinema de forma geral provocava. Não é, portanto, exagero afirmar que, ao criar os pôsteres para obras históricas como West Side Story, Cabaret, Zelig e A Hard Day’s Night, primeiro filme dos Beatles, entre muitos outros, o artista ajudou a definir e sublinhar a história – e a história estética – do cinema.
Um dos primeiros trabalhos que trouxeram reconhecimento para Caroff aos 27 anos foi a capa do livro The Naked and Dead, de Norman Mailer, lançado em 1948 no Brasil como Os nus e os mortos – outros trabalhos memoráveis de seu portfólio são o cartaz do filme O Último Tango em Paris, e principalmente o inesquecível logotipo dos filmes do 007 – que mistura ao numeral uma pistola, tornando-se símbolo inequívoco do personagens e dos filmes nas últimas tantas décadas de sucesso de James Bond em Hollywood. Foram mais de 300 cartazes ao longo de uma carreira que durou até 2006, quando o designer tinha 85 anos, e decidiu enfim largar o desenho industrial – mas não para deixar a pena, e passou a se dedicar às pinturas.
O anonimato parcial de Caroff não se deu por escolha ou por qualquer fracasso de suas criações – pelo contrário, seu trabalho é um dos mais celebrados da história do design. Por ter trabalhado fundamentalmente em agências de arte e publicidade, o que se sucedeu é que na maior parte dos casos a assinatura ficou por conta das agências, eclipsando assim o reconhecimento devido – mas nunca reduzindo, porém, a qualidade e o estilo de seu trabalho, que ajudou, com seu talento em traduzir graficamente todo o espírito de uma obra à precisão, a criar a estética do sonho de Hollywood.
*Com informações do Hypeness.