Conheça autora do livro ”Os filhos de Eryeth”
1- O que a sua personalidade tem a ver com o livro?
Muito do que está no livro foi baseado na minha vida. A Lorean, protagonista do livro, tem algumas características minhas. Sempre fui uma romântica incansável, adorava ler e assistir séries de romance. Acredito que faça sentido começar a escrever por um romance de época, ainda mais medieval. Sou totalmente viciada nesse período da história, sempre lendo livros com a mesma temática, assistindo séries e animações.
2- O que te motivou a escrever um livro?
Essa história já me acompanha há muito tempo, desde os meus 14/15 anos, mas nunca achei que conseguiria colocar no papel o que eu imaginava. Passaram-se 10 anos e, volta e meia, uma cena vinha à minha mente e eu ficava horas pensando nela! Um certo dia, resolvi colocar no papel, escrever pelo menos um prólogo, alguma coisa que me ajudasse a “liberar” essa história da minha cabeça. Publiquei no Wattpad (plataforma de escrita online) e, para a minha surpresa, algumas pessoas começaram a ler e comentar nos capítulos. Esse feedback foi muito importante para mim, saber que elas estavam gostando e se envolvendo com o enredo. Tanto que foram as minhas leitoras que me fizeram ter coragem de tentar transformá-lo em livro físico. E o livro foi crescendo, novos personagens foram surgindo e ganhando uma importância muito grande na trama. Quando eu comecei a escrever, não tinha ideia de que ganharia tamanha proporção. Quando eu vi, o livro já tinha mais de 400 páginas e eu ainda tinha milhares de histórias a contar… Foi aí que percebi que não conseguiria contar tudo num único livro. Nesse momento, tomei a decisão de transformá-lo numa trilogia, a qual denominei “Os Herdeiros de Galshyntov”. No decorrer de 2021, eu já tinha mais de 100 mil visualizações no Wattpad!! As minhas leitoras pediam insistentemente pelo livro físico e foi quando eu decidi publicá-lo, de forma independente, em dezembro daquele ano.
3- Você se inspirou em alguém/algo para escrever o romance?
Sim. Quando tinha 14 anos, estava na fase dos aniversários de 15 anos. Minha mãe queria fazer uma festa para mim, porém, eu não queria fazer nada tradicional, como princesinha e valsa. Então decidimos por uma nada convencional. Fizemos uma festa à fantasia, com o tema medieval. Portanto, durante meses, ouvi várias músicas medievais e trilhas sonoras para colocar no início da festa. Me deparei com uma música chamada Cry of the Celts, do compositor Ronan Hardiman, e fiquei completamente viciada. Ouvia ela sem parar, junto com uma outra chamada Promotory, do filme “Os últimos dos Moicanos”. Sempre vinha uma cena de batalha na minha cabeça, como se fosse um filme. E Lorean e Craster nasceram dessa cena, que me acompanhou durante anos, cena esta que só irá aparecer no segundo livro da trilogia.
Acabei colocando muito da minha própria história dentro do livro. A Lorean é filha do cozinheiro do castelo, eu cresci dentro do restaurante da família. Meus pais amam cozinhar e fui incentivada, desde muito nova, a experimentar coisas diferentes e me aventurar na cozinha. Os relacionamentos dos livros foram baseados nos meus próprios relacionamentos. Conheço o meu marido desde que tínhamos 8 anos de idade, as amizades dos personagens, os pais, tudo foi baseado em minhas próprias vivências. Então é algo que acabei passando para escrita, às vezes até sem querer.
4- Como foi escolher e desenvolver as histórias dos personagens? Você foi em busca de referências?
Por incrível que pareça, foi muito natural. Como já havia pensado durante tantos anos sobre Lorean e Craster, no momento que comecei a escrever, eles foram se mostrando para mim. Eu já os conhecia e colocá-los no papel foi muito natural e gostoso. Porém, tive que fazer pesquisas e ver documentários para o desenvolvimento do reino e das guerras. O terceiro livro é o que mais está me dando trabalho, já que é quando a guerra irá acontecer. Eu amo escrever cenas fofinhas e, vou ser sincera, as cenas de batalhas estão me enlouquecendo! Existe uma frase do G.R.R Martin que ele explica a diferença entre escritor jardineiro e escritor arquiteto. O arquiteto planeja tudo com muito cuidado. Já o jardineiro vai podando os ramos para o livro não ir se perdendo à medida que é escrito. Eu acredito que sou mais jardineira que arquiteta. Sei o final da história e desde o começo sabia que algumas cenas importantes iriam acontecer, porém não me privo de fazer uma coisa porque ela não foi planejada antes, meus personagens me controlam totalmente. Às vezes quero que eles façam uma coisa e eles não deixam de jeito nenhum, é até engraçado como isso funciona.
5- Desde quando você escreve?
Desde 2019. Comecei “velha” na escrita. Não era daquelas meninas que desde muito novas escrevem em diários ou fanfics. Mas sempre fui muito criativa, sou ilustradora e contava histórias através dos meus desenhos. Nunca fui muito da escrita, não me achava competente para isso, mesmo tendo várias pequenas histórias dentro da cabeça. Comecei com 25 anos, morrendo de vergonha, mas acabou que deu muito mais certo do que eu imaginava.
6- Pretende lançar outro livro de romance?
Sim e ainda esse ano! A trilogia “Os Herdeiros de Galshyntov”, foi dividida em: “Os Filhos de Eryeth”, “Os Filhos do Trono” e “Os Filhos das Cinzas”. O primeiro livro foi publicado em dezembro de 2021 e já foram vendidos centenas de exemplares. Toda a produção do livro, toda diagramação, 20 ilustrações internas, capa e contracapa, tudo foi feito por mim. Não contei com a ajuda de nenhuma editora. Publiquei de forma independente e arquei com todos os custos. Faço toda a divulgação sozinha usando as redes sociais que criei para o livro. Enviei o material para diversas editoras mas, apesar de ter sido aceita por todas, nenhuma proposta me atraiu. Pelo contrário, como sou ilustradora profissional e trabalho com design, sei usar programas para diagramação, edição e, portanto, saberia fazer sozinha o que uma editora me cobraria caríssimo para fazer. O segundo livro, “Os Filhos do Trono” será lançado no segundo semestre de 2022. Já estou com ele praticamente pronto, faltando apenas algumas ilustrações internas. Quanto ao terceiro livro, “ Os Filhos das Cinzas”, esse, confesso, que ainda estou escrevendo.
Além desses três livros, quero escrever também a história da mãe do protagonista, a Arliel, já que é uma personagem bem-querida pelos fãs e com uma história intensa. Acho que agora acabei viciando nessa nova forma de arte, me vejo escrevendo para sempre.
1 Comment
Livro é maravilhoso! Recomendo a todos lerem!!!