CONHEÇA AS ABELHAS GIGANTES DO HIMALAIA QUE FAZEM MEL ALUCINÓGENO
Como você sabe, os Himalaias abrigam a cadeia montanhosa mais alta do planeta — cordilheira que se estende por cinco países (Índia, Paquistão, Nepal, Butão e China) e inclui algumas das montanhas mais altas da Terra, como o K2, o Kangchenjunga, o Lhotse e, claro, o Everest. No entanto, o que nem todo mundo sabe é que essa região também abriga uma peculiar espécie de abelhas, a Apis dorsata laboriosa, cuja peculiaridade é produzir mel com propriedades psicotrópicas.
Mel peculiar
De acordo com Bryan Nelson, do site Mother Nature Network, esse mel especial não é muito conhecido porque é, na verdade, extremamente difícil de ser coletado. Para começar, como acontece com qualquer abelha, essas dos Himalaias não vão pensar duas vezes antes de atacar quem quer que seja que as provoque, e seus ferrões são capazes de atravessar a maioria das roupas protetoras usadas pelos apicultores.
Além disso, em se tratando de abelhas que vivem na região com as montanhas mais altas do planeta, é óbvio que esses animais não iam instalar suas colmeias em locais baixinhos, rentes ao solo e com fácil acesso! Para coletar o mel, é necessário escalar paredões de pedra pra lá de assustadores — e a verdade é que as pessoas que se dedicam a obter essa iguaria fazem isso arriscando a própria vida trabalhando em condições longe de serem ideais
Segundo Bryan, a coleta do mel é uma prática cultural desenvolvida pelo povo Kulung, que habita a região oriental do Nepal, e consiste em usar escadas feitas de corda de bambu que são penduradas a dezenas de metros do solo para que os coletores possam se aproximar das colmeias.
Não é à toa que o produto chega a custar entre US$ 60 e US$ 80 (entre R$ 190 e R$ 250, aproximadamente) por cada 450 gramas — isso no mercado negro, visto que esse mel não é vendido em estabelecimentos comerciais. Contudo, a arte de se aventurar por paredões íngremes para obter a iguaria está desaparecendo, já que, mesmo considerando os altos preços pelos quais ela é comercializada, cada vez vale menos a pena correr o risco para coletar o mel.
Mas, o que dá ao mel propriedades psicotrópicas?
De acordo com Bryan, o que confere ao mel suas propriedades psicotrópicas são toxinas presentes nas flores das quais as abelhas se alimentam durante a primavera — aliás, é apenas durante essa estação que ele oferece seu “apreciado” efeito. E falando em efeito, o consumo de quantidades entre duas e três colheres de chá do produto oferece sensações semelhantes às provocadas pela maconha, mas quando a dose é mais alta…
No caso de consumo de quantidades maiores do mel, para os principiantes, a experiência não costuma ser muito agradável. Isso porque, segundo quem passou por ela, a primeira coisa que se sente é um tremendo mal-estar e uma imensa vontade de expulsar — seja através de vômito, urina ou fezes — o mel do corpo. Passada essa fase, vem a sensação de alternar entre a luz e a escuridão, já que a visão oscila entre ver e não ver nada.
Além disso, quem se arrisca a consumir doses mais altas do mel costuma escutar um zumbido cíclico nos ouvidos semelhante ao produzido pelas abelhas, e existem casos de pessoas que ficam paralisadas. Esse estado pode durar cerca de um dia e os indivíduos permanecem lúcidos enquanto o mel fizer efeito — e há rumores de que uma pessoa teria morrido em consequência de uma overdose. Tenso, né?
Segundo Bryan, as experiências ruins vividas por quem exagerou na dose também estão contribuindo para que o mel seja cada vez menos procurado — e, com isso, menos pessoas se arrisquem para coletá-lo. A tendência é que a arte praticada pelo povo Kulung acabe desaparecendo em breve, mas é bem provável que a obtenção da iguaria jamais seja abandonada por completo (por que, né? mel psicotrópico, oras!). Resta saber como ela será feita — e se o delicado ecossistema que permite que as abelhas produzam essa peculiar substância não será afetado e o próprio mel não acabe sumindo.
*Com informações do Mega Curioso.
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[…] das montanhas mais altas da Terra, como o K2, o Kangchenjunga, o Lhotse e, claro, o Everest. Revista Pepper – 11 ago […]