Conheça a história do monarca indiano que teve 10 esposas e 350 amantes oficiais
Vida de Bhupinder Singh, o marajá de Patiala, foi repleta de extravagâncias sexuais e materiais
A opulência com que reis mantêm as suas dinastias algumas vezes é capaz de chocar, ainda mais quando nos afastamos do cenário histórico no qual ela está inserida. É o caso de Bhupinder Singh, o marajá (monarca) do reino de Patiala, em Punjab (Índia).
Nascido em 1891, Bhupinder chegou ao trono com apenas 9 anos. Não demorou para que ele se tornasse um dos maiores símbolos da extravagância no país. O marajá teve dez esposas e nada menos que 350 amantes oficiais. Produziu 88 herdeiros, dos quais 52 chegaram à idade adulta.
Bhupinder era conhecido pela forma como cuidava das suas concubinas. Elas tinham ao dispor uma equipe de profissionais com joalheiros, cabeleireiros, perfumistas e cirurgiões plásticos europeus. O rei tinha um amante preferida, Rajmata Vimala Kaur, com quem costumava viajar com frequência e fazia aparições públicas.
Um biógrafo afirmou que o marajá, aliado próximo do Império Britânico, costumava deixar várias amantes nuas ao redor da piscina do seu palácio enquanto nadava e reclamava alguma carícia das escolhidas do harém. Até o seu gigantesco quarto era decorado com esculturas eróticas no teto.
No livro “Freedom at Midnight”, Dominique Lapierre e Larry Collins revelaram uma faceta do comportamento sexual do Bhupinder: “Era costume do marajá aparecer uma vez por ano diante de seus súditos nu, exceto por sua couraça de diamantes, seu órgão em ereção completa e gloriosa”.
Além do apetite sexual, Bhupinder tinha fama de glutão. Dizia-se que ele conseguia consumir de quarenta a cinquenta codornas desossadas de uma só vez. Collins e Lapierre relataram que o marajá costumava comer dois frangos inteiros no tradicional chá das 5.
Carros também eram uma outra paixão do monarca de Patiala. Sua coleção de 44 Rolls Royce era lendária e tema de conversas entre ricos no mundo todo. Joias despertavam igualmente o ânimo de Bhupinder. Uma das mais impressionantes delas era uma couraça adornada com 1.001 diamantes azuis e brancos, que ele usava uma vez por ano diante da sua corte como demonstração de poder.
Viagens a Paris para visitar (e gastar!) joalherias famosas como a Cartier e a Boucheron eram frequentes. Foi exatamente a Cartier que fez para o monarca outra peça de arregalar os olhos: o “Colar Patiala”, concluído em 1928, com 1.000 quilates em 2.930 diamantes. Até hoje, a joia é considerada uma das mais belas peças já feitas na História. Costumava-se dizer que as suas joias enchiam 20 baús — cada um deles acompanhado de um segurança. Além disso, suas roupas costumavam ser adornadas com vários pedras preciosas, como rubis e esmeraldas.
“O marajá de Patiala, Índia, que tem surpreendido a Europa com a sua exibição de riqueza e luxo, é da velha escola de déspotas benevolentes”, escreveu no anos 1920 o “New York Times” sobre o monarca.
Em 1922, Bhupinder encomendou um conjunto de jantar de 1.400 peças — feito inteiramente em prata e ouro — para marcar a turnê real do príncipe de Gales, que passaria por Patiala. Ele também tinha boas relações com Adolf Hitler, que o presenteou com um carro Maybach raro.
Bhupinder, que ganhou o título de Sir da realeza britânica, morreu em 23 de março de 1938, nove anos antes da independência da Índia, quando muitos dos seus bens acabaram desaparecendo misteriosamente. Alguns acabaram sendo encontrados e leiloados por altos valores em Londres. O marajá também era incentivador da prática de esportes, sendo um dos responsáveis pela popularização do críquete na Índia.
*Com informações de Extra