Conheça a história do livro que levou à demissão de todas as paquitas
O anúncio de que as paquitas vão virar tema de um documentário no Globoplay movimentou os fã-clubes das eternas assistentes de palco da Rainha dos Baixinhos. Muitas histórias envolvendo as meninas começaram a ser resgatadas. Uma delas é sobre o polêmico livro, lançado em 1996, que acabou levando à demissão em massa daquelas que faziam parte da que hoje é conhecida como uma das formações clássicas, dos tempos do “Xou da Xuxa”.
“Sonhos de Paquitas — Nos bastidores do Xou”, escrito por João Henrique Schiller, ex-diretor do programa, caiu como uma bomba quando foi lançado. Hoje é artigo raro, objeto de desejo de muito colecionador, que pode ser encontrado à venda em sebos virtuais por até R$1, 2 mil. Mas a confusão em torno do livro começou bem antes de seu lançamento.
O livro, na verdade, seria originalmente uma peça de teatro, com oito paquitas contando suas experiências no palco, inspirado em “Confissões de adolescente”, que fazia muito sucesso na época. “A gente estava com muita vontade de trabalhar, o terceiro disco não vinha, e começamos a pensar em projetos. Estávamos perdendo espaço. O funk estava bombando e passamos a ficar atrás do You Can Dance no palco”, relembrou Priscilla Couto, a Catuxita, em uma live em 2020.
Através de um telegrama anônimo, a diretora Marlene Mattos acabou descobrindo que as paquitas estavam se reunindo para discutir um projeto secreto com o diretor João Henrique Schiller. “Marlene estava muito rígida nessa fase, pegando pesado. Uma das meninas mandou esse telegrama dizendo que existia o projeto de um livro e da peça, distorcendo tudo“, revelou Ana Paula Guimarães, a Catuxa, também em uma live.
O resultado foi a demissão de todas elas. Ana Paula Almeida, Ana Paula Guimarães, Cátia Paganote, Flávia Fernandes, Priscilla Couto, Bianca Rinaldi, Roberta Cipriani e Juliana Baroni deixaram então o grupo na edição do “Xuxa Park” do dia 29 de abril de 1995. E já no mesmo programa foram apresentadas as novas paquitas, que passariam a ser chamadas de “New Generation”.
A peça de teatro não aconteceu, mas “Sonhos de paquita” acabou sendo lançado no ano seguinte. “O livro mostra que os sonhos não eram tão bons quanto imaginavam. Elas sofriam uma tortura psicológica e moral nessa época… Houve boicote, sim, Marlene Mattos comprou todas as edições que estavam nas bancas de jornais do Brasil”, disse o autor João Henrique Schiller ao site “Na telinha”, em 2016.
Mesmo depois da demissão, teve paquita que saiu em defesa de Marlene. Ana Paula Almeida foi uma delas, em uma reportagem à “Contigo!”, no fim de 1995, que tinha como título “A Lista de Schiller — O dossiê Paquitas”. “Nunca assinei nada que autorizasse esse livro, nem falei sobre mim e muito menos reclamei da Marlene. Ela não humilhou ninguém, o que sempre ensinou e exigiu de nós foi profissionalismo”, disse ela na ocasião.
*Com informações de Extra