Companhias aéreas evitam voar sobre o Oceano Pacífico. Entenda porque
Uma das perguntas que intrigam o mundo da aviação, além de uma já respondida por nós, que explica o porquê os aviões não seguem as rotas mais curtas, é sobre os motivos pelos quais eles evitam – ou não voam – sobre o Oceano Pacífico.
As razões que explicam esse “mistério”, na verdade, não têm nada de enigmáticas. Aliás, algumas delas são similares às que justificam a não escolha das aeronaves pelas rotas mais curtas.
Antes de explicar, efetivamente, porque os aviões não voam sobre o Oceano Pacífico, vale uma pequena explicação. O Oceano Pacífico é o maior do mundo e cobre aproximadamente um terço da superfície do Planeta Terra.
Sua superfície de 180 milhões de km² atinge Austrália, Canadá, Estados Unidos, Chile, Peru, Colômbia, Equador, Costa Rica, Panamá, México, Nova Zelândia, Hong Kong e Polinésia Francesa. Ou seja: sobrevoá-lo é, sem dúvida, um desafio.
Razões para aviões não voarem sobre o Pacífico
1. Segurança
A primeira resposta para quem quer saber porque os aviões não voam sobre o Oceano Pacífico é a mais simples de todas: segurança. Como as distâncias entre os aeroportos da região são muito grandes, um eventual problema técnico, como a quebra do motor, ou com um passageiro, obrigaria o piloto a realizar um pouso de emergência, mas sem o lugar ideal para isso.
Alguns aviões conseguem voar entre 3 e 6 horas com uma das turbinas quebradas, mas, dependendo de onde o problema ocorra, a distância a ser percorrida em um voo sobre o Oceano Pacífico pode ser maior e, com isso, não haver lugar disponível para o pouso de emergência.
2. Rotas curvas são mais curtas
A segunda razão para os aviões não voarem sobre o Oceano Pacífico é o chamado caminho geodésico, ou seja, a distância mais curta entre dois vértices. Um exemplo claro pode ser feito por você mesmo, canaltecher, desde que tenha acesso a um globo terrestre.
Pegue um pedaço de barbante e ligue um ponto aleatório nos Estados Unidos e outro na Ásia. Corte o barbante e meça a distância em centímetros. Agora pegue outro pedaço e una os mesmos pontos, mas não em linha reta, mas como um tipo de arco-íris. Ao cortar esse pedaço e medir a distância, você verá que a distância curva é menor do que a reta.
Isso explica o porquê as rotas curvas são melhores, mais rápidas e mais econômicas, e também é um dos motivos pelos quais os aviões evitam voar sobre o Oceano Pacífico, o maior entre os 5 existentes no planeta.
Exceções à “regra” de não voar sobre o Pacífico
Claro que, como em toda a regra, há exceções para as recomendações das companhias aéreas aos aviões para que não voem sobre o Oceano Pacífico. Afinal, regiões como Fiji, Nova Caledônia, Havaí e Nova Zelândia ficariam completamente abandonadas se os voos simplesmente parassem de atender a região.
Algumas companhias, inclusive, alteraram não faz muito tempo alguns dos seus voos para, enfim, voar sobre o Pacífico. Em 2016, A Air India fez com que a rota do voo entre Nova Dehli e San Francisco, nos Estados Unidos, deixasse de voar sobre o Oceano Atlântico e passasse a cruzar o Pacífico.
A decisão tomada pela companhia aérea tornou o voo 3 horas mais rápido que na rota anterior. Claro, com todas as precauções necessárias quanto à segurança e possíveis emergências.
*Com informações de Canal Tech