Combate ao Etarismo: Valorizando a Experiência e a Diversidade Geracional nas Empresas

Por Mariana Borges*

O preconceito e a discriminação por conta da idade são problemas que persistem em nossa sociedade, mas agora temos um nome para esse velho preconceito: etarismo.

É uma forma de discriminação que afeta principalmente as mulheres, que são associadas à juventude e à beleza. No entanto, o etarismo também afeta homens e tem impactos negativos em diversas áreas, como no mercado de trabalho e na saúde.

O etarismo no ambiente de trabalho é evidente em práticas discriminatórias, como a imposição de limites de idade em certas funções ou a negação de promoções com base na idade.

Essa discriminação impede a valorização da experiência e do conhecimento acumulados ao longo dos anos. Muitas vezes, a competência e a capacidade de desempenho são deixadas de lado em detrimento de critérios arbitrários de idade.

Diversidade aumenta a produtividade

As grandes empresas multinacionais têm demonstrado maior conscientização em relação à diversidade etária e estão implementando políticas que promovem a inclusão de profissionais de diferentes faixas etárias. Estudos mostram que a diversidade, incluindo a diversidade geracional, leva a um aumento no engajamento dos funcionários, maior produtividade e uma renovação de ideias e perspectivas dentro das organizações.

No entanto, no Brasil, ainda há poucos estudos sobre os benefícios da diversidade intergeracional. É fundamental que as empresas brasileiras reconheçam o valor da experiência e do repertório diversificado que os profissionais mais velhos trazem consigo. Além disso, é necessário romper com estereótipos e preconceitos em relação aos mais jovens, promovendo uma integração verdadeira entre as gerações.

Quebrando barreiras

A quebra dessas barreiras pode ser facilitada por meio de estratégias como a
implementação de programas de mentorias reversas, em que profissionais mais jovens e mais velhos podem aprender uns com os outros, compartilhando conhecimentos técnicos e experiências de vida. Essa troca de saberes enriquece os laços entre as gerações e contribui para um ambiente de trabalho mais inclusivo e produtivo.

Além do ambiente corporativo, é fundamental combater o etarismo em outras esferas da sociedade. Na área da saúde, por exemplo, é comum a infantilização dos idosos, que muitas vezes são tratados como pessoas incapazes de tomar decisões e de ter uma vida ativa. É necessário promover uma visão mais ampla do envelhecimento, valorizando a autonomia e a qualidade de vida das pessoas em todas as idades.

Respeito em primeiro lugar

Para combater o etarismo, é preciso desconstruir estereótipos e promover o respeito e a valorização das pessoas em todas as fases da vida. A conscientização sobre esse preconceito deve começar dentro de casa e se estender para as empresas, as instituições de ensino e toda a sociedade. É fundamental adotar políticas públicas e incentivos que promovam a inclusão e a diversidade geracional.

O etarismo não tem lugar em uma sociedade que busca igualdade e respeito. Devemos reconhecer a importância da experiência e da diversidade.

*Artigo escrito por Mariana Borges, mentora e consultora em ESG e Sustentabilidade,
especialista em Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

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