Cientistas conseguem pegar objetos sem tocá-los usando apenas ondas sonoras
Cientistas japoneses encontraram um modo de pegar objetos em superfícies reflexivas sem tocá-los, usando apenas ondas sonoras — e muita engenharia, é claro. Embora eles ainda não possam fazer isso de forma totalmente eficaz e confiável, trata-se de um avanço incrível na busca pela manipulação de objetos físicos sem contato direto com eles.
Os engenheiros responsáveis pelo experimento foram Shota Kondo e Kan Okubo, da Universidade Metropolitana de Tóquio, no Japão. Eles construíram uma matriz acústica hemisférica que pode levantar uma bola de poliestireno de 3 milímetros de uma superfície reflexiva. A “armadilha” acústica é direcionada para a posição desejada, permitindo capturara o objeto e suspendê-lo com as ondas sonoras.
A técnica utiliza transdutores divididos em blocos, o que torna o processo mais fácil do que tentar controlar os transdutores individualmente. Também foi usado um filtro para reproduzir sons otimizados, de modo que a fase e a amplitude de cada canal criasse o campo acústico desejado. Simulações em 3D mostraram como e onde esse campo estava sendo gerado quando a bolinha de isopor foi capturada pela “pinça acústica”.
Na verdade, o que realmente ocorre é que o campo acústico é movido, e por isso o objeto preso nele também se move. Usando essa matriz, os pesquisadores conseguiram erguer o isopor, que estava sobre uma superfície espelhada, mas de forma pouco confiável porque, às vezes, a bolinha se espalhava pela pressão acústica, em vez de ficar presa. Ainda assim, a técnica pode ser aprimorada para melhores resultados.
Pegar partículas sem contato direto é de grande interesse de alguns setores da ciência, como a engenharia biomédica, a nanotecnologia e o desenvolvimento de produtos farmacêuticos. Já existe uma tecnologia, conhecida como pinça óptica, que usa lasers para gerar radiação com pressão o suficiente para levitar e mover partículas extremamente pequenas, mas a pinça acústica tem potencial para mover objetos maiores ou muito menores, na ordem de milímetros.
*Com informações do Canal Tech.