Céu Vermelho-Sangue: Novo lançamento da Netflix mistura sequestro terrorista com aparição de vampiros em avião

Com baixas expectativas, o filme estreou recentemente na plataforma e surpreendeu com uma trama criativa e repleta de momentos eletrizantes

Céu Vermelho-Sangue tem se tornado a produção alemã de maior sucesso na Netflix. O filme é dirigido e roteirizado por Peter Thorwarth, trazendo uma premissa diferente e muito interessante, pois sai do lugar comum em sua apresentação.

O longa mistura cenários de ação com elementos sobrenaturais de terror e drama familiar, acompanhando a história de Nadja, uma mãe desesperada que viaja com o filho Elias para Nova York, com o objetivo de se submeter a um tratamento de saúde experimental. Durante o voo, o avião é sequestrado por um grupo de terroristas, e a primeira intenção da mulher é de proteger o filho, então ela revela a verdadeira natureza dela para salvar Elias.

Para quem curte filmes do gênero, é uma ótima opção para entretenimento. Porém, deixou alguns furos que fez com que a história deixasse de ser envolvente em diversas cenas.

Um elemento importante que fica sem esclarecimento é a motivação dos terroristas que sequestram o avião no qual os protagonistas estão.

No início do filme, a personagem principal escuta um noticiário que discute como os preços das ações de companhias aéreas sofre aceleradas reduções sempre que um desastre acontece, trazendo perdas significativas para quem investe nas empresas e gerando rendimentos milionários para aqueles que apostam contra. Ou seja, nos faz entender que o objetivo dos terroristas do filme é criar outra catástrofe aérea, mas isso não é explicado com clareza.

Na trama, os terroristas utilizam ideais racistas relacionados aos ataques da Al Qaeda em 11 de setembro de 2001. O grupo de sequestradores, formado quase inteiramente por homens brancos, força dois passageiros árabes a gravarem uma mensagem com elementos da religião islâmica. Essa mensagem é utilizada para colocar a culpa dos ataques em pessoas árabes ou muçulmanas, causando um nível ainda maior de caos e incentivando ataques racistas em pessoas inocentes. A história subverte as intenções dos sequestradores, e traz dois passageiros árabes como os heróis da história. Farid, um dos protagonistas do longa, coloca sua própria vida em perigo pela segurança dos outros passageiros, cuidando de Elias e tentando tirar os vampiros da aeronave. O outro passageiro árabe ajuda a manter os sequestradores longes da cabine de pilotagem, chegando a sacrificar sua vida para manter a porta fechada, quando o avião perde oxigênio.

Nadja e Elias – Imagem: Reprodução/Netflix

O filme passa uma mensagem profunda sobre as ramificações dos ataques de 11 de setembro, incluindo os reflexos nas relações internacionais e os ataques racista contra a população muçulmana em países ocidentais. Sabemos que esse preconceito contra essas pessoas continua forte até hoje, e a lição que fica é que os cidadãos do Oriente Médio não devem ser culpados por todos os ataques terroristas, e que criminosos podem ter qualquer cor de pele, o que é comprovado pela ação crescente de terroristas de extrema direita e supremacistas brancos.

Apesar das falhas no roteiro, como o uso excessivo de flashbacks, Céu Vermelho-Sangue é uma boa opção de filme para quem gosta do gênero ou não tem o que assistir.

Confesso que comecei assistindo porque havia sido acabado de lançar na plataforma, e fiquei com o pé atrás. Como assim uma passageira vampira no meio de um ataque terrorista e ainda dentro de um avião? Pois bem, me surpreendeu! O gore acontece de forma moderada, mas o sangue jorra solta, o que também já é de se esperar de um filme de vampiro.

Nota: 7,0

*Por Juliana Gomes.

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1 Comment

  • Também me surpreendi com este filme, que merece uma segunda parte!

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