Brasília tem parque com piscinas de água mineral a 10 km do centro
Parque Nacional de Brasília é um dos mais visitados do país e nasceu para proteger rios que fornecem água potável à capital
Além de ser palco da política nacional, Brasília se destaca por seus traços modernistas e por sua história como uma cidade nascida do zero. Embora suas construções sejam os principais cartões-postais, a capital vai além e surpreende também no quesito natureza com o Parque Nacional de Brasília.
Apelidado de “Água Mineral”, o parque é um dos 10 mais frequentados do país, com registro de mais de 300 mil visitas em 2023, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Com uma área superior a 42,3 mil hectares, a unidade de conservação esbanja fauna e flora, com quatis, macacos-prego e vegetação densa do cerrado ao lado dos visitantes, tudo isso a 10 km do centro de Brasília e a menos de 1 km do Setor Noroeste.
Banhos em piscinas de água mineral, trilhas, piqueniques, observação de pássaros, espaço para meditação e contato com espécies nativas são os maiores atrativos buscados pelos visitantes.
Piscinas de água mineral em Brasília
As estrelas do parque são as duas piscinas de água mineral, com direito até a algumas pequenas quedas. As águas límpidas e frescas atraem muitos visitantes durante os dias de calor e refletem a história da construção da própria capital.
A Piscina Pedreira, conhecida como a piscina velha, foi originada a partir de afloramentos do lençol freático e de minas d’água à época da construção de Brasília. Com a demanda para uma área de recreação maior, uma segunda piscina, a Areal (piscina nova), foi construída.
Elas lembram também que o parque, criado em 29 de novembro de 1961, mais de um ano após a inauguração oficial da capital federal, surgiu para proteger os rios fornecedores de água potável à região.
“Há uma represa dentro do parque que fornece água potável para Brasília”, diz Bruno Ielon, turismólogo que instrui novos guias no Parque Nacional de Brasília. A represa em questão é a Santa Maria, que fornece cerca de 25% da água potável que abastece o Distrito Federal.
Trilhas e espécies
Hoje a unidade de conservação tem como objetivo preservar ecossistemas naturais, sendo terreno fértil também para pesquisas científicas, para o turismo ecológico e para recreações em contato com a natureza.
Para entrar ainda mais em meio ao verde, o parque possui duas trilhas de pequena a média dificuldade. A trilha da Capivara é indicada para caminhadas leves, ideal para crianças ao lado dos responsáveis, com duração de cerca de 20 minutos. Já a Cristal Água pode ser feita a pé ou em cima de duas rodas, em que seus 18 km podem ser percorridos de 1h a 3h40 em caminhada e de 20 minutos a 1h30 de bicicleta.
Enquanto se anda pelas trilhas é possível ainda notar diferenças na vegetação. “Estamos em uma mata de galeria, que está mais perto da água, então ela é mais fechada. São árvores mais altas em uma caracterização de floresta. Quando saímos do berço das águas, podemos ver que as árvores vão se distorcendo e o cenário vai mudando. Assim vemos um cenário mais característico do cerrado que estamos acostumados”, diz Bruno Ielon.
Os que quiserem mais sossego têm à disposição a Ilha da Meditação, espaço ao lado de uma pequena lagoa ideal para contemplação da natureza e atividades meditativas.
Em meio a tudo isso, além dos quatis e dos macaquinhos, espécies raras ou ameaçadas de extinção transitam pelo parque, como lobo-guará, tatu-canastra, tamanduá-bandeira, jaguatirica e ouriço-cacheiro, assim como espécies endêmicas, como gralha-do-campo e papagaio-galego.
Parque Nacional de Brasília
Acesso pela Estrada Parque Indústria e Abastecimento – Via EPIA / Aberto todos os dias, das 6h às 16h / Ingresso geral por R$ 18; pessoas acima de 60 anos e crianças até 12 anos incompletos não pagam / Mais informações e comunicados pelo Instagram.
*Com informações de CNN