Brasília completa 65 anos e coleciona lindas memórias
Antonello Monardo

Brasília, meu destino — um depoimento no aniversário da cidade
No dia 21 de abril, Brasília celebra mais um ano de existência — e eu também. Não exatamente hoje, mas quase: meu aniversário é no dia 9 de maio. E ainda assim, todo ano, sinto que celebro junto com ela. Afinal, nasci em 1960, o mesmo ano da fundação desta cidade-sonho no coração do Brasil.
Essas coincidências nunca me pareceram aleatórias. Sinto que há um fio invisível, quase místico, que me liga a Brasília. Vim para cá em 1996, já adulto, mas ao chegar tive a nítida sensação de estar retornando a um lugar que, de alguma forma, sempre me esperou. Foi como se, ao pisar no cerrado pela primeira vez, eu estivesse reencontrando um pedaço de mim mesmo.
Meu avô, Domenico, saiu da Itália em 1936 para trabalhar nas fazendas de café do Brasil. Sem saber, talvez ele tenha iniciado um caminho que eu terminaria de trilhar — saí também da Itália, décadas depois, mas em direção ao Planalto Central, direto para Brasília, subvertendo o roteiro esperado de quem chega da Europa. nada de São Paulo, nada de Rio. Foi Brasília quem me chamou.
Sempre achei fascinante que Dom Bosco, ainda em 1815, tenha sonhado com uma civilização que nasceria exatamente aqui. Quando olho para a história dessa cidade, e para a minha própria, me pergunto se os sonhos não têm mesmo um papel maior do que imaginamos. Brasília é feita de sonhos materializados em concreto e linhas modernas, mas também de histórias entrelaçadas, de encontros improváveis e de destinos que se cruzam.
Hoje, às vésperas dos meus 65 anos, posso dizer que envelheço com Brasília com prazer. Caminhamos lado a lado, ela e eu, como se fôssemos parceiros de uma profecia silenciosa. E a cada aniversário dela, comemoro também a sorte de ter sido acolhido por essa terra que pulsa com tanta intensidade quanto meu amor pelo café, pela vida e pela minha própria história.
Feliz aniversário, Brasília. E obrigado por fazer parte da minha vida
Antonello Monardo
Romolo Lazzaretti

Conheci Brasília em 1975, através do meu pri meiro casamento. Foi amor à primeira vista, tanto pela cidade quant o pela minha ex-esposa. Anos depois, mudamos para Brasília e fiz amigos e novas experiências. Mesmo após voltar para Roma, nunca tirei da minha cabeça essa capital que festeja o aniversário em 21 de abril, como a minha cidade natal Roma, co uma pequena diferença de 2.500 anos.
O que me fascinava era a qualidade de vida, a facilidade de conhecer pessoas e a proximidade com o podero. Em 1995, a família Lazzaretti voltou ao cenário brasiliense com uma proposta diferente e ousada. Com a firme decisão de ficar nesse territorio definitivamente. Mesmo após 10 anos de ausência, Brasília continuou encantadora, com aquele charme de desejo de evoluir urbanística e socialmente.
A minha história com Brasília é infinita e transcende a cotidianidade de qualquer cidadão. Moro em Brasília, amo essa cidade, conheço o mundo e tenho uma sequência vertiginosa de viagens durante o ano inteiro. Mas todas as vezes que o avião pousa no JK e percorro o Eixão Sul-Norte para chegar no meu cantinho, penso: finalmente em casa! Mas não é a casa física mas o habitat que nos escolhemos para viver.
Uma coisa é a cidade sonde vc nasceu e outra coisa é o lugar aonde vc escolheilu para viver definitivamente.
Brasília é uma droga porque vc nao pode viver longe dela. É provinciana, é cheia de contradições, mas é linda, fácil e acolhedora. Querem um exemplo único? Hoje pedalei 50 km com os meus amigos, saindo da minha casa, sem nenhum problema de segurança ou trânsito. Tente fazer isso em Roma, Paris, Londres ou Nova York.
Se dependesse de mim, continuaria vivendo nos próximos 50 anos, mas para fazer isso, deveria ter uma conversa com o nosso Senhor… quem sabe?
Tanti auguri, Brasília! Tanti auguri, Roma!
Romolo Lazzaretti
Julyana Almeida

Hoje celebramos com orgulho e alegria os 65 anos de Brasília, uma cidade que nasceu do sonho de um futuro brilhante e que, ao longo dos anos, se tornou o coração pulsante do nosso país. Quem poderia imaginar que uma cidade planejada com tanta precisão e beleza se transformaria no palco de tantas histórias inesquecíveis, risadas contagiantes e aventuras surpreendentes?
Brasília, com seus prédios futuristas e suas ruas que parecem um quebra-cabeça de esperança e criatividade, prova que uma cidade pode ter alma, personalidade e um senso de humor único. Que esses 65 anos sejam apenas o começo de uma jornada repleta de inovação, cultura vibrante e momentos que nos enchem de orgulho. Que venha muito mais — mais sonhos, mais conquistas e, é claro, muitas histórias para contar.
Feliz aniversário, Brasília, cidade que nasceu para ser extraordinária e que continuará nos surpreendendo por gerações!
Julyana Almeida