Bacia Drenar DF devolverá água ao Paranoá sem impactos ao meio ambiente
Localizado no Setor de Embaixadas Norte, reservatório está na fase de escavação do solo; material retirado é reutilizado em intervenções viárias em outras regiões
Equipes do Governo do Distrito Federal trabalham de forma simultânea nas obras do Drenar DF. Uma das frentes mais importantes fica na bacia de detenção, que vai receber todo o volume de água das chuvas. A função da estrutura, localizada no Setor de Embaixadas Norte, é reduzir a velocidade e aumentar a qualidade do volume pluvial que chegará ao Lago Paranoá.
Atualmente, ocorre a escavação do reservatório e dos túneis que levarão a água ao local e, depois, direcionarão ao lago. O projeto é executado pela Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) e dará fim a enxurradas e alagamentos no início da Asa Norte.
Em relação à escavação do tanque, os números são surpreendentes: em um mês de trabalho, foram escavados 116.706,84 m³ de material, quase metade do previsto para todo o trabalho. Desse total, 110.842 m³ são referentes a material argiloso e mais de 5.800 m³ são de vegetação e restos de obra. A terra escavada é levada ao Jóquei Clube para reúso em outras intervenções viárias.
Segundo a engenheira Livia Palestino, integrante da empresa responsável pela bacia de detenção, são feitas mais de 150 viagens de caminhão por dia, sendo que cada veículo transporta até 14 m³. Ela acrescenta que cerca de 60 pessoas estão envolvidas na empreitada. “Temos três frentes de trabalho em andamento, ao mesmo tempo, e em breve teremos mais uma”, adianta.
A água das chuvas chegará à bacia por um túnel com diâmetro de 3,60 metros, que também está em execução: até o momento, foram escavados cerca de 50 metros do total previsto. Já a galeria que devolverá o volume pluvial para a natureza terá 2,60 metros de diâmetro e começou a ser construída recentemente.
Segundo a engenheira civil Jaqueline Resque, contratada para supervisionar os lotes do Drenar DF, a galeria recém iniciada fará conexão com a estrutura de deságue já existente. “Não haverá nenhum tipo de prejuízo e nem modificação. O volume de saída da lagoa é bem menor do que o que acontece hoje”, afirma. A vazão de chegada na bacia será de 42,72 m³/s e a de saída, 10,37 m³/s.
Concluídas as escavações, haverá serviços de acabamento, como proteção dos taludes, drenagem externa e cercamento da lagoa. No âmbito dos túneis, será executado o concreto projetado e instaladas as tampas de cada um dos poços de visita.
O reservatório
Localizada a poucos metros acima do Iate Clube, no Setor de Embaixadas Norte, o tanque fará parte do Parque Urbano Internacional da Paz. A estrutura será totalmente cercada por alambrados de aço galvanizado, e haverá placas informativas advertindo sobre o perigo de ultrapassar a barreira.
O nome correto para o reservatório é bacia de detenção. Isso porque, diferentemente do modelo de retenção, a ideia é que a água não fique mais do que 24 horas no local. “Esta é uma bacia para amortecer e reduzir a velocidade da água para que, depois disso, vá para a galeria existente e, em seguida, para o lago”, explica Resque.
Além da bacia de detenção, o parque terá ciclovia e projeto paisagístico. Serão 249 árvores e arbustos plantados em uma área livre de 5.000 m². A manutenção da bacia e dos túneis, bem como dos poços de visita, será executada pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Todos os procedimentos serão listados em manuais produzidos pela Terracap.
O projeto
Com aporte de R$ 174 milhões – originários da Terracap – , a primeira etapa do Drenar DF parte da Arena BRB (Estádio Nacional Mané Garrincha) e vai até o Lago Paranoá, seguindo em paralelo às quadras 902, 702, 302, 102, 202 e 402 da Asa Norte e cruzando o Eixo Rodoviário Norte (Eixão) e a L2 Norte.
O método empregado é o tunnel liner, que permite que a obra siga avançando em ritmo ágil sem prejudicar a rotina dos brasilienses. Diferentemente de outras técnicas, não há necessidade de abertura de valas ou de interdições no trânsito. “Como são redes muito fundas, seriam valas monstruosas. Então, é uma obra que não aparece, mas acontece diariamente no subterrâneo”, pontua diretor técnico da Terracap, Hamilton Lourenço Filho.
O acesso às galerias ocorre por poços de visita, que são as únicas estruturas vistas pela população, podendo chegar a uma profundidade de 22 metros. A escavação dos túneis é feita a partir deles, com a ajuda de chapas de aço montadas para sustentar o túnel aberto.
*Com informações de Agência Brasília