ATLETA AMADOR

AS LESÕES QUE MAIS ACOMETEM OS CICLISTAS

Dentre as modalidades esportivas que mais ganharam adeptos na última década, destacam-se a corrida de rua e o ciclismo. Outras em expansão são o beach tennis e futvoley. Semana passada, falamos sobre as principais lesões na corrida. Nas próximas semanas, iremos abordar as lesões mais comuns nas três outras modalidades relatadas.

O ciclismo é um exercício físico cíclico que proporciona um ótimo condicionamento cardiovascular, ajuda na queima de gordura corporal e no fortalecimento da musculatura das pernas. Pode ser praticado para fins recreacionais, para melhora do condicionamento físico (indor ou outdoor) ou como prática competitiva (provas em estradas, provas em pista, mountain bike e BMX).

Embora o ciclismo seja considerado uma modalidade de baixo impacto, o tipo de treinamento e a intensidade na qual o atleta amador ou profissional irá treinar poderá demandar um desgaste musculoesquelético e levar ao surgimento de lesões, traumas, fraturas e contusões.

Conforme relatamos em textos anteriores sobre os cuidados com os equipamentos, no ciclismo temos que ter atenção redobrada, não apenas aos itens de segurança como capacete, luva e óculos, mas principalmente na regulagem da bicicleta de acordo com o peso e altura (bike fit).

Fonte: imagem google

Vale lembrar que os exercícios físicos, quando praticados acima dos limites fisiológicos, podem trazer lesões. Cada praticante tem a sua particularidade e os sintomas podem não representar a causa atual de uma dor ou desconforto. Por isso, lembre-se que, na presença de dor persistente, procure ajuda de um profissional para melhor ajudar a identificar e tratar a causa da lesão.

As lesões traumáticas são aquelas decorrente das quedas. Dentre elas, as mais comuns são fraturas de clavícula e punho. Nem todas as lesões traumáticas necessitam de intervenção cirúrgica. Por isso, devemos ter cuidado com os equipamentos de proteção, prestar muita atenção no terreno e nas sinalizações. Cair as vezes é inevitável mas, se estivermos bem protegidos, os danos poderão ser menores.

Em revisões sistemáticas realizadas nos últimos 5 anos, nas diferentes modalidades do ciclismo indoor e ou outdoor, existe prevalência com relação as lesões não traumáticas. As maiores incidências são: coluna lombar, cervical, períneo, joelho, mãos e pés.

Fonte: https://drmarciosilveira.com

Abaixo, relatamos alguns sintomas clínicos, possíveis mecanismos de lesão e as possíveis causas relacionadas, ao ciclismo. Claro que o nível de condicionamento físico e neuromuscular de cada participante (amador ou profissional), o tipo de treino e as compensações existentes terão papel fundamental na causa da lesão.

Vale ressaltar que as lesões não traumáticas no ciclismo podem estar associadas às lesões em cadeias musculares (vide imagem abaixo) devido as adaptações naturais que vamos fazendo para ficarmos em pé, ao longo período de tempo nas posições laborativas e ou tipo de treino (treinos longos na bike) e ajuste incorreto da bicicleta.

Fonte: APGDS, 2014

As dores no joelho ou dor patelofemoral tem como possível mecanismo de lesão a hiperflexão do joelho. A tendinopatia do aquiles a hiperextensão do tornozelo, em ambas, pode ser causada pelo selim mais baixo do que o necessário.

As dores no quadril podem ser irradiadas da coluna lombar e/ou do tratoilitibial. Com isso, o mecanismo de lesão pode estar associado à hipertextensão dos joelho e a possível causa pode ser o selim mais alto.

As lombalgias e cervicalgias tem como mecanismo a hiperflexão lombar e a extensão cervical, respectivamente. As prováveis causas podem ser selim alto, guidão baixo e muito próximo, posicionamento corporal, hiperflexão do cotovelo e peso do capacete.

As neuropatias dos nervos ulnar e mediano (braço) geralmente estão associados as vibrações e pressão exercidas no guidão por longas horas.

Dr. Silvânia Leal é fisioterapeuta e educadora física, Doutora em Ciência, com experiência clínica e pesquisa em osteopatia, fisioterapia clínica e esportiva, dor crônica, motricidade humana entre outras áreas da saúde.

Contato: (61) 99965-1244 @believe; (61) 99999-6278 @renovefisio; 

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2 Comments

  • Boa parte das eventuais dores na coluna, cervical, joelhos, quadril etc etc, podem ser evitados contratando um profissional de Bike-Fit que colocara o ciclista na posição mais adequada utilizando aparelhos biomecânico de extrema precisão. Ele indicará o tamanho certo do quadro, das pedivelas, da largura do selim, do comprimento da mesa do guidão e até a relação a ser usada. Este tipo de assessoria técnica, evita quase 80% das lesões derivantes do mal uso da bicicleta. Os inconvenientes surgem e são mais frequentes com os ciclistas que utilizam a bike só no domingo ou nos feriados.
    A pratica do ciclismo é uma atividade esportiva que pode ser curtida sem limitações de idade. Precisa só ter o bom senso dos limites físicos/intelectuais

  • Excelente artigo! Informação com uma abordagem objetiva, mas ainda assim detalhada e esclarecedora. A parte do peso do capacete foi uma surpresa para mim. Valeu!

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