A síndrome do bebê hipotônico
Condição mais comum na infância e em bebês, ela pode interferir, se não tratada, no desenvolvimento muscular a longo prazo
Moleza, diminuição da força muscular, falta de controle parcial ou total da cabeça e dificuldades para deglutir. Estes são alguns dos principais sintomas de bebês com hipotonia, síndrome comumente confundida com bebês mais sonolentos. Trata-se, portanto, de uma condição que pode acometer a vitalidade neuromuscular dos pequenos para toda a vida.
A flexibilidade muscular de cada corpo é diferente. Algumas crianças tendem a ter, inclusive, mais mobilidade do que outras. A questão, no entanto, só deve ser preocupante quando a criança não desenvolve a parte muscular como deveria. Segundo o pediatra Henrique Gomes, os bebês hipotônicos apresentam uma moleza além do normal e precisam de um acompanhamento multidisciplinar visando o fortalecimento muscular para minimizar os agravos da doença. “Até os seis meses, os bebês devem ser capazes de levantar as próprias cabeças, rolar o corpo e ficarem de bruços. Já aos nove, eles devem se sentar sem apoio, engatinhar e até mesmo ficar de pé. Claro que nada é contado no relógio, mas grandes discrepâncias, nesta fase de desenvolvimento, merecem a devida atenção”, afirma Henrique.
Crianças com paralisia cerebral, distrofia muscular, miopias e até mesmo algumas síndromes trazem a hipotonia como comorbidade e precisam de tratamento permanente. Contudo, em alguns casos, com a ausência de histórico de doenças, a condição apresenta melhora através da prática de exercícios físicos específicos, que estimulem o aumento do tônus muscular.
O especialista ainda explica que a condição tem causas variadas, podendo ter origem hereditária, por lesões ou, ainda, não ter uma razão específica. Portanto, é necessário que um profissional avalie o histórico familiar, as condições do parto, a gestação e que faça exames físicos e também neurológicos.
As desordens da hipotonia podem se dividir em central e periférica. A primeira afeta o sistema nervoso central (SNC), causando a moleza e flacidez corporal; já a segunda acarreta desordens no sistema nervoso periférico (SNP), apresentando atrofia muscular espinhal e a incapacidade de relaxar os músculos voluntariamente.
As principais causas de origem Central são:
Encefalopatia Hipoxico-isquemica (síndrome clínica neonatal);
Malformações Cerebrais;
Hemorragias Intracranianas;
Síndromes Congênitas;
Doenças metabólicas.
As principais causas de origem Periféricas são:
Atrofia muscular espinhal;
Miastenia (doença neuromuscular);
Botulismo (doença bacteriana grave);
Miopatias Congênitas;
Distrofias Musculares Congênitas;
Doenças do metabolismo.
“A hipotonia central é a mais comum e está associada à maioria dos quadros clínicos descritos. Então, quando falamos em hipotonia muscular de origem central, nos referimos a danos que afetam todos os grupamentos musculares”, afirma o especialista.
Quando a hipotonia não está associada a outra condição de saúde, o bebê irá apresentar um desenvolvimento cognitivo normal. E precisará de acompanhamento multidisciplinar para estimular a tonicidade muscular e fortalecer os movimentos. “Com o acompanhamento profissional devido, o prognóstico é positivo. A maioria das crianças conquista a mobilidade adequada por volta dos três anos”, comenta o pediatra.
Sobre o Dr. Henrique Gomes – Pediatra da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal desde 2008, Henrique é pós-graduado em Lato Sensu em Doenças Funcionais e Manometria do Aparelho Digestivo no Hospital Israelita Albert Einstein. Residência médica em pediatria pelo HMIB (2006 e 2007), além de atuação na área de Gastropediatria pelo HBDF (2008 e 2009), o profissional atua na área de Gastroenterologia Pediátrica, especialidade que auxilia o pediatra na assistência de crianças e adolescentes portadoras de sintomas relacionados ao aparelho digestivo, como náuseas, vômitos, diarreias, alergias aos alimentos, dores abdominais, constipação intestinal, entre outros.
Atualmente é pediatra da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal desde 2008; pediatra do Grupo Santa (Hospital Santa Lúcia Sul e Taguatinga) e pediatra das clínicas PedCare e Le Petit.
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