A Casa do Dragão | Morte do primeiro episódio é MUITO mais brutal nos livros
A segunda temporada de A Casa do Dragão começou do jeito que os fãs gostam: repleto de conspirações, intrigas e com uma reviravolta chocante. O capítulo de estreia deste novo ano mostrou que nem mesmo as crianças estão seguras da guerra entre os Targaryen e levou para as telas um dos eventos mais impactantes dos livros.
O assassinato apresentado nos minutos finais do episódio é uma das passagens mais brutais de Fogo & Sangue, que serve de inspiração para a HBO. Por isso mesmo, havia uma certa curiosidade para ver como a emissora iria adaptar toda essa violência que, para muita gente, está no mesmo nível do Casamento Vermelho de Game of Thrones.
Só que, apesar de a cena ter sido bastante chocante até para os padrões da série, a HBO amenizou alguns detalhes para simplificar as coisas e amenizar o impacto desse momento como um todo. Isso porque, no livro, as ações de Sangue e Queijo são muito mais cruéis.
Atenção! Este texto traz spoilers pesados do primeiro episódio da segunda temporada de A Casa do Dragão.
Como o episódio de A Casa do Dragão termina?
A série retorna repercutindo os acontecimentos finais da primeira temporada. Após a morte do pequeno Lucerys (Elliot Grihault) por Aemond (Ewan Mitchell), as animosidades entre os Targaryen se intensificam. E, enquanto Rhaenyra (Emma D’Arcy) ainda sente a dor da perda, Daemon (Matt Smith) decide agir em busca de vingança.
A partir das informações que ele extrai de sua ex-amante Mysaria (Sonoya Mizuno), ele vai a King’s Landing e convence um soldado da Patrulha da Cidade e um caça-ratos a invadirem a Fortaleza Vermelha. Sua ordem é clara: eles devem matar Aemond e levar sua cabeça para Rhaenyra.
Só que, chegando no castelo, os assassinos se deparam apenas com a rainha Helaena (Phia Saban) e seus filhos pequenos, os gêmeos Jaehaerys e Jaehaera. Sem saber o que fazer, eles decidem matar o herdeiro do rei Aegon, sob a lógica de “um filho por um filho”.
É quando eles pedem para que a rainha aponte o menino. Desesperada, Helaena aponta para o garoto e foge com a menina. Enquanto isso, os assassinos decapitam o menino e fogem.
Morte no livro é muito mais brutal
No livro Fogo & Sangue, todo esse episódio ganhou o apelido de Sangue e Queijo, que é como os assassinos são conhecidos. E isso é importante porque toda a concepção do plano é bem diferente.
Na série, Daemon parece incomodado com o luto de Rhaenyra, alegando que isso a impede de agir. Por isso, ele decide elaborar todo esse plano para tentar se vingar de Aemond.
Só que, no livro, as coisas são bem mais cruas e sem pudores. Logo após a morte de Lucerys, Daemon envia um corvo para King’s Landing ameaçando a Coroa: “Olho por olho, filho por filho. Lucerys será vingado”. Ou seja, a intenção de matar as crianças era algo premeditado desde o início.
Outra diferença é que, na obra original, Mysaria não está presa em Pedra do Dragão e nem é responsável apenas por dar as informações para Daemon. Na verdade, o príncipe vai até ela na capital e encomenda o assassinato e é ela quem encontra Sangue e Queijo.
A origem dos matadores é bem parecida, com a diferença de que Sangue não é um soldado rebelde da Patrulha da Cidade, mas um ex-guarda expulso por seu comportamento violento. Contudo, o importante é que eles vão com o objetivo preciso de matar o filho do rei Aegon.
Tanto que é descrito que eles encontram a rainha Alicent e apenas a amordaçam, deixando-a presa no quarto enquanto esperam a chegada de Helaena. É quando a monarca chega com as crianças que eles atacam de verdade e de forma muito mais brutal do que na série.
No caso, Sangue e Queijo pedem para a rainha escolher qual das crianças iria morrer para pagar pela morte de Lucerys. Ela suplica para que eles a matem no lugar dos pequenos, mas eles reforçam que “uma esposa não é um filho” e que, se ela demorasse, Sangue iria violentar a menina e matar a todos ali.
É quando Helaena toma uma decisão e aponta para o caçula, Maelor. Não há uma explicação exata do porquê da decisão, já que o próprio livro diz não estar certo se foi por acreditar que a criança não iria entender ou pelo fato de Jaehaerys ser o sucessor de Aegon.
O fato é que, diante da escolha, Queijo contou ao menino que sua mãe o queria morto e Sangue mata Jaehaerys em seu lugar.
Por que a série mudou a história?
Existem algumas razões que explicam a mudança feita pela HBO em A Casa do Dragão. A primeira delas é pura e simplesmente para amenizar a cena, que é bastante brutal, violenta e um tanto sádica no livro.
No original, há uma tortura psicológica absurda com Helaena, tanto que esses eventos vão repercutir por toda sua história dali em diante. Assim, faz todo o sentido o seriado pisar um pouco no freio e entregar a mesma conclusão, mas sem soar tão cruel.
Outro motivo é a própria simplificação da história. Para seguir exatamente como no livro, teria que ser explicado sobre os três filhos de Aegon e mudar toda a trama envolvendo Mysaria. Assim, para evitar dar um nó na cabeça do público, optou-se por algo menos rocambolesco.
Mas há também uma terceira razão, que é a temática deste primeiro episódio — e que segue reverberando no segundo. A nova temporada de A Casa do Dragão começa justamente discutindo que, enquanto os homens agem inconsequentes por seus impulsos, são as mulheres que têm que lidar com as consequências.
Há um efeito cascata de erros cometidos pelos homens. Sangue e Queijo matam Jaehaerys no lugar de Aemond e fazem isso porque Daemon quis vingar a morte de Lucerys, que também foi outra burrada. E, no fim das contas, são as mães que choram seus filhos e que precisam arrumar a bagunça deixada por quem acredita estar no comando de tudo.
A Casa do Dragão vai ao ar aos domingos na HBO e na Max.
*Com informações de Canal Tech