Silvio Santos de pijama em seu programa (Lourival Ribeiro – SBT)

Principal atração da grade do SBT, Programa Silvio Santos vive período crítico

Emissora devia considerar encurtar a atração e lançar novidades no horário

Dentre as tantas dificuldades impostas pela pandemia da covid-19 na televisão, a manutenção do Programa Silvio Santos tem se mostrado uma das mais complicadas de se resolver. A principal atração do SBT vive uma fase crítica, com incertezas quanto à volta do titular, o afastamento da “substituta” Patrícia Abravanel e o excesso de reprises que vem derrubando a audiência.

No auge da pandemia, o apresentador Silvio Santos, por pertencer ao grupo de risco da doença causada pelo coronavírus, se viu obrigado a se afastar das funções no dominical que assina há anos. Com isso, o SBT reapresentou diversas edições do programa, ao longo de mais de um ano. Recentemente, o canal também resgatou outros programas do acervo do “patrão”, fisgando o público pela nostalgia.

No entanto, o excesso de reprises afugentou o público do Programa Silvio Santos, que viu sua audiência cair neste período. Mas, quando Silvio Santos voltou a gravar, devidamente vacinado, ensaiou-se uma recuperação. Entretanto, a recuperação foi interrompida pelo novo afastamento do animador, acometido pela covid-19. Vacinado, o dono do SBT não teve grandes complicações com a doença, mas a cautela (corretíssima) impediu um novo retorno.

Com isso, a solução encontrada para estancar reprises foi recrutar Patrícia Abravanel para dividir o comando do programa com o pai. No último domingo (3), a jovem comandou quadros inéditos, mesclados com outros quadros deixados prontos por Silvio Santos antes de seu último afastamento. Com isso, mais uma vez, o Programa Silvio Santos ensaiou uma recuperação.

Porém, nesta semana, Patrícia Abravanel testou positivo para a covid-19 e precisou se afastar. Com isso, mais uma vez, o Programa Silvio Santos terá que recorrer a reprises. E assim, neste “vai-e-vem”, a atração vai se desgastando e segue perdendo público, o que o tem prejudicado muito.

Desgaste

Na verdade, toda a celeuma causada pela pandemia acabou expondo um problema que vai além da covid. Os prejuízos causados pela ausência de Silvio Santos escancararam a dependência da emissora pela figura do dono. O Programa Silvio Santos, neste contexto, deveria ser repensado, para que o SBT não sentisse tanto a sua ausência.

Por exemplo: não faz mais sentido manter um programa tão longo nas noites de domingo. A emissora devia repensar o Programa Silvio Santos, encurtando-o para dividir espaço com novas atrações, com outros apresentadores, aos domingos. Com isso, não apenas diminuiria a dependência do SBT da presença de Silvio, como o pouparia.

Celso Portiolli e Eliana, que dividem o domingo com o “patrão”, poderiam ser acionados num horário mais nobre, enquanto Silvio Santos, quando retornar, diminuiria o ritmo. Assim, a emissora daria uma necessária oxigenada às suas noites de domingo.

Aliás, vale lembrar que Silvio Santos, embora seja sinônimo de domingo, já teve fases em que esteve afastado deste dia da semana. Entre 2005 e 2006, as noites de domingo do SBT eram ocupadas por sessões de filmes, como o 8 e Meia no Cinema e Sessão das Dez, além de parte do Domingo Legal, na época comandado por Gugu. Enquanto isso, Silvio Santos ocupava as noites de quarta-feira, comandando games como Topa ou Não Topa, ou até mesmo a grade diária, com Roda a Roda e Family Feud.

O retorno de Silvio aos domingos se deu em 2007, quando comandou formatos variados no início das tardes. No ano seguinte, lançou a atual versão do Programa Silvio Santos, também à tarde. A atração só passou para as noites em 2009, quando Gugu Liberato deixou o SBT.

Ou seja, pode ser o momento de Silvio voltar a se dedicar aos formatos mais curtos, abrindo espaço nas noites de domingo para outras atrações. Cabe uma avaliação neste sentido.

*Com informações do Observatório da TV

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