Cientistas descobrem dinossauro parente do T. Rex – do tamanho de uma galinha
Fósseis encontrados no País de Gales sugerem que o terópode passou por um processo evolutivo conhecido como nanismo insular. Entenda.
Há 200 milhões de anos, um dinossauro do tamanho de uma galinha habitava o que conhecemos hoje como País de Gales. Apesar de parecer pouco ameaçador, o animal era carnívoro e estava no topo da cadeia alimentar. O Pendraig milnerae, como foi batizado, era um terópode típico, que andava sobre duas pernas como seus primos T. Rex e Velociraptor. A única diferença é que ele habitou a Terra bem antes de seus parentes.
Sua história começou no Período Triássico Superior (período que vai de 237 a 201 milhões de anos atrás). Ele foi descoberto por pesquisadores do Museu de História Natural de Londres, no Reino Unido. A descrição completa do réptil foi publicada nesta quarta-feira (6) na revista Royal Society Open Science.
Para começar a conhecê-lo, vale entender a história por trás de seu nome: Pendraig milnerae. Pendraig significa “dragão chefe” – uma referência à posição de predador diante dos outros animais na época em que viveu. Milnerae, por sua vez, é uma homenagem à paleontóloga Angela Milner, que faleceu em agosto deste ano e teve grande importância para a descrição da espécie.
Os fósseis foram encontrados na década de 1950 em uma pedreira de calcário perto de Cowbridge, uma cidade na Gales do Sul. As evidências até chegaram a ser estudadas na época, mas não se sabia que se tratava de uma nova espécie, então elas foram deixadas de lado. Foi só recentemente que Susannah Maidment, pesquisadora sênior do Museu de História Natural, comentou com Milner que não conseguia encontrar aquele espécime. Cerca de três horas após a conversa, a paleontóloga apareceu com os ossos fossilizados, que estavam perdidos em uma gaveta junto com amostras de tecidos de crocodilo.
Assim, os pesquisadores começaram os estudos. A pesquisa foi baseada em ossos fossilizados da pelve, fêmur e uma vértebra – poucos itens, mas que estavam bem preservados. Durante as análises, os cientistas concluíram que o P. milnerae é o terópode mais antigo já encontrado no Reino Unido, tendo vivido entre 200 e 215 milhões de anos atrás. Os dinossauros gigantes que estão hoje no imaginário popular só chegariam à árvore evolutiva anos depois, como o T. Rex, que viveu no final do período Cretáceo, há 66 milhões de anos.
Os pesquisadores também levantaram a hipótese de que o animal, que possuía o tamanho de uma galinha e uma cauda de aproximadamente um metro de comprimento, pudesse ser anão. As espécies que vivem em ilhas possuem menos recursos para se alimentar e não sofrem a ameaça de grandes predadores, o que pode levá-las ao nanismo insular. Explicamos melhor esse processo evolutivo neste texto.
Essa informação, no entanto, ainda não pode ser cravada. As análises do fóssil não são suficientes para confirmar a hipótese. Os vestígios encontrados também podem ter pertencido a um dinossauro filhote. Se esta segunda opção estiver correta, é provável que os adultos da espécie alcançassem tamanhos maiores. Os pesquisadores pretendem estudar o ambiente em que o dinossauro viveu para entender se a sua pequena proporção é realmente um resultado do bioma ou apenas uma consequência da idade.
*Com informações do Superinteressante.