Italiano premiado com Nobel de Física achou que fosse ‘brincadeira’
Giorgio Parisi foi laureado por descobertas sobre sistemas físicos
Primeiro italiano a vencer o Nobel desde 2007, o físico teórico Giorgio Parisi chegou a pensar que o anúncio de sua vitória fosse uma brincadeira.
Nascido em Roma, em 1948, Parisi tem 73 anos, é um dos físicos mais renomados do mundo e leciona na Universidade de Roma La Sapienza.
Ele é um dos três premiados com o Nobel de Física em 2021 por suas descobertas sobre a interação entre desordens e flutuações em sistemas físicos, desde escalas atômicas até planetárias.
“Estou muito, muito contente. Telefonaram um pouco antes, e isso me surpreendeu porque me diziam que, normalmente, essas ligações chegavam depois das 11h [6h em Brasília]”, disse Parisi à ANSA.
“É verdade que, no início, tive medo que fosse uma brincadeira, mas logo ficou claro que não era. Fui pego de surpresa, mas quando vi que era um número que começava com 4, ou seja, do norte da Europa, disse para mim mesmo: ‘Talvez essa seja minha vez'”, acrescentou.
Segundo a Real Academia de Ciências da Suécia, responsável pelo Nobel de Física, as descobertas de Parisi “estão entre as mais importantes contribuições para a teoria de sistemas complexos”.
“Elas tornaram possível entender e descrever muitos fenômenos e materiais aparentemente aleatórios, não só na física, mas em outras áreas, como matemática, biologia, neurociência e aprendizado de máquina”, justificou a instituição.
Parisi é o 21º italiano a conquistar o Nobel e o sexto a vencer o de Física. A última pessoa da Itália a faturar o prêmio havia sido Mario Capecchi, laureado com o Nobel de Medicina em 2007.
O Nobel é um reconhecimento importante para a ciência italiana, que poderia ter conquistado variados prêmios em Física e outras disciplinas”, declarou o cientista.
Parisi terá direito a metade do montante de 10 milhões de coroas suecas (R$ 6,25 milhões pela cotação atual), enquanto a outra parte será dividida igualmente entre o japonês Syukuro Manabe e o alemão Klaus Hasselmann.
Ambos foram premiados por seus modelos para compreender e simular o clima na Terra e por seus trabalhos sobre como a atividade humana, em especial a emissão de dióxido de carbono (CO2), eleva a temperatura no planeta.
*Com informações da Época Negócios.