OUTUBRO ROSA: PRECISAMOS FALAR SOBRE CÂNCER DE MAMA
Neste mês, celebramos o Outubro Rosa, uma campanha de conscientização para alertar mulheres, homens trans e a sociedade em geral sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. O Outubro Rosa é repleto de matérias em mídias, pessoas dividindo suas histórias e, claro, com uma imensa troca de informações e dicas de como prevenir e diagnosticar. É um mês onde podemos ver ainda mais claro a força e união das mulheres.
No Brasil, o câncer de mama, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres, logo entendemos a importância das campanhas de conscientização. Apesar de números tão grandes e o Outubro Rosa ser tão divulgado em nosso país, muitas mulheres ainda não fazem o exame de prevenção, ou não sabem como fazê-lo. Por isso, hoje te convidamos para mergulhar a fundo no tema e saber mais sobre o diagnóstico precoce, e claro, não faríamos isso sozinhas e sem uma fonte médica para os ajudar. Portanto, convidamos a ginecologista Dra. Débora Tonetti e Souza para contar tudo sobre o que precisamos saber sobre o câncer de mama, vem ver:
A prevenção
Durante o Outubro Rosa, a maior campanha é a respeito do autoexame, feito com a palpação das mamas, mas a Dra. Débora alerta que, apesar dele ser super importante e necessário, existem outras medidas que são igualmente indispensáveis. A primeira delas é a importância de consultar um ginecologista periodicamente para realização dos exames, identificação de fatores de risco – obesidade, histórico familiar, uso de álcool – e também a realização da mamografia.
A mamografia é responsável por detectar alterações iniciais que no autoexame não são possíveis de perceber. Após o exame, caso se note alguma alteração, por ter sido diagnosticado precocemente, a chance de cura e sobrevida são muito maiores. O exame deve ser feito anualmente por mulheres acima de 40 anos, mas caso haja histórico familiar de mãe ou irmãs que tiveram câncer de mama, o exame pode ser pedido antes dessa idade.
A prática de atividade física diariamente pode diminuir um terço do risco de câncer de mama
Outro ponto que é super importante como preventivo do câncer são os hábitos de vida diários. Segundo Dra. Débora, a obesidade é um fator que aumenta muito os riscos de desenvolvimento da doença, por exemplo. “A obesidade aumenta o risco em 40% de câncer de mama, mulheres em sobrepeso aumentam 17%. A prática de atividade física diariamente pode diminuir um terço do risco de câncer de mama”, divide a médica.
O fato é que o nosso dia a dia tem uma importância muito grande, Dra. Débora alerta que pensar apenas na mamografia e no autoexame não é suficiente, é preciso pensar o quanto estamos investidos em nossa saúde. Isso porque, por muito tempo teve-se a ideia de que o câncer de mama havia muita ligação com questões genéticas, mas hoje não se pode mais culpar apenas ela pelo desenvolvimento da doença, já que apenas em torno de 10% dos casos estão relacionados a genética, informa a ginecologista.
Os sintomas
Existem alguns sintomas que são necessários que mulheres e homens trans fiquem atentos, não só durante o Outubro Rosa, como também todo o ano. O sintoma mais comum do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo que geralmente é indolor, esse nódulo pode ser identificado no autoexame ou também no exame de rotina com o ginecologista.
Além do aparecimento do nódulo, existem outras alterações que devem ser notadas como: abaulamentos, retrações, alterações da pele, saída de secreção pelo mamilo, são sinais que caso estejam presentes, devem ser relatados ao ginecologista para que ele faça uma avaliação.
Há quem pense que o câncer gera dor, mas Dra. Débora informa que isso não é real de uma forma geral na medicina. “Na grande maioria das vezes eles são indolores, claro que existem suas exceções, inclusive no câncer de mama, mas de uma forma geral, eles não cursam com dor”, informa. A dor na mama é um fato que causa muita preocupação entre as mulheres, mas a ginecologista informa que essa sensibilidade está ligada às alterações hormonais comuns devido ao ciclo menstrual, não com o câncer de mama. Logo, em resumo, o que se deve ser considerado como sintomas principais são alterações na estrutura da mama.
E para quem possui silicone?
Muito se fala sobre a relação entre a prótese de silicone e o câncer de mama e a Dra. Débora informa que essas mulheres que possuem a prótese devem fazer o mesmo acompanhamento das que não possuem. Entretanto, é importante que o ginecologista saiba da presença dela antes de fazer os exames. Além disso, ela acrescenta que não existem grandes estudos na literatura médica que faça uma ligação entre os dois, mas existem alguns recentes que sugerem o risco de linfoma anaplásico induzido pela prótese, mas ainda assim é muito raro.
De qualquer maneira, mulheres que possuem silicone também devem seguir todas as dicas de prevenção e atenção aos sintomas apresentados pelas mamas.
Os exames disponíveis
Alguns exames ginecológicos direcionados às mamas devem ser feitos ao longo da vida, eles são o exame físico, feito pelo ginecologista que irá apalpar as mamas, analisar a expressão e inspeção das mamas, o ultrassom de mamas e, claro, a mamografia a partir dos 40 anos. O que pode ser feito em casa é apalpar as mamas, Dra. Débora informa que se conhecer, conhecer o formato e características de sua mama, é a maneira mais eficiente de perceber qualquer alteração que possa surgir.
Esse autoexame, o toque, pode ser feito em qualquer momento do dia, quando você se sentir mais confortável, regularmente e preferencialmente após a menstruação, que é quando a mama está menos dolorida e mais flácida.
O autoexame
O autoexame é muito mais sobre autoconhecimento, como já adiantamos, é sobre reconhecer o formato natural das suas mamas, para então ser capaz de perceber qualquer alteração. Ele pode ser feito no momento que você se sentir mais confortável, após o banho, durante o banho ou até mesmo durante a troca de roupa.
A inspeção recomendada pelos médicos é que a pessoa esteja em frente ao espelho e observe as mamas. Primeiramente com os braços caídos ao longo do corpo, depois com eles atrás da cabeça e para finalizar, com os braços posicionados na cintura. Outro passo muito importante no diagnostico é a palpação da própria mama, para isso, posicione um braço atrás da cabeça e com a outra mão faça movimentos circulares para identificar qualquer alteração, aparecimento de nódulos, qualquer alteração da pele ou da estrutura da mama. Isso deve ser feito nas duas mamas, sempre da mesma maneira.
É importante também que aconteça a expressão, que é apertar o bico do seio para notar se há alguma secreção. Caso haja qualquer dos sintomas, ou dúvidas, procure um médico para lhe informar, examinar e explicar tudo sobre.
Os tratamentos
Claro que Outubro Rosa é também sobre conhecimento sobre os tratamentos e Dra. Débora informa que ele depende do tipo de câncer que cada pessoa possui. Além disso, o estágio que ele se encontra também determina o tratamento, mas basicamente ele é tratado através da cirurgia, radioterapia ou até mesmo quimioterapia.
*Com informações da Steal the Look