Jornalista e influencer, Agnes Arruda, usa redes sociais para lutar contra gordofobia
10 de setembro é Celebrada a Luta Contra a Gordofobia
Nesta sexta-feira (10) de setembro é celebrado o Dia do Gordo. Nos últimos anos, a atuação de influenciadores ativistas em prol da luta antigordofobia deu um novo significado à data, portanto, o dia 10 de setembro é dedicado à Luta Contra a Gordofobia.
Jornalista, doutora em comunicação, Agnes Arruda que é autora do livro “O peso e a mídia (Editora Alameda)” em que aborda a influência da mídia e do entretenimento na gordofobia e pressão estética, publicou um texto nas redes sociais sobre uma reflexão sobre: ‘O combate é à obesidade ou às pessoas gordas?’
No texto, ela escreveu: O que se determina como obesidade é a relação do peso com a altura, determinada pelo IMC. Na fila da vacinação contra a COVID-19, têm prioridade pessoas com IMC acima de 40. Há uma problematização de que somente o peso não pode ser um indicativo de doença, é a questão da “patologização dos corpos gordos”.
Apesar disso, é sabido também que pessoas gordas não têm o mesmo tratamento médico que pessoas magras.
Elas acabam entrando nos índices não por causa do peso em si, mas porque não receberam atendimento adequado. Mas no final das contas, vem o punitivismo gordofóbico: MORREU PORQUE ERA GORDA!
Considerando que se trata de uma questão de sobrevivência, eu mesma, que tenho IMC é 44, fui atrás do tal laudo para quando, na minha cidade, liberar a vacinação para pessoas com a minha idade. Me preparei psicologicamente pra passar por aquela experiência, que é sempre traumática.
O que aconteceu? O MÉDICO ME DISSE NÃO! Me pediu uma série de exames e disse que só terei o tal laudo se meus exames apontarem que a minha obesidade interfere na minha saúde. Se por um lado é coerente com a discussão que estamos tendo em relação à despatologização do corpo gordo, por outro [e mais uma forma de privação de direito da pessoa gorda. Tipo: AGORA você quer analisar isso, meu filho?
Daí que muita gente gorda tá até com vergonha, seja de ir ao médico e passar por isso, seja de tomar a vacina. Inclusive porque ter um laudo que ateste essa condição de obesa é problemático no que diz respeito à dignidade da pessoa gorda.
Mais uma das contradições da #gordofobia escancarada na nossa cara”, explicou.
*Com informações do Jornal de Brasília.