Brasil ganha 100º ouro em Paralimpíadas: conheça os maiores campeões do país nos Jogos
Delegação brasileira fez história em Tóquio e chegou ao centésimo ouro com a vitória de Yeltsin Jacques em prova de 1500m da classe T11 (cegos)
O Brasil fez história em Tóquio ao conquistar sua 100ª medalha de ouro em Paralimpíadas.
O feito veio com a vitória do atleta Yeltsin Jacques na prova de 1500m da classe T11 (cegos). Com isso, o país chegou ao seu 13º ouro no Japão, em um total de 100 medalhas até agora.
A delegação brasileira foi ao Japão com 87 ouros conquistados.
Bastavam mais 13 — essa era uma das metas do Comitê Paralímpico Brasileiro nestes Jogos, considerada bem possível diante do desempenho nas últimas edições.
Desde Atenas 2004, o Brasil ganhou ao menos 14 ouros na Paralimpíada.
Confira a seguir os maiores medalhistas de ouro do Brasil até agora.
1. Daniel Dias | Natação – 14 ouros
O fenômeno da natação paralímpica Daniel Dias vai se despedir dos Jogos depois de Tóquio, mas deixa um legado difícil de ser superado.
Ele tem nada menos do que 14 ouros em três edições das Paralimpíadas — seis deles em Londres 2012, quando venceu todas as provas individuais que disputou.
Na Rio 2016, ele subiu mais quatro vezes ao lugar mais alto do pódio.
No entanto, desta vez, Daniel passou por uma reclassificação obrigatória — procedimento que analisa atletas com deficiências funcionais para determinar em qual categoria eles vão competir.
O resultado o colocou para competir com atletas com deficiências menos restritivas, e ele ainda não ganhou um ouro.
Foram três bronzes até agora, e com isso ele chegou a um impressionante total de 27 medalhas em sua carreira paralímpica.
2. André Brasil | Natação – 7 ouros
O nadador ganhou três ouros em Londres 2012 e mais quatro em Pequim 2008.
Na Rio 2016, ele ganhou duas pratas e dois bronzes, se tornando o segundo brasileiro com mais medalhas em Paralimpíadas, ao lado do também nadador Clodoaldo Silva — ambos têm 14.
André ficou de fora de Tóquio depois de passar por uma reclassificação com base em novas normas.
O atleta, que teve paralisia infantil na infância e como consequência ficou com uma perna mais fraca do que a outra, foi considerado fora do padrão para a S10, a mais alta das classes funcionais.
Na prática, isso significou que ele só poderia competir na natação convencional.
O atleta entrou com uma ação contra a decisão do Comitê Paralímpico Internacional, mas o pedido foi rejeitado por uma corte alemã.
Ele ainda pode recorrer, mas não conseguiria fazer isso a tempo de competir no Japão caso a decisão fosse favorável.
3. Clodoaldo Silva | Natação – 6 ouros
Dono do segundo melhor desempenho em número de medalhas de um brasileiro em Paralimpíadas, ao lado de André Brasil, com um total de 14, o nadador ganhou metade delas em uma única edição.
Em Atenas 2004, Clodoaldo conquistou nada menos do que seis ouros e uma prata — e tem ainda mais cinco pratas e dois bronzes.
Ele disputou um total de cinco edições dos Jogos, a partir de Sydney 2000.
Clodoaldo se aposentou na Rio 2016, quando encerrou sua carreira com uma prata.
3. Luiz Cláudio Pereira | Atletismo – 6 ouros
Um dos maiores nomes do atletismo paralímpico do Brasil, Luiz Cláudio Pereira foi por bastante tempo recordista do número de medalhas conquistadas.
Em sua carreira, foram nove medalhas ao todo — quinto melhor desempenho na história do esporte paralímpico do Brasil atualmente —, seis delas de ouro e três de prata.
Foi tricampeão do arremesso de peso em Stoke Mandeville-Nova York 1984, Seul 1988 e Barcelona 1992.
Venceu o lançamento de disco em Seul 1988 e o lançamento de dardo em Stoke Mandeville-Nova York 1984 e Seul 1988.
5. Ádria Santos | Atletismo – 4 ouros
Nenhuma outra mulher ganhou tantas medalhas para o Brasil em Paralimpíadas quanto a velocista.
Foram 13 entre Seul 1988 e Pequim 2008 — é o quarto melhor desempenho de um brasileiro nos Jogos Paralímpicos.
Ádria ganhou seus quatro ouros ao vencer os 100 metros rasos em três edições (Barcelona 1992, Sydney 2000 e Atenas 2004) e os 200 metros rasos em Sydney 2000.
A atleta conquistou também oito pratas e um bronze — este último na China, quando encerrou sua carreira paralímpica.
5. Antônio Tenório | Judô – 4 ouros
O judoca ganhou seus quatro ouros em edições consecutivas dos Jogos: Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008.
Antônio Tenório entrou assim para a história do esporte paralímpico brasileiro com o primeiro a vencer em uma modalidade que não fosse o atletismo ou a natação.
Também foi bronze em Londres 2012 e prata na Rio 2016. Com isso, chegou a um total de seis medalhas paralímpicas.
Desta vez, em Tóquio, voltou sem medalhas ao perder a disputa pelo bronze.
5. Dirceu Pinto | Bocha – 4 ouros
Dirceu Pinto é o atleta brasileiro com o melhor desempenho na bocha no acumulado histórico do Brasil.
Ele venceu as provas individual e em duplas em duas edições seguidas: Pequim 2008 e Londres 2012.
Na Rio 2016, conquistou uma prata na competição em duplas.
Dirceu morreu em abril de 2020, por causa de problemas cardíacos.
5. Marquinhos | Futebol de 5 – 4 ouros
O jogador de futebol de 5 participou das quatro conquistas do Brasil nos Jogos Paralímpicos.
O país venceu todas as edições em que a modalidade foi disputada desde sua estreia em Atenas 2004.
Depois de quatro participações, Marquinhos não faz parte da seleção que foi a Tóquio para tentar o pentacampeonato.
9. Lucas Prado | Atletismo – 3 ouros
O velocista é dono de cinco medalhas paralímpicas, três delas de ouro.
Todos os ouros foram conquistados em Pequim 2008, quando ele venceu os 100, 200 e 400 metros rasos.
Em Londres 2012, ele foi prata nos 100 e 400 metros rasos. Na Rio 2016, ficou sem medalha depois de sofrer uma lesão e, agora, tem uma nova chance em Tóquio.
9. Terezinha Guilhermina | Atletismo – 3 ouros
A velocista tem o segundo maior número de medalhas paralímpicas entre as mulheres do Brasil, com oito no total.
Três delas foram ouros, conquistados nos 200 metros rasos em Pequim 2008 e nos 100 e 200 metros rasos em Londres 2012.
Ela tem ainda em sua carreira duas pratas e três bronzes — ganhou duas delas, uma prata e um bronze, na Rio 2016, sua última participação em Paralimpíadas.
9. Damião Robson, Fábio Vasconcelos, Jefinho, Ricardinho | Futebol de 5 – 3 ouros
Cada um dos jogadores participou de três das quatro conquistas do Brasil no futebol de 5.
Fábio Vasconcelos fez parte da seleção que venceu em Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012. Ele está no time que foi a Tóquio.
Damião, que foi ouro em Atenas, Pequim e no Rio, tenta no Japão o pentacampeonato pelo Brasil.
Ao seu lado, estão Ricardinho e Jefinho, que fizeram parte dos times que conquistaram os títulos nas últimas três edições da Paralimpíada.