6 CURIOSIDADES SOBRE MONTEIRO LOBATO QUE VOCÊ PRECISA SABER
O pré-modernista Monteiro Lobato (1882-1948) foi uma das maiores referências literárias na história brasileira. O seu regionalismo nato e a análise da realidade do país conquistaram públicos de todas as idades. Porém, apesar do talento para a escrita e de ter criado O Sítio do Picapau Amarelo, um dos maiores universos infantojuvenis nacionais de todos os tempos, o autor teve uma vida recheada de polêmicas e fatos controversos, como escândalos raciais e uma personalidade defensora de ideias retrógradas.
Confira abaixo alguns fatos curiosos sobre Monteiro Lobato que você precisa saber.
1. Dia do Livro Monteiro Lobato
O Dia Nacional do Livro Infantil, importante data que celebra a literatura para crianças, é comemorado no aniversário de nascimento de Monteiro Lobato. Assim, 18 de abril — também conhecido como Dia de Monteiro Lobato — é apenas uma das grandes homenagens já feitas ao autor, como a Vila Buquira, em São Paulo, e a fazenda de seu avô, além de escolas, bibliotecas e ruas que receberam o nome do escritor imortal.
2. Carreira e biografia de Monteiro Lobato
Antes de se dedicar exclusivamente à carreira de escritor, Monteiro Lobato se formou em Direito, mas optou por não seguir trabalhando na área mesmo sendo considerado um aluno brilhante. Além disso, ele foi editor, tradutor, empresário e jornalista, com várias matérias e editoriais publicados em O Estado de S. Paulo, como também tentou desenvolver habilidades na pintura, mas não deu sequência após confundir uma caixa de aquarelas com tinta-óleo.
3. Principais obras
Ao longo de sua vida como escritor, Monteiro Lobato escreveu livros inéditos e realizou importantes traduções, além de artigos, críticas, crônicas, prefácios, cartas e livros sobre o ferro e o petróleo. Porém, foi no conto infantil que o autor obteve mais sucesso, especialmente com o surgimento dos personagens do Sítio do Picapau Amarelo, que resultou em uma coletânea de 24 livros, e com o popular Jeca Tatu, que posteriormente tornou-se símbolo da conscientização do saneamento básico brasileiro.
Confira abaixo algumas de suas principais obras.
Urupês
Urupês é uma antologia formada por 14 contos que narra diferentes situações na vida de um caboclo, desde seu cotidiano e hábitos até crenças, formação e tradições. Quase todos se passam em Itaoca, São Paulo, e são dotados de elementos tragicômicos, navegando entre a fina ironia até a abordagem de situações delicadas.
Negrinha
Escrita em várias etapas da vida do autor, a antologia Negrinha é constituída por 22 contos fictícios, em uma série de narrativas emotivas que conversam com a linguagem. A obra se destaca por apresentar personagens mais mundanos e centrados no ambiente urbano, enquanto denuncia os bastidores da sociedade patriarcal com temas como preconceito, racismo e debates abolicionistas.
Fábulas de Monteiro Lobato
Além dos contos, artigos e romances infanto-juvenis, as fábulas fizeram parte do rico acervo de Monteiro Lobato e o consagraram como um dos maiores escritores do gênero de todos os tempos, trazendo histórias curtas com lições de moral valiosas. Conheça abaixo algumas das principais fábulas escritas pelo autor.
- A Corrida de Sapinhos
- O Macaco e O Gato
- A Garça Velha
- O Julgamento da Ovelha
- A Onça Doente
- Pau de Dois Bicos
- O Ratinho, O Galo e O Gato
- A Assembleia dos Ratos
- O Pastor e O Leão
- A Coruja e A Águia
- O Touro e as Rãs
- O Leão e O Ratinho
- O Lobo Velho
- As Duas Cachorrinhas
4. Paixão pelos valores norte-americanos
Mesmo sendo nacionalista e se encaixando de forma ideal na cultura regionalista brasileira, Monteiro Lobato esboçava uma paixão pelos valores norte-americanos e se alegrava com as conquistas do gigante da América do Norte. Mesmo passando um período relativamente curto no Tio Sam (entre 1926 e 1930), o escritor atuou na União Cultural Brasil-Estados Unidos, mas acabou desistindo do projeto quando julgou os EUA como nação opressora.
5. “O Escândalo do Petróleo”, de 1936
Censurada pelo governo de Getúlio Vargas, a obra O Escândalo do Petróleo, lançada em 1936, sofreu grande influência da indústria petrolífera e da participação de Monteiro Lobato como um dos fundadores da Companhia Petróleos do Brasil. O registro da empresa ocorreu logo depois do escritor retornar dos Estados Unidos, quando passou a apoiar a extração do produto em terras nacionais e, posteriormente, a integrar três corporações diferentes de prospecção de petróleo.
6. Monteiro Lobato racista?
Segundo um estudo publicado em 2013 pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Monteiro Lobato era membro da Sociedade Eugênica de São Paulo e amigo próximo dos médicos Renato Kehl e Arthur Neiva, principais responsáveis por divulgar, no Brasil, ideais de seletividade social baseado em características genéticas. Além disso, o autor defendia a criação de uma Ku Klux Klan tupiniquim ao comentar que “um dia se fará justiça ao Ku Klux Klan; tivéssemos aí uma defesa dessa ordem, que mantém o negro em seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca”.
*Com informações do Mega Curioso