Quinze estrelas variáveis são descobertas a 11 milhões de anos-luz da Terra
Uma equipe de astrônomos detectou 15 novas estrelas variáveis na galáxia NGC 247, a 11,1 milhões de anos-luz de distância da Terra. A descoberta, descrita em um artigo aceito para publicação no Astronomical Journal, ajudará os pesquisadores a aprimorar os modelos astronômicos e a conhecer a galáxia hospedeira em maiores detalhes.
Dentre os objetos identificados, três são estrelas Cefeidas, ou seja, gigantes amarelas com luminosidade que varia de 0,1 a 2 magnitudes em um período bem definido. Esse tipo de estrela é muito importante para astrônomos porque elas ajudam a medir distâncias no universo. Quanto mais luminosa for uma cefeida, maior será seu período de variação de brilho; por isso, é fácil deduzir sua distância e, com isso, a distância da galáxia onde ela se localiza.
As Cefeidas descobertas pela equipe têm períodos abaixo de 25 dias, que está próximo ao limite inferior das estrelas dessa categoria já encontradas na mesma galáxia. Em geral, na maior parte do disco NGC 247, as Cefeidas apresentam períodos entre 20 e 30 dias.
Também foram encontradas quatro variáveis semirregulares, que também são gigantes, mas as variações em seu brilho são interrompidas. Outras cinco variáveis tinham brilho vermelho e cores semelhantes às de variáveis luminosas azuis. Por fim, foram detectadas três variáveis azuis mais fracas, embora uma delas possa ser, na verdade, um sistema binário formado por duas estrelas.
Quanto às cores, oito delas são azuis, ou seja, jovens e mais quentes. Algumas delas podem ser variáveis luminosas azuis (LBVs), uma classe que pode ter brilho milhões de vezes superior ao do Sol e massas superiores a 150 massas solares. As LBVs costumam se aproximar do limite máximo teórico para massas estelares, por isso estão entre as maiores emissoras de energia do cosmos. No entanto, a equipe explica que ainda é preciso investigar a natureza dessas estrelas azuis, e, para isso, serão necessários estudos de espectrografia e fotometria.
Por outro lado, as quatro semirregulares têm cores vermelhas e três delas foram classificados como SRbs — as variáveis semirregulares são divididas em quatro categorias, com as SRbs definidas como estrelas de classes espectrais frias (M, C e S) com periodicidades mal definidas. Cada ciclo de uma SRbs pode ter uma duração diferente, por isso é praticamente impossível prever as épocas de brilho mínimo e máximo delas. Na última variável semirregular, a equipe encontrou uma cor diferente e a classificou como tipo SRd; ou seja, trata-se de uma gigante ou supergigante de uma classe espectral F, G ou K.
*Com informações do Canaltech.