Cientistas descobrem molécula natural mais eficaz que o Ozempic na perda de peso

Com ajuda de inteligência artificial, pesquisadores descobriram a BRP, que provoca resultados semelhantes à semaglutida sem os seus efeitos colaterais

Cientistas descobriram uma molécula, chamada BRP, que atua no corpo assim como a semaglutida (o famoso Ozempic), diminuindo o apetite e o peso corporal. Isso sem provocar efeitos colaterais como náusea, constipação e perda de massa muscular. Publicada nesta quarta-feira (5) na revista Naturea descoberta foi feita com a ajuda de inteligência artificial (IA).

Os pesquisadores descobriram que a BRP se torna ativa quando é dividida em pedaços menores, os peptídeos. Alguns desses pedaços funcionam como hormônios para regular o metabolismo energético e outros resultados biológicos complexos.

A molécula visa receptores presentes no cérebro, intestino, pâncreas e em outros tecidos. Segundo conte em comunicado Katrin Svensson, professora assistente de patologia da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, a BRP parece agir no hipotálamo, área cerebral que controla o apetite e o metabolismo, enquanto o Ozempic tem efeitos generalizados, como a desaceleração do movimento dos alimentos pelo trato digestivo e a redução da glicemia.

“Nada do que testamos antes se compara à capacidade da semaglutida de reduzir o apetite e o peso corporal”, afirmou Svensson. “Estamos muito ansiosos para saber se isso é seguro e eficaz em humanos.”

Testes em animais

Testada em camundongos e miniporcos magros, uma injeção intramuscular de BRP antes da alimentação reduziu a ingestão de alimentos em até 50% em ambos os animais uma hora depois.

Já camundongos obesos, tratados com injeções diárias da molécula por 14 dias, perderam uma média de 3 gramas. Enquanto isso, animais de controle (que não receberam a injeção) ganharam cerca de 3 gramas no mesmo período.

A aplicação da molécula não alterou os movimentos, ingestão de água, níveis de ansiedade, nem a produção de fezes dos animais.

Isolando proteínas

Utilizando IA, os cientistas filtraram proteínas da classe dos pró-hormônios. Eles usaram o pró-hormônio convertase 1/3 para separar outros pró-hormônios em sequências específicas de aminoácidos. Um dos produtos resultantes foi o peptídeo 1, que se assemelha ao glucagon, ou GLP-1 — um hormônio que a semaglutida imita no organismo.

Para identificar centenas de milhares de peptídeos, os pesquisadores criaram um algoritmo de computador chamado Peptide Predictor. Sua função foi identificar locais típicos de divisão do pró-hormônio convertase nos 20 mil genes humanos codificadores de proteínas.

O algoritmo descobriu que o pró-hormônio geraria 2.683 peptídeos exclusivos a partir de 373 proteínas. Além disso, o peptídeo GLP-1 aumentou a atividade das células neuronais em três vezes em relação às células de controle.

Mas um peptídeo menor, composto por 12 aminoácidos, aumentou a atividade das células em dez vezes. A ele foi dado o nome de BRP com base em seu pró-hormônio principal.

Testes clínicos da molécula em humanos serão realizados em um futuro próximo por uma empresa co-fundada por Svensson. Agora, os pesquisadores esperam identificar os receptores da superfície da célula que se ligam ao BRP para entender mais sobre seu funcionamento.

*Com informações de Revista Galileu

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